Opinião: Sexy e divertido, foi um prazer traduzir este.
Sinopse: Uma comédia romântica sobre umasocialitede Hollywood que é exilada numa pequena cidade, onde bate de frente com um morador mal-humorado esexyque pensa que ela não pertence ali.
Piper Bellinger é uma dassocialitesmais influentes no meio social de Beverly Hills com uma reputação que a persegue... literalmente. Os fotógrafos andam sempre atrás dela à espera que cometa mais uma loucura e, quando se trata de Piper, não é preciso esperar muito.
Quando, numa noite regada de demasiado champanhe, organiza por impulso uma festa que rapidamente fica fora de controlo, o padrasto decide que esta é a gota de água. Tira-lhe o dinheiro e exila-a para Westport, uma cidadezinha costeira com cerca de dois mil habitantes, na esperança de incutir alguma noção de responsabilidade em Piper ao fazê-la assumir o bar deixado pelo falecido pai.
Ao chegar a Westport, conhece Brendan, um pescador corpulento e barbudo (bastante charmoso, por sinal), capitão do seu próprio barco, que está convencido de que ela não aguentará sequer uma semana num sítio que é uma antítese de tudo o que gosta e representa.
Mas Piper está decidida a provar ao padrasto e a Brendan que estão errados e que ela não é assim um peixe tão fora de água! Mesmo que, para isso, precise de cuidar de uma espelunca e morar num apartamento minúsculo...
Nesta divertidíssima e original comédia romântica, a extrovertida rainha da festa e o pescador rabugento são dois opostos que fazem de tudo para não se atrair.
Opinião: E sei que identificarmo-nos com uma história não é requisito para que ela nos toque. Mas foi o identificar-me tanto com a Anne e com as pessoas ao seu redor que me vez adorar este livro, e metê-lo na minha prateleira de favoritos.
Tenho muita resistência a ver séries, mas vi Anne with an E e terminei a desejar que houvesse mais. Três temporadas é pouco para uma história tão bonita e cheia de princípios. De início, Anne é uma menina muito irritante, faladora e com grande tendência a meter-se em problemas. Aos poucos, vai-nos conquistando.
É muito simples. Em 1908 Lucy Maud Montgomery publicou o primeiro de vários livros centrados na personagem de Anne Shirley, uma órfã com uma imaginação prodigiosa que está sempre no centro de algum sarilho. Os valores que o livro aborda são nobres e intemporais: família, amigos, estudos, pobreza, velhice, religião, lealdade. De todas as pessoas que Anne conquista, Marilla é a que me conquistou. Lembra-me muito a minha avó e aquela rabugice de pessoa que se preocupa connosco, mas que ao mesmo tempo receia mostrar-nos demasiado afeto por medo de nos "estragar". Há muito humor na sua rezinguice:
"– Anne, falaste durante dez minutos exatos – disse Marilla. – Agora, só por curiosidade, vejamos se consegues ficar calada a mesma quantidade de tempo.
Há momentos de grande ligação com a natureza, de grande espiritualidade. As imaginações mirabolantes de Anne são hilariantes, as questões que ela vai colocando ao mundo que a rodeia são pertinentes, e o modo como a autora descreveu o seu coming of age é ternurento. Diria que é dos - se não o melhor livro - que aborda este tema do crescimento. E o da família. E o do envelhecimento. E, em grande medida, da hipocrisia social. Green Gables torna-se a casa de todos nós durante estas páginas, torna-se um sítio idílico e palpável. Apaixonei-me por este universo e não duvido que tem capacidade de conquistar milhares de outros leitores. Não fosse este o livro de literatura canadiana mais traduzido no mundo.
Lido em inglês na edição de 1905, traduzido por mim do original