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Castelos de Letras

Em torno das minhas leituras!

Castelos de Letras

Em torno das minhas leituras!

viagens


Só para agradecer ao universoo feliz – o realizada – que tenho sido ultimamente. Estou a caminhar no chãoque sempre quis calcorrear. Lancei um livro – a bem ou a mal, é qualquer coisa –sou lida e apreciada (mais por uns do que pelos outros), e basta-me um simplesleitor que me queira ler para eu continuar a escrever. Minto – e não deveriamentir, porque me é óbvia a verdade – se ninguém me lesse, eu continuaria aescrever para mim.

Tenho corrido o Alentejo –campos de alfazema e Ribeira Grande, sombras de azinheiras libelinhas, passeeinas Tulherias e observei a Torre Eiffel a partir de la Défense, com O Funeral da Nossa Mãe (sai em Outubro, dia 20 emprincípio). Fui até à aldeia da minha avó com o Demência, subi e desciformações graníticas, rodeei-me de ciprestes, acariciei as lápides dos meusantepassados, sorvi o odor da terra (que também sua, também chora), e desci atéao interior do Algarve num romance que escrevi em 2008 e que ainda nãotrabalhei melhor, mas que fala de abelhas e de borboletas, da Ribeira do Carvãoe das Areias, de Vila Real de Santo António, de colmeias (o perfume do mel), dechapéus de palha, de beijos à chuva e de amarguras e religião. Agora, estoupelos vales do Douro, subi país acima de berlinda, sentei-me no Chafariz de SãoJoão e chorei as lágrimas da Mariana. Os franceses vêm aí – oh, Lisboa noséculo XIX! As vendedeiras de castanhas, de tripas, de rosários, de pão e depeixe… varinas a gritar no “Rocio”. Isto na escrita…


Nas leituras?

Estou ao largo da Ilha deMonte Cristo, perto da Toscana, com o Dumas. Vamos voltar a Marselha e, daí,rumar a Paris não tarda nada. Estou também nos lagos dos Alpes, mais acima noPolo Norte e, às vezes, em Genebra com a Mary Shelley e o Dr. VictorFrankenstein. Em breve darei um pulo à Transilvânia para conhecer o CondeDrácula, quem sabe ser sua hóspede. Vim há pouco da Terra de Neve, no Japão,deliciei-me nas termas e enregelei sob os cedros. Estou na Índia, no funeral deuma menina que foi atropelada, n’O Deus das Pequenas coisas. Fui até Capri coma Elissande da minha adorada Sherry Thomas há pouco (que, a propósito, merespondeu hoje com um e-mail suuuuper simpático onde confessou ter de escreverna casa de banho e num armário de vassouras porque os filhos a exigem a todo oinstante) – vá lá rapazes, deixem a mãe continuar a fazer-nos felizes! Ah,desci há não muito do Monte dos Vendavais… Passei também pela Guerra CivilAmericana e vi Atlanta devastada, uma civilização que o Vento Levou… Tambémemergi o fim-de-semana passado do vinte e cinco de Abril e, nesse mesmofim-de-semana, fui a Viena e a Monte Carlo com a Srª C., enganada por umvelhaco viciado em Jogo, foram Vinte e Quatro Horas na Vida dessa Mulher.

E há as caminhadas no campo,os nossos passeios – a Irlanda agendada para o 11 de Setembro, far-se-áHistória. A minha história.
Viajar é o meu destino, semprefoi. A vida tem mais é que sacudir quem ameaça afastar-se do seu destino.
Adeus, au revoir! Tenho umbilhete para o Expresso do Oriente. À demain,à bientôt, à jamais!
(Louvre, Fev. 2011)
Liberté, Marianne!

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