Devon Ravenel, London's most wickedly charming rake, has just inherited an earldom. But his powerful new rank in society comes with unwanted responsibilities . . . and more than a few surprises. His estate is saddled with debt, and the late earl's three innocent sisters are still occupying the house . . . along with Kathleen, Lady Trenear, a beautiful young widow whose sharp wit and determination are a match for Devon's own.
A clash of wills . . .
Kathleen knows better than to trust a ruthless scoundrel like Devon. But the fiery attraction between them is impossible to deny—and from the first moment Devon holds her in his arms, he vows to do whatever it takes to possess her. As Kathleen finds herself yielding to his skillfully erotic seduction, only one question remains: Can she keep from surrendering her heart to the most dangerous man she's ever known?
Opinion: Sei perfeitamente que a quantidade não importa tanto quanto a qualidade, mas estou surpreendida comigo mesmo por me encontrar numa fase em que, em poucas horas, e em formato e-book, despacho uns quantos romances cor-de-rosa. Conforme avisei as minhas colegas, estes livros incitam à procriação. Por isso, mantenham-se longe deles se não querem ter filhos.
Lisa Kleypas tem sido a minha escritora favorita deste género tão em voga há uns 20 anos entre leitoras vorazes – histórico-romântico-erótico. Elevou por completo o standard do género no maravilhoso "The Devil in Winter” (não menciono a tradução para português, primeiro porque não me lembro, depois porque é embaraçoso, mas é isto: Paixão Sublime). Há outros, de outras autoras, que por ventura gosto tanto quanto desse. Mas os enredos acabam por se esbater na minha ideia. Fica sempre esse. Porque gostei tanto desse livro? Não é o livro em si. Não a viagem das personagens nem os altos e baixos do seu relacionamento. É, somente, o modo como a autora conseguiu que duas pessoas tão opostas fossem de maneira tão óbvia feitas uma para a outra, e se moldassem à outra, às suas necessidades, aos seus medos, aos seus anseios. St. Vincent e Evie jamais saíram do meu imaginário romântico (o nobre inútil que arregaça as mangas, de moral mais do que duvidosa, e a ruivinha gaga, desprovida de qualquer coragem ou determinação até o conhecer).
Cold-Hearted Rake compactua com a tradição dos livros com títulos embaraçosamente maus, mas talvez seja uma espécie de código que permite aos leitores saberem ao que vão sempre que há um livro com títulos nobiliárquicos envolvidos. Também nunca é bem verdade, porque o protagonista conhece a sua alma-gémea e muda por completo de atitude. No caso de Devon, a fórmula não funciona mal. Ele não possuía nenhum título, nem nenhuma ambição ou desejo de nobreza ou propriedade. Bastava-lhe a sua vida sem responsabilidades. Quando herda o condado do primo, que acaba de falecer, traça um plano simples para voltar à sua vida confortável: desmantelar tudo, vender o que for possível desvincular do título, pôr a viúva e as irmãs do falecido a andar e voltar a Londres no próximo comboio. Só que, apesar da sua determinação, a viúva do primo, jovem e sem perspectivas de futuro, consegue desafia-lo a inverter a situação do condado, assistir os arrendatários e devolver o esplendor a Eversby Prior.
Gostei muito da época retratada, em que o mundo rural começa a colidir com a industrialização em massa. Linhas férreas ligam toda a Inglaterra, os homens de negócios e os de título são forçados a conviver e, daí, nasce uma certa admiração (por vezes desprezo) mútuos. É um mundo em mudança e foge à Regência, que parece ser a altura favorita destas escritoras de época.
Resumindo: óptima química entre a viúva irlandesa (Kathleen) e o jovem e despreocupado Devon, que acaba por se importar com o funcionamento da propriedade, os arrendatários, a torturada Kathleen e as desamparadas três irmãs do falecido conde. A parte em que trocam galhardetes via carta foi interessante, porque uma relação também pode evoluir por escrito, sem a picada da atracção física, o que cimentou melhor o afecto que nascia entre os dois.
Agora vou continuar para o volume #2 desta família, Marrying Winterborne, em torno do amigo de Devon, um comerciante sem título, e a sua sobrinha, a delicada Helen, que tem vivido uma vida de reclusão em torno das suas preciosas orquídeas. Já se sabe que, neste tipo de livros, nunca ninguém tem muito bom feitio, ou não haveria tanto conflito (drama) e tanta redenção (entrega). Só espero conseguir começar a lê-lo mais cedo, porque terminei o outro às 3h da madrugada, o que não é nada aconselhável a meio da semana.
Sinopse:Reckless and wild, beautiful Lily Lawson delights in shocking proper London society and in breaking any rule to flaunt her independence. Now she′s determined to rescue her sister from an undesirable marriage to the ruthless Alex Raiford, the arrogant Earl of Wolverton. She succeeds in rescuing her sister, but in the meantime Alex decides that Lily must be his. He has resolved to make her pay dearly for her interference—with her body, her soul... and her heart.
Opinião: Gostei muito do livro, sobretudo porque foi muito diferente de todos os outros do género. Para começar, a Lily já teve um affair e tem uma filha. Passa todo o livro a tentar recuperá-la. O facto de se apaixonar pelo Raiford é só um contratempo que acaba por ser útil. Mas claro que há incongruências: a família rejeitou-a pela sua conduta escandalosa e, no entanto, quando ela os procura para acabar com o noivado combinado da irmã, todos reagem com a maior naturalidade. São personagens secundárias sem grande alma. O desenvolvimento do romance é muito interessante, sobretudo porque no início eles odeiam-se de facto. Não é aquela tensão sexual preparatória de uma história de amor atribulada. Era realmente um confronto aberto e bem fundamentado. Claro que o Raiford é maravilhoso, protector, ciumento, cheio de método, charme e influência. Em dez páginas resolve tudo o que ela enrolou durante quatro anos. Nalguns momentos, a independência atabalhoada da Lily levou-me a sentir que a Kleypas está a diminuir as mulheres, posto que o Raiford é peça chave para salvar o dia. Ele é o típico estereótipo do perfeito homem do século XIX, e ela é o exemplo de tudo aquilo que uma mulher não deveria ser. Mas gostei do livro. Gostei do modo como o amor deles nasce devagar, sem se anunciar, e quando dão por isso, já não conseguem desligar-se daquela outra pessoa.
Li em inglês, pelo que pude focar-me na escrita pura da autora, nomeadamente no número de vezes que "wryly" surge. Ainda tenho de ir ao dicionário ver o que é isto...
Se o publicarem em Português, lá vou eu comprá-lo e lê-lo. A fórmula nunca falha...
Sinopse: Foi mais do que um beijo… foi uma oração de beijos ininterruptos, com as sílabas quentes e doces dos lábios e da língua dele inebriando-a de sensações.»Londres prepara o Natal, e o americano Rafe Bowman aguarda o seu encontro marcado com Natalie Blandford, a muito bela e respeitável filha de Lady e Lord Blandford. O aspeto sedutor e físico impressionante do jovem agradariam certamente à prometida, não fosse a sua reputação de libertino e as suas maneiras americanas.As quatro amigas encalhadas dedicam-se, então, a ajudar o jovem pretendente, ensinando-lhe as regras da sociedade londrina e empenhando-se na aproximação dos futuros noivos. Contudo, o Natal é a época dos milagres, e o amor - essa emoção tão estranha a Rafe - ameaça brotar das mãos mais inesperadas.Uma encantadora viagem aos recantos do coração, pela autora bestseller Lisa Kleypas, a rainha do romance erótico.
Opinião: Eu já tinha ouvido falar do “A Wallflower Christmas”, mas não fazia ideia do que se tratava. As Wallflowers já estão felizes e casadas e agora é a vez de a família crescer uma vez mais. Rafe Bowman é o irmão mais velho de Lillian e Daisy e chega a Inglaterra para casar com a noiva que o pai lhe escolheu. Manipulativo e autoritário, Thomas Bowman espera conseguir mais uma união vantajosa para a sua família, e é-lhe conveniente que o filho queira tanto gerir parte da empresa familiar. A chantagem funciona; Rafe aceita casar-se com Natalie para assumir uma parte significativa do império dos Bowman. Mas, por entre o espírito natalício, os olhos de Rafe vão pousar em Hannah, a prima pobre de Natalie e sua acompanhante. O livro está imbuído dos valores do Natal, chegando até a haver uma aparição significativa de “A Christmas Carol”, de Dickens. Gostei muito de Rafe, a sua personalidade estava bem construída, entende-se que goste de Hannah e também se percebe a afeição dela para com ele. Contudo, foi tudo muito rápido. É um livro pequeno, de 185 páginas, e está muito bem assim. A escritora teria tido espaço para desenvolver o romance, no entanto optou por atirá-los abruptamente para acima um do outro. Preferia um Rafe mais ponderado, pelo menos de início. Ainda assim, é Lisa Kleypas e ri-me sozinha.
Opinião: [Ai, os nomes destes livros, Cristo!] Já tinha lido olivro em inglês e tinha a ideia de que era um pouco “sem sal”, sobretudo norescaldo do “Devil in Winter” (recuso-me a chamar-lhe a mixórdia que lhechamaram em português), que é o meu favorito da série.
Este livro encerra a série “Wallflowers”, dando protagonismo à última dasencalhadas, Daisy Bowman.
Debruçando-me sobre um quarto livro, seria de esperar que fosse o menosimaginativo, mas é o mais romântico de todos, também porque a Daisy éa mais sensível e sonhadora, e por isso marca pontos para quem está nesseestado de espírito.
A Daisy é uma criaturinha diferente, pouco dada a questões práticas, enisso identifico-me com ela. Só um homem com uma certa sensibilidade poderiaentendê-la, e por isso Matthew Swift é o homem perfeito para ela. Com umpassado um tanto obscuro, sempre lhe teve uma afeição bem disfarçada que sóagora conhece a luz. É um livro sobre duas pessoas destinadas a estarem juntas,e gostei do conflito inicial gerado pela insistência do pai de Daisy em casá-lacom Matthew, e também da forma como a protagonista é fiel ao seu coração e nãotenta contrariar os seus sentimentos. No caso de Matthew, embora receie que opassado regresse para o assombrar, decide arriscar e tentar ser feliz. Umlutador e uma jovem de alma pura, a encerrarem com chave de ouro esta série.
Romântico, bem-disposto, foi uma leitura que conseguiu arrancar-me emoções,área em que a Kleypas nunca falha.
Sinopse:Depois de trêstemporadas em Londres em busca de pretendente, o pai de Daisy Bowman informa-ade que deverá arranjar marido. E depressa. E se Daisy não conseguir desencantarum candidato adequado, terá de se casar com um homem da escolha do pai: o cruele emproado Matthew Swift. Daisy está aterrorizada, mas uma Bowman jamais admitea derrota. E, por isso, a jovem decide fazer os possíveis para arranjar outropretendente que não Matthew. Mas Daisy não contava com o charme inesperado deSwift… nem com a sensualidade escaldante que depressa brota entre ambos,acabando por descobrir que, apesar de segredos e intrigas que o destino teimaem impor, o homem que sempre odiou poderá ser aquele com que sempre sonhou.
Sinopse: Quatro jovens damas da sociedade londrina procuram um bom partido. Chega a vez de Evangeline Jenner, a mais tímida, mas também a mais rica, logo que cobre a sua herança. Para escapar às garras da família, Evie pede ajuda a Sebastian, Lord St. Vincent, um conhecido libertino, fazendo-lhe uma proposta irrecusável: que se case com ela, trocando riqueza por proteção. Mas a proposta impõe uma condição: depois da noite de núpcias, os dois não voltarão a encontrar-se na intimidade, pois Evie não quer ser mais um coração partido na longa lista de conquistas de Sebastian. A Sebastian resta esforçar-se mais para a seduzir… ou entregar finalmente o coração, em nome do verdadeiro amor. [Antiga review (fruto de uma ou duas leituras num brasileiro miserável e duma terceira - e quarta, e talvez quinta - leitura em inglês)]
5*
Dei-me conta de que não fiz uma review ao Devil in Winter, o meu favorito das Wallflowers! (Em Portugal corresponde ao #3 da série À Flor da Pele da 5 Sentidos). Tendo enviado um e-mail à editora, responderam-me que não preveem, de momento, mais nenhuma publicação nesta série. Fiquei destroçada e amaldiçoei esses bandidos sem coração! Mas também me recordei que já li o livro pelo menos duas vezes numa tradução brasileira manhosa que circula na internet, em inglês idem e até o comprei no book depository e esperei por ele duas semanas vindo do UK. É uma das pérolas da minha biblioteca, uma edição com muita classe que não denuncia o seu conteúdo...
Bom, certamente que quem já leu os dois volumes anteriores da série, sobretudo o que diz respeito à Lillian Bowman, se recorda do abominável Sebastian St. Vincent que atenta contra a pobre donzela a fim de a obrigar a casar-se consigo e a embolsar uma boa quantia? E lembram-se certamente também da ruiva tímida e gaga... a Evie? Pois bem, o terceiro volume das Wallflowers começa com a pobre Evie a munir-se de uma coragem que não sabíamos que dispunha e aborda o escroque. Pede-lhe... *aclaro a voz* que se case com ela. É um negócio simples: o pai dela está a morrer e vai deixar-lhe uma casa de jogo rentável. Em simultâneo ela é maltratada pelos familiares que olham por ela e quer livrar-se da sua influência.
É aqui que a história começa a ser interessante. O St. Vincent é um sacana sedutor habituado a enrolar-se com tudo o que mexe, mas está com graves problemas financeiros e não quer abdicar do luxo a que está habituado. Por isso não hesita em casar-se com a Evie...
Começa a sentir-se útil e a ser bem sucedido na gerência da casa de jogo do pai dela e, qual é o seu espanto, sente-se responsável e protector para com ela. Mas, e apesar de se sentir atraída pelo marido, ela não tem interesse algum em sofrer uma desilusão, ver-se traída ou confirmar que a sua amiga Lillian tem razão quanto ao mau carácter do St. Vincent. Para isso exige distância ... e isso é um chamariz para o St. Vincent, pouco habituado a ser rejeitado...
Adoro o livro porque as minhas personagens favoritas são sempre aquelas que se reinventam, as que se redimem. Li muitas vezes que o St. Vincent "mudou rápido demais", visto ser desprezível no livro anterior. Mas as pessoas não mudam rápido quando finalmente descobrem o seu lugar? Não parece que "nasceram" para aquilo? É assim o St. Vincent a gerir uma casa de jogo. Idem quanto à Evie. Nasceram um para o outro, sobretudo porque ela lhe dá uns quantos "nãos" nas barbas...
Nova review, baseada na edição da 5 Sentidos (Porto Editora) em PT - leitura de 21/22 Junho 2013.
4,5*
Antes de mais, continua a ser o meu romance do género favorito. Contudo a tradução - a escolha de certas expressões, bem como alguns erros que encontrei - deturpam-lhe um pouco a essência. O St. Vincent parece um homem diferente quando se expressa em Inglês daquele que se expressa em PT:
"Vou ter cuidado, minha pomba", traduzido de "I'll be so gentle, love", é um raio duma diferença. Fá-lo parecer parvo, na versão em PT. «Pomba» soa-me a um pervertido. Não no bom sentido, como o Sebastian é.
OK, este livro é o meu guilty pleasure. Adoro as personagens, as cambalhotas deles, a dificuldade que o St. Vincent tem em admitir que se preocupa mais com a Evie do que com o seu próprio ego. Mas a versão inglesa continua a ser a minha favorita.
Em Português, entre o casal principal, ora surge o tratamento "tu" ora surge "você, o senhor, a senhora". É uma discrepância difícil de ignorar, porque acontece também com outras personagens, que ora se tratam com deferência, ora assumimos que já estão mais à vontade, ora volta a surgir um "você" para nos desenganar.
Não consigo tirar da cabeça que, caso este género de livro passasse para as salas do cinema eu ia a voar vê-lo.
E sugeriria o Aaron Johnson para St. Vincent e a Rachel Hurd-Wood para Evie <3
Sinopse:Quatro jovens da sociedade elegante de Londres partilham um objetivo comum: usar os seus encantos femininos para arranjarem marido. E assim nasce um ousado esquema de sedução e conquista. Num refinado baile londrino, Lillian Bowman depressa descobre que a sua educação tipicamente americana não está propriamente na moda. E encontra no insuportável Marcus, Lord Westcliff, o seu crítico mais implacável. Pena que seja um excelente partido... Quando Lillian cai acidentalmente nos braços de Marcus, vê-se chocada e consumida por uma súbita paixão por um homem que julgava detestar. O tempo parece parar e o corpo da jovem cede ao erotismo do momento, descobrindo sensações que nem sonhava existirem... Marcus, conhecido pela sua constância, também se vê perdido num turbilhão sensual. Cada toque de Lillian é pura tortura, cada beijo o faz gemer por mais. Mas como pode ele pensar em aceitar uma mulher tão pouco adequada para sua noiva?
Opinião: Como descrever o facto de, àsegunda (ou terá sido terceira?) leitura deste livro, tendo-o lido anteriormenteem traduções miseráveis em inglês/pt-br, ter gostado ainda mais dele? Fiqueiconvencida de que a Kleypas tem realmente um dom. O primeiro deixou-me semfôlego, às vezes revisito-o. Meu adorado Simon Hunt… Quanto ao Westcliff, porquem eu tinha uma animosidade épica, safou-se bem neste ao dar conta do recadoque é a Lillian. Ele é Conde e deve casar bem, especialmente quando as duasirmãs misturaram o seu sangue azul com americanos, o que na época era umaafronta para a aristocracia inglesa. A Lillian é americana e completamente avessaàs regras de etiqueta inglesas. Identifico-me bastante com esta personagem –impulsiva, questiona tudo em redor e tem uma aversão natural a tudo o que éautoridade, obrigações, convenções. É por isso que os ímpetos da juventude afazem chocar directamente na personalidade carismática e séria do seuanfitrião. No romance anterior o Westcliff é descrito como poderoso,responsável e generoso. É uma figura quase paternal, apesar de carrancudo.Neste livro perde as estribeiras com a Lillian e dá por si a pôr a razão delado a favor daquilo que ela lhe desperta. Gostei do entendimento entre osdois, fizeram-me rir e exasperar. O momento mais emotivo para mim foi quandoele tenta proibir a Lillian de saltar obstáculos a cavalo, porque ela não estáhabituada a saltar à amazona (na América ela passava uma perna para cada ladodo cavalo), e receia que torça o pescoço. A ordem expressa que ele lhe dá,proibindo-a de o fazer quando, na realidade, ela é perita em corridas deobstáculos com cavalos, mexe directamente com o feitio dela, que contrariainstantaneamente uma ordem. Confrontado com a desobediência dela, os doisprotagonizam uma discussão em frente a todos os convidados dele. Compreendiambos mas posicionei-me subtilmente do lado da Lillian. Que direito tinha elede a proibir do tirar prazer de uma actividade só porque receava que elapartisse a coluna? A vida sem risco não faz sentido.
Mas é a participação do meu (second favorite male character of all time, right after #1 Rhett Butler)adorado St. Vincent que vem apimentar o enredo. A própria Lillian dificilmentelhe resiste, por muito que o Westcliff seja o amor da vida dela. A Kleypasenvolveu o Sebastian St. Vincent em sensualidade dissimulada, maldadeintrínseca, perigo e tormentos. Agora imaginem a sua ousadia ao emparelhá-locom a pobre tímida – e gaga – Evie Jenner no terceiro volume desta série… Semdúvida o meu favorito, mal posso esperar por lê-lo em português!!!
PS - Mais uma vez detesto o nome dado à série - À Flor da Pele? Jesus - e ao livro. No original: Segredos de Uma Noite de Verão e Aconteceu Num Outono traduzidos para Desejo Subtil e Sedução Intensa. Honestly?! Até tenho vergonha de sair de casa com estes livros, só os leio em casa.
Sinopse:Quatro jovens da sociedade elegante de Londres partilham um objectivo comum: usar os seus encantos femininos para arranjarem marido. E assim nasce um ousado esquema de sedução e conquista. A delicada aristocrata Annabelle Peyton, determinada a salvar a família da desgraça, decide usar a sua beleza e inteligência para seduzir um nobre endinheirado. Mas o admirador mais intrigante e persistente de Annabelle – o plebeu arrogante e ambicioso Simon Hunt – deixa bem claro que tenciona arruinar-lhe os planos, iniciando-a nos mais escandalosos prazeres da carne. Annabelle está decidida a resistir, mas a tarefa parece impossível perante uma sedução tão implacável… e o desejo descontrolado que desde logo a incendeia. Por fim, numa noite escaldante de verão, Annabelle sucumbe aos beijos tentadores de Simon, descobrindo que, afinal, o amor é o jogo mais perigoso de todos.
Esclarecimento quanto à série e ao livro: Antes de mais, eu tinha lido este livro em inglês há alguns anos, sob o título Secrets of a Summer Night, o que fazia muito mais sentido visto tratar-se de uma série de 4 livros, cada um alusivo a uma estação diferente e centrado num casal diferente. Uma vez mais, senti-me envergonhada pelo rosto e pelo título que as chancelas portuguesas atribuem a obras inglesas. Eu sei que o romance em si promete alguma intimidade, mas não uma tal que defina a sua essência. Depois permitam-me corrigir esta sinopse ultrajante: se eu não conhecesse o livro sentir-me-ia enganada. As senhoras (Annabelle, Lilian, Daisy e Evie) não usam encantos femininos alguns para caçar um marido. Elas fazem-se, sim, valer dos esquemas conjuntos. Estão todas desesperadas por casar; não porque precisem de um homem, mas porque estão em péssima situação, cada uma da sua perspectiva. Annabelle está sozinha com a mãe e um irmão pequeno e estão enterrados em dívidas, Lillian e Daisy são ricas, mas americanas e, assim sendo, não têm lugar na sociedade inglesa. Os pais massacram-nas e querem libertar-se desse peso. Não podemos esquecer que os livros serão ambientados na década de 40 do século XIX. Evie é maltratada pela tia que sempre cuidou dela, e está prestes a ser forçada a casar-se com um primo asqueroso e facilmente manipulável, que a deixaria, após o matrimónio, na mesma situação de dependência. Este primeiro volume centra-se na Annabelle, que é da aristocracia e está falida e a passar dificuldades, e em Simon Hunt - o filho do açougueiro - que, graças ao talento natural, investiu no progresso dos caminhos de ferro para produzir locomotivas e construiu, deste modo, um império sólido. Na Inglaterra do séc. XIX, convém ter-se boas relações para, mesmo imoralmente rico, se ter as portas da sociedade abertas. Mas Simon despreza a sociedade em geral, nunca se esforçou por se enquadrar, move-se nos círculos mais altos porque se tornou bom amigo de alguns nobres visionários que, tal como ele, estão por dentro do mundo dos negócios. É também mentira que o Simon se aproveite do seu atractivo - ou do efeito que claramente tem sobre a Annabelle - para a convencer a abandonar os seus planos de ficar com um qualquer nobre rico. Ele limita-se a escorregar, com ela, para aquilo que ambos querem. Mas não é dissimulado nem tece planos para a desgraçar. Sedução implacável? Ele nunca se aproxima dela com más intenções. Enfim, toda a sinopse dá a entender que ele consegue que a mulherzinha se enrole com ele num palheiro qualquer numa "noite escaldante de verão", numa infeliz alusão ao nome do livro em inglês, indiscriminadamente posto de parte. Lamentando alongar-me, digo apenas que o meu livro favorito destes quatro é o terceiro, The Devil in Winter, que se centra na Evie, gaga, ruiva, maltratada pela família, insegura e demasiado inocente, e em Sebastian St. Vincent, um visconde que passou a vida entre todas as coxas que lhe cruzavam o caminho e que está na penúria. É que a Evie tem muito a herdar e quer desesperadamente fugir da casa onde é quase uma prisioneira.
Opinião: Pondo de parte as promessas (erróneas) da editora, o livro fala sobre a construção de um amor. Na minha humilde opinião, fala de um homem que não tem problemas em assumir o que quer. E ele quer a Annabelle, só que tem uma reputação péssima e nem a riqueza lhe vale nos círculos da nobreza. E ela quer voltar aos tempos áureos da sua vida, antes de o pai morrer e as deixar na penúria e quase excluídas da sociedade. É por aí que se torna difícil um entendimento. Mas o livro, ao contrário de muitos do género, não é previsível. Ele não surge para a salvar a cada vez que ela tem um desentendimento com alguém. Nenhum dos dois se baseia em opiniões alheias para formar o seu próprio discernimento sobre o outro. Têm os seus próprios motivos - ele para a querer e ela para o manter longe. E então, como é evidente, no momento certo, o livro sofre uma reviravolta e a opinião dela em relação a ele altera-se. Talvez a arrogância deste Mr. Hunt tenha algum fundo de bom-humor. Talvez ele não se ache acima de ninguém ou tenha razão ao desprezar os nobres pançudos que nunca moveram uma palha na vida e que prefeririam morrer afogados a ter que remar para a costa. Resumidamente: foi um livro com alma. Não ficam pontas soltas, compreende-se os porquês daquelas pessoas. Nem tudo se resume a Annabelle e ao Hunt. Há mais do que isso, há uma introdução à picardia épica da Lillian com o Lorde Westcliff (que peca bastante no volume seguinte, porque parece desfazer-se do nada), há uma bonita amizade entre quatro mulheres desprezadas. Gostei bastante e estou ansiosa pelo próximo. Não revelo o nome porque é tão vergonhoso quanto este... mas anda por aí, pelas internets.