Sinopse:Whitney Stone é uma jovem de personalidade forte. Algo que o pai, um homem frio e calculista, não tolera. Decidido a acabar de uma vez por todas com a paixão que a filha nutre pelo vizinho Paul, envia-a para Paris. Sob os cuidados e carinho dos tios, a trapalhona e reguila Whitney transforma-se numa mulher lindíssima. A sua sensualidade e carisma conquistam a sociedade parisiense e captam a atenção do poderoso Duque de Claymore. Mas o coração de Whitney há muito que está tomado por Paul. Essa é, pelo menos, a convicção da jovem. Até ao dia em que dá por si a sentir-se tentada pelo duque - uma atração que a delicia e perturba, pois é a primeira vez que percebe que o seu coração tem uma vontade muito própria. Já o duque não tem qualquer dúvida. Ele deseja Whitney. E planeia tê-la, não obstante o crescente número de obstáculos, que incluem o "pormenor" de ela estar apaixonada por outro homem, a apreensão da tia e os planos do pai ganancioso, que, para se salvar da ruína, faz um acordo secreto. A moeda de troca? A sua filha…
Opinião:Este livro mexeu comigo. Não me surpreendi ao descobrir que não me lembrava de uma linha do livro a cada página que ia lendo (e são muitas). Mas iniciei a leitura sabendo que o lera uma vez, teria uns 17 ou 18 anos, em Inglês ou em PT-BR, e que tinha AMADO o livro. Foi a porta aberta para que começasse a ler estes romances cor-de-rosa de época, dos quais devo salientar que as minhas escritoras favoritas continuam a ser, sem sombra de dúvida dentro do género, a Sherry Thomas e a Julia Quinn.
Desta vez, simplesmente, abominei cada página. Será embirrância? Será que perdi a inocência e a ingenuidade que me permitiram viver o livro quando era mais jovem? Estou mais inclinada para pensar que cresci e que a minha percepção de amor se alterou. O que encontrei nestas 630 páginas é uma versão travestida do que, para mim, é o amor.
O romance é o primeiro da Judith McNaught, como a própria salientou na nota final, e estimulou-a a iniciar a sua prolífera carreira na escrita. Ganhou prémios (não me dei ao trabalho de investigar quais), e com certeza deve ter gerado uma mina de dinheiro, porque tantos do mesmo género lhe sucederam (dela e de outras autoras)...
Escrito em 1978, apenas publicado em 1985, tornou-se um best-seller instantâneo, e até entendo porquê: é um Fifty Shades of Grey versão século XIX em rendas e folhos. Talvez, neste ponto, me deva perguntar o que atrai tanto as mulheres em livros onde a personagem masculina é doentiamente possessiva e ciumenta? Deixaremos a reflexão para daqui a pouco.
Resumo simples do livro (sem *muitos* spoilers):
Nas primeiras 300 páginas do livro, o duque conhece a jovem mais linda, maravilhosa, sensual, inocente, esbelta, alta, voluptuosa, espirituosa e inteligente da festa, com o nome mais estranho de sempre. A jovem põem-no a rir e insulta o seu título, duvidando que seja de facto um duque. Isso acende qualquer coisa nele, e decide ir para casa e passar um cheque ao pai dela para a "comprar". A partir daí, toma a sensata decisão de tentar que se conheçam melhor antes que ela saiba que estão noivos. Se o livro terminasse na página 300, depois desses passeios a cavalo, dessas risadas juntos, talvez tivesse merecido pelo menos quatro estrelas. Ainda assim, a impetuosidade "especial" que a autora tentou imprimir à personagem feminina principal é exasperante, mas a racionalidade do duque equilibrava as coisas, funcionava como o juízo do leitor e as coisas harmonizavam-se. Mas o problema é que o livro continuou e, a partir do momento em que Whitney descobre o acordo entre o duque e o seu pai, o livro torna-se aquilo que gosto de apelidar de uma "fantochada" onde imperam os mal-entendidos. Ora eu valorizo uma boa comunicação acima de tudo, e nem por sombras algo do género poderia suceder na minha vida. Por isso, começo logo por considerar as personagens principais muito inaptas para um relacionamento sério, e a coisa descamba para mim.
Preparem-se, porque abaixo vou embirrar com tudo, mas mesmo com tudo.
Vamos por pontos:
1) A personagem principal feminina;
2) A personagem principal masculina;
3) O vocabulário/a tradução;
4) A bajulação às duas personagens principais por parte de todas as outras;
5) O rumo dos acontecimentos a partir da página 300;
6) Mal-entendidos;
7) Conteúdo histórico;
8) O comprimento do livro.
Whitney Stone é uma beldade inglesa destrambelhada. Não me ocorre outra palavra, a escritora queria que assim fosse. E aqui iniciamos o ponto 1). «Whitney», não consigo imaginar este nome no século XIX excepto, talvez, num armazém de madeiras de Nova Iorque, tipo "Whitney&Cº". Um pouco como Jennifer Merrick do outro livro da série Um Reino de Sonho, são nomes que dificilmente existiam na época. Esta insistência em escolher um nome que distinga a personagem das restantes, não a torna especial. Torna-a irreal, e isso, somado ao traço tresloucada, que é comum a ambas, torna-as bonecos animados, mas muito bonitos, a fazer piruetas e macacadas de página para página. Depois a autora cobre-as do elogio "espirituosas", ou "corajosas", ou "orgulhosas", ou "teimosas", como se fossem sinónimo de firmeza de carácter.
As coisas que estas personagens vão fazendo são irrealistas e impensáveis na época e, ainda que alguém pensasse assim tão "fora da caixa", a reacção da sociedade nunca seria tão complacente só porque possuem uma beleza etérea e são maravilhosas e encantadoras até à exaustão, como a narrativa não se cansa de repetir. Falta realismo, uma grande dose de realismo em coisas simples quando a construção das personagens principais.
Por falar em personagens principais, chegamos ao ponto 2). Os duques, condes, viscondes, marqueses, etc., por quem estas mulheres se apaixonam, são sempre o homem mais alto do baile, com os ombros mais largos, uma riqueza obscena e uma inteligência que arruma para o lado a de todos os outros. A sociedade inglesa do século XIX seria assim tão desprovida de pessoas sensatas? É por isso que gosto do gago da Julia Quinn, ou do seu visconde falido. Neste livro, a loucura da personagem masculina vai além de todos os outros. Primeiro é obcecado pela mocinha principal, sem que jamais se entenda o porquê (além de lhe admirar, até ao enjoo, a beleza etérea, dos maravilhosos olhos verdes, das esbeltas curvas, dos fartos seios, do lustroso cabelo castanho-avermelhado, da altivez e do queixo erguido em desafio), depois vai por caminhos tortuosos para chegar ao que quer. Se bem que meter-se por caminhos tortuosos é algo típico de todas as personagens deste livro. Se alguém quer algo, nunca diz "Serves-me um pouco de chá?"; é mais provável que finja a própria morte para que alguém lhe traga uma chávena. Depois o seu passado nunca foi bem explicado. Isto é, tudo leva a crer que tenha tido um passado tranquilo e um lar pleno de amor e protecção, além do evidente conforto financeiro. Mas, ainda assim, é inseguro e desconfiado, traços que a autora nunca se dá ao trabalho de explicar do ponto de vista psicológico. Sofreu algum abuso? Foi abandonado? Foi roubado? O pai fugiu de casa? Que raio se passa com a criatura para assumir que é vítima de conspirações a todo o instante?
Em português, todas as festas, jóias, mansões, sorrisos, etc., eram exageradamente descritos. O ponto 3) ia-me pondo louca. Não se escreve "Moveu as pernas", mas sempre "Moveu as longas/esbeltas/suaves pernas". Nunca há um "Passou um casaco nos ombros", mas sempre "ombros largos", "maravilhosos/esplêndidos olhos verdes", "intrigantes olhos cinzentos", "longos dedos", "ancas estreitas", "seios sumptuosos", "esplêndida refeição", "sorriso encantador", etc. Já não podia com tanta adjectivação, senti-me prestes a gritar perante a repetição da cor do cabelo/olhos dela, dos musculosos ombros/pernas/peito dele, etc. Que frete!
Tudo isto explica porque o ponto 4) também surge: toda a gente se pela de medo pelo duque e se verga de admiração pela duquesa. O duque é magnânimo, autoritário, arrogante, rico, inteligente, escandalosamente atraente e jovem, e ela é também jovem, inocente, pueril, divertida, espirituosa, inteligente (fala grego, italiano, alemão, inglês e francês, e com apenas 20 anos!), e são ambos excelentes cavaleiros. Como são abençoados, e toda a gente o relembra a cada duas páginas!, por entre pedidos de casamento e suspiros de admiração.
Já ia mais ou menos chateada com tanto surrealismo cómico que, quando chega o momento da revelação da identidade do vizinho, Mr. Westland (ponto 2), tudo descamba. A personagem feminina, tão cheia de fibra, começa a emburrecer gravemente. Ele perde a razão e torna-se um bruto (ponto 2). Descobrimos que estes dois seres tão inteligentes e iluminados não conseguem ter uma conversa sem tirarem N conclusões diferentes, que depois os levam a agir da maneira mais absurda imaginável. Os conflitos são-nos atirados para o colo um atrás do outro. Perdoam-se, fazem as pazes, para depois desconfiarem de novo e estarem outras tantas páginas a carpir-se enquanto os outros os lembram que são maravilhosos e encantadores e lhes garantem que o outro os ama.
Já disse que os mal-entendidos (ponto 6) me tiram do sério? Uma boa comunicação não será o que distingue duas pessoas feitas uma para a outra de dois tolos iletrados na arte de socializar?
Em termos de enquadramento histórico, só sabemos que é Inglaterra porque a autora o menciona, o ponto 7) é em tudo deficitário para uma amante dos factos como eu. Não digo que não houvesse nenhuma pesquisa, mas acho que foi mais ao nível dos cordões entrelaçados no cabelo que a duquesa usava. Além de que, a dada altura, se fala de "retratos", mais para o final do livro. Se estivesse no pós-guerra napoleónica e antes da Guerra da Crimeia, dificilmente haveria fotografia, e certamente não das gerações anteriores. Tudo se resume a carruagens, títulos e bailes. Não se fala de nada de específico, até a igreja onde se dá o tão esperado casamento é apenas "a igreja". É vago e o romance sofre com isso - para além de agonizar com todo o resto!
Por fim, o livro nunca mais acabava (ponto 8). Um horror. Quando pensávamos que tudo tinha terminado, recomeça de novo. O ciclo torna-se de tal modo insuportável que, à luz da sabedoria dos meus quase vinte e oito anos, estou certa de ter tirado o perfil psicológico destes dois. Ele vai sempre agredi-la, e ela está confortável na posição de vítima carpideira. Seria assim a vida toda.
Opinião: Amei este livro, sobretudo o tecido familiar da Diana Foster, a personagem principal, e a delicadeza das expectativas e das suas acções dentro desse círculo. Não me é fácil simpatizar com uma protagonista, mas isso geralmente acontece com a mesma é uma mistura de força e fragilidade. Também apreciei muito as partes em que a autora nos permitia ver vislumbres do passado da reservada Diana e do rapaz que ajudava o seu pai nas cavalariças enquanto estudava. Gostei do desenvolvimento da relação dos dois, foi ternurento e emotivo, sentia-se de facto o afecto a florescer entre eles, e a autora deu-lhe mais sal do que às habituais histórias em que os atributos físicos são rebobinados ao ponto da exaustão. Também me deixei envolver pelos segredos familiares, a mãe um tanto leviana, o pai meio desligado. É nesse contexto que Diana e Cole se aproximam, e, mesmo depois de anos separados, nunca esquecem a familiaridade que partilharam na juventude. É sempre bom ler sobre duas pessoas que calcorrearam as estações da sua vida com garra e determinação, e que no momento certo se reaproximam, cada um com nova bagagem e as com as suas conquistas e derrotas, e reatam algo que ficara por concretizar no passado. Não costumo ler romances contemporâneos, contam-se pelos dedos os que li (A Montanha entre nós, Sozinhos na Ilha, Segredos do Passado, poucos mais). Mas este, realmente, valeu a pena. Cativou-me e devolveu-me a vontade de ler Judith Mcnaught. Quando o bilionário Cole Harrison se aproxima dela com dois flûtes e uma garrafa de champanhe, Diana é apanhada de surpresa, pois reconhece nele o moço de cavalariça que desapareceu da sua vida vinte anos antes. E, fazendo jus à sua reputação de magnata, Cole tem uma proposta para ela: um casamento de conveniência, pois arrisca-se a perder uma fortuna se não se casar em breve. Diana dificilmente imaginaria nessa noite que iria reencontrar Cole, muito menos sucumbir ao esquema elaborado dele, para não falar no perigo de ceder a uma paixão avassaladora…
Sinopse:É a contragosto que Diana Foster se encontra num extravagante baile de caridade, rodeada pela fina-flor do Texas. O noivo acabou de a deixar, trocando-a por uma herdeira italiana, e a jovem anseia apenas por um pouco de privacidade. Mas está em jogo a sua carreira e o bom nome da família. Como gestora da empresa familiar, Diana tem uma imagem a manter. E a fasquia não podia estar mais alta pois ela é editora da revista Beautiful Living, uma publicação de referência no que toca à tranquilidade doméstica.
Opinião:"Porque será que, quando te rendes, me sinto sempre como se fosse eu que tivesse sido conquistado?"
Foi a segunda vez que li este livro, mas não sabia quando o comprei que já o tinha tido nas mãos. Jennifer é noviça numa abadia na Escócia, e portanto católica, membro de um clã e inimiga declarada dos ingleses. Royce é o braço direito do rei Henrique nos seus avanços bélicos contra a Escócia, difere em princípios, religião e patriotismo. Neste ponto dou valor à escritora por toda a pesquisa que evidentemente levou a cabo, e por todos os detalhes que nos fornece. Nada a dizer também a nível de contexto histórico (estamos em 1499), e dos contrastes entre a Escócia e a Inglaterra, uma sustentada por clãs temerários e orgulhosos, outra sustida pela ganância de nobres que enriquecem pilhando a outra e aumentando os domínios da sua coroa. É época de torneios, de agitação política, de catolicismo fervoroso enquanto Henrique ameaça virar as costas a Roma e fundar a sua própria religião, de fortificações, cercos, violações e pilhagens. A minha embirrância começa logo com o nome da personagem principal: Jennifer. Uma rápida incursão na wikipédia diz que é a adaptação de Guinevere, adaptada na língua inglesa durante o sec. XX. História também é um bocadinho de intuição, e não consigo imaginar um diálogo entre a princesa Cátia e a duquesa, a senhora Soraia, enquanto as assiste a boa aia Jéssica, um doce de moça. Só neste instante fui ver a origem do nome, mas faz-me espécie que não se tenha consultado uma lista de nomes tradicionais escoceses da época, de modo a chamar-lhe Heather, Fiona ou Arabella. Irrita-me que algumas pessoas fiquem agora com a impressão de que alguém se chamava Jennifer no sec. XV. Depois, o livro começou mais ou menos bem, mas cedo se revelaram as intenções da autora: despejar todo e qualquer conflito possível para o meio do enredo. Então ele é raptos, ele é fugas, ele é conspirações, ele é traições, ele é drama, ele é mal-entendidos, ele é tudo. Se terminasse na página 300, com tudo um pouco melhor gerido, teria sido menos exasperante. Sobre cada duas páginas de felicidade amorosa, abatiam-se cinquenta de uma nova quezília. E, pior, aquela personagem feminina é de bradar aos céus. A autora não me convenceu de modo algum. A pessoa pode cortar com as convenções da sua época, mas só até certo ponto. Não me importo quando os livros têm obstáculos, quando os problemas se sucedem, mas ao menos o coração das personagens principais tem de ser leal, tem de ser constante. Aqui dei por mim, muito cedo, a perguntar-me o que é que o famoso Lobo Negro via nesta Jenny: eram os seios, os maravilhosos olhos azuis, o ultrasuave cabelo ruivo, o sorriso e os dentes brancos, e a coragem. Sempre a coragem e o desafio, louvados ao ponto do rolar a vista. E o retrato incongruente da noviça de dezassete anos virgem e pouco vivida, enclausurada, que brincava com os rapazes e não teme o guerreiro inglês que todos temem.E Royce? Royce tudo faz por ela, em tudo a poupa, sorri muito de repente e tem atitudes românticas. Tudo engole, o que, para mim, é difícil de entender e desmancha a consistência da personagem. Não me conseguiram vender este livro. Ele é um mártir às mãos da criança mimada e bipolar que McNaught aqui descreve. O perfil da jovem ingénua mas fogosa, corajosa mas insegura, determinada mas submissa, orgulhosa e que humilha, a de coração bondoso que perdoa todas as provações a que a sujeitam, não funciona para mim. Salva-se a tia Elinor e o gigante Arik; emparelhados puseram-me a rir. Lembrou-me os livros da Sveva Casatti Modignani, que devorei com os meus 14 aninhos, e que cedo abandonei porque me apercebi de que havia um padrão nas personagens femininas: eram lindas, maravilhosas, ricas mas vindas de famílias operárias, toda a gente lhes admirava a fibra, a garra, o ardor com que se batiam pelo que queriam. Todos as admiravam e lhes teciam os maiores elogios. E elas ali... sem tomarem uma decisão, sem fazerem nada que não deslumbrarem um industrial da moda milanês. Era muita conversa para pouca acção. As atitudes das suas Giulias nunca estavam à altura da admiração que lhes projectava e fartei-me. Uma nota para a tradução portuguesa, que só melhora depois da página 200. Ler "positivamente carregado de galhos", ou "terna ingénua", "doce coração", "esbelto pescoço", etc., foi embaraçoso. Também achei que a culpa é em parte do manuscrito original, porque enjoei o número de vezes em que a escritora repetiu, não fôssemos nós esquecer, que o homem era enorme e tinha ombros muito largos, e que era bronzeado e tinha dentes muito brancos e olhos cinzentos. E ela? Os olhos dela lembram veludo molhado (não importa a cor, desde que molhado), ou safiras líquidas (?), e também tem os dentes muito brancos, a pele leitosa, os seios e os lábios generosos, a cintura muito fina, os cabelos acobreados.Foi tudo repetido ao ponto do enjoo. Mas ai, como era fácil amar no séc. XV! Sinopse: Chamam-lhe o Lobo Negro. Nunca perde uma batalha. Temido por todos, Royce Westmoreland, duque de Claymore, é um guerreiro inglês intrépido. Tão intrépido que comete a loucura de manter sequestrada a filha do seu maior rival, o chefe do poderoso clã escocês Merrick. Jenny Merrick pode ter sido raptada do colégio de freiras que frequentava, mas não vai ficar de braços cruzados. A bela e fogosa jovem tenciona lutar com unhas e dentes e destruir este inglês grosseiro que se julga dono de tudo - e o facto é que consegue enfurecê-lo melhor do que ninguém. Quando, por decreto real, são obrigados a casar, espera-se o pior. A feroz batalha de vontades, porém, não tarda a dar lugar a uma paixão escaldante, mas muito breve… Agora, após uma devastadora traição e uma série de mal-entendidos, Jenny vai ter de decidir a quem deve a sua lealdade… Um clássico romântico. Uma das obras mais aclamadas da bestseller Judith McNaught.
Sinopse:Lady Elizabeth Cameron, condessa de Havenhurst, tem apenas 17 anos quando conhece Ian Thornton, um enigmático homem de linhagem misteriosa e reputação sombria. Numa época em que a alta sociedade adora escândalos e valoriza títulos e dinheiro acima de tudo, Elizabeth e Ian cometem o erro de se apaixonarem.
Ian não sabe que a jovem pertence à nobreza e pede-a singelamente em casamento. Um momento de intimidade que é testemunhado por Robert, irmão de Elizabeth. Desdenhoso, Robert revela que a irmã já está prometida a outro homem, um aristocrata, como manda a tradição. Ian fica destroçado perante a ideia de ter sido um mero objeto para a sua amada. Também Elizabeth se sente traída, ao pensar que ele não passa, afinal, de um caçador de fortunas. Mas a sua reputação já está irremediavelmente manchada.Dois anos passam e os amantes voltam a encontrar-se. E mesmo após tanto tempo e tanta mágoa, os seus sentimentos revelam ser tão fortes como antes. Esta que promete ser uma segunda oportunidade para ambos será também o começo de uma dança de paixão e intriga, um caminho tortuoso desde os salões elegantes de Londres à beleza agreste das Terras Altas da Escócia… Um turbulento romance entre duas pessoas destinadas a ficar juntas, numa época em que o casamento nada tem a ver com amor. Não é o meu favorito dela, definitivamente. Classificação: 3,5 ***/**
Opinião:Fiquei muito decepcionada com este livro da Judith. Mas já previa… 600 páginas de um romance deste género, só podiam estar pejadas de repetições e de intriga fácil. Aquilo que a autora tem de melhor, face a todas as outras autoras do género, é o bom senso de que reveste as suas personagens. O modo como estas são sempre fiéis àquilo que sentem, mesmo quando há rumores a tentarem destruir a sua paz. É impossível não cair de joelhos pelo Ian, mas a Elizabeth é uma mosca morta. Primeiro, não gosto muito de histórias em que a protagonista é a mártir perfeita: uma carinha de anjo, complacência até mais não. É aborrecido reler centenas de vezes como é linda (mas inconsciente disso), como o luxuoso vestido lhe cai tão bem (e como ela o tentou recusar, por o achar “demais”), e como salvou o dia com a sua inteligência incomum. Claro que me ri várias vezes, sobretudo com as personagens secundárias. A criadagem da Elizabeth parece um decalque do Penrose da Alex, no livro anterior (Algo Maravilhoso), mas deu para rir quando punham purgante nas sanduíches e no chá dos convidados que desprezavam. A duquesa viúva, avó do Jason, volta a aparecer e também contribui para o divertimento do leitor. Fora isso temos Jake e Duncan, amigo e tio de Ian, respectivamente, e Lucinda, a acompanhante de Elizabeth, que também tem uma personalidade vincada. Os “vilões” são as amigas invejosas, o tio avarento e ganancioso e o irmão despeitado. Se o ponto final tivesse acontecido na página 450, apesar de ser já um livro longo e que encerrava duas linhas de acção paralelas (quando se conheceram e quando se reencontram, quase dois anos depois), teria o tamanho certo. Mas a autora achou que ainda não tinham havido mal-entendidos suficientes e rouba o discernimento à mocinha. Põe-na a desconfiar do protagonista de uma maneira absurda e a cometer um acto irreflectido que eu jamais perdoaria a uma pessoa que julgasse que me amasse e que confiasse em mim. Mas enfim, disparates à parte, também os finais não variam: jardins, herdeiros e muitos risos.
Sinopse:Alexandra Lawrence tinha a seu favor o facto de serbem-nascida e… nada mais. Com o seu aspeto e modos arrapazados - sabia dispararuma arma, pescar, e montar a cavalo tão bem como qualquer homem - não erapropriamente a noiva perfeita.
Para piorar as coisas, vivia na penúria, otio era um bêbado e a mãe uma senhora de temperamento irascível. Não, ninguémdiria que seria ela a casar com o abastado, mulherengo e arrogante JordanTownsende, duque de Hawthorne.
Mas a verdade é que, devido a um infelizmal-entendido, assim foi.
Alexandra é agora duquesa, mas a sua vida étudo menos calma. Quatro dias após o casamento, o marido desaparece sem deixarrasto. É sozinha que tem de enfrentar a sociedade londrina, que despreza ofacto de um dos "seus" aristocratas ter casado com uma campóniaingénua. Quando Jordan finalmente reaparece, Alexandra já perdeu a inocênciados seus dezassete anos, mas aos poucos vai descobrir que, por detrás dafachada gélida do marido, está um homem ternurento, amável e sensual.Tragicamente, Jordan coleccionou demasiados inimigos e é agora um alvo aabater. Caberá a Alexandra salvar a vida do homem que ama. Uma missãoimpossível não fosse a sua teimosia em acreditar que o futuro lhes reserva…algo maravilhoso.
Opinião:Por muito que me dê conta do quanto a leitura exaustivadesta espécie de livros arruinou todos os homens (comuns, mortais) aos meusolhos, dei mais algum tempo de antena à Judith McNaught. A verdade é que o seu“Para Sempre” já me tinha comovido há uns meses, e ofereceu algumas lufadas dear fresco face a esta enchente de livros do género que andam pelas bancas…
Agora o “Algo Maravilhoso” veio cumprir o mesmo propósito.Romântico, fórmula habitual, final previsível, e ainda assim houve algumastiradas imprevistas…
As personagens principais, Jordan e Alexandra, são ostípicos protagonistas destas histórias: ele é rico, um duque, marquês, e sei lámais quantos títulos acumula. Ela é pobre, cresceu de modo invulgar (o avôensinou-a a citar os grandes pensadores gregos), gosta de esgrima e deactividad
es ao ar livre. Ele é filho único, o que faz dele umalvo a abater na sociedade londrina. Ela também é filha única, à excepção deuma meia-irmã que nunca surge e que fica claro que a despreza.
O casamento é de arranjo,como todos do género. É na relação entre as duas principais e no contextohistórico e no esmero dos cenários que reside o meu apreço: por muito queestejam zangados, desiludidos, ou que oiçam mexericos um do outro, escolhemsempre acreditar que o outro é melhor do que isso. Acabam por se dar inúmerasoportunidades e não conseguem deixar de demonstrar carinho e interesse pelooutro.
Para mim o livro descamboumais perto do fim, quando o clímax da acção se dá em moldes demasiadodramáticos, com um deles a ser baleado e a ficar às portas da morte, paraculminar numa recuperação miraculosa…
Enfim, já visto. Já lido.
Ainda assim, gostei.
Meninas: fujam desteslivros. Nenhum homem será jamais suficientemente bom…
Sinopse:VictoriaSeaton cruzou um oceano. Para trás, deixou tudo o que amava. A sua cidade, NovaIorque. Andrew, o homem dos seus sonhos. E a casa onde nasceu, agoratristemente vazia após a morte súbita dos pais. Desamparada, Victoria não temoutra solução que não rumar ao desconhecido. A Inglaterra, um país que quenunca visitou. Aos aristocráticos Fielding, uma família que nunca viu e à qualpertence apenas no papel. A uma herança que não sabia existir. O seu únicoconforto é a sua irmã Dorothy, a quem protege fingindo ser a mulher corajosaque, intimamente, teme não ser. A alta sociedade britânica rapidamente a põe àprova com as suas regras rígidas, tão diferentes dos modos calorosos e simplesdo seu país natal. Igualmente impenetráveis são as reacções da família. Quandoconhece a avó – a duquesa de Claremont - Victoria não percebe o porquê do seuolhar venenoso e a sua obstinação em acolher apenas Dorothy. As irmãs acabampor ser separadas e Victoria fica à mercê do jovem lorde Jason Fielding, seuprimo afastado. Jason é um homem frio, sensual e implacável. Nos salões damoda, é o alvo de todas as atenções, a chama que atrai homens e mulheres, o“felino selvagem entre gatinhos domésticos”. Ele permanece um mistério aosolhos de Victoria, que recusa submeter-se às suas ordens ríspidas. Por seulado, Jason não sabe como reagir ao temperamento explosivo da jovem americana.A relação de ambos é tão excitante quanto impossível. Sobre ela paira - negra eomnipresente - a sombra do passado com os seus mistérios, segredos e crimes…
Opinião: Ao final de se ler centenas de livros,atinge-se um estado interessante… O que deriva do facto de ter lido este livropela terceira vez como se fosse a primeira.
Da primeira para a segunda vez que o li, amemória obliterou todo o seu conteúdo. Li-o da segunda vez em inglês, nadiagonal, e fiquei com um grande fraquinho pelo personagem principal masculino,o Jason.
Depois, quando soube que ia sair emportuguês, pus-me na fila para o adquirir e devorei-o em todos os minutinhoslivres de que dispus.
Já li muitos livros do género, a fórmulanão varia demasiado: a autora atira dois protagonistas para um casamentoarranjado. Aqui variam os motivos A) havia sido acordado pelas famílias e ambosestão desgostosos. B) Ele cobiça-a e consegue-a. Apenas ela está desgostosa. C)Envolveram-se e ele acaba por a pedir em casamento para salvaguardar asaparências. Ambos se fingem de desgostosos. D) Ele pede-a emcasamento por uma questão de honra ou para salvá-la da pobreza. Não se entendemdurante trezentas páginas porque ela se martiriza por ser um fardo e ele achaque ela só precisa dele para comer.
Enfim, depois variam os desafios que aautora atira para cima do casalinho maravilha. Um deles foi pobre. Um deles foimaltratado pela família. Um deles gagueja. Um deles foge ao passado. Um deleshavia jurado nunca se casar. Um deles pensava que amava outra pessoa. Ele ésempre um libertino. Ela é sempre virgem.
Etc., etc., etc.
A Judith fez aqui algumas modificações nahistória. Primeiro, o Jason é realmente silencioso quanto ao seu passado. Nãoapenas silencioso quanto discreto. Não tem nada de pedante quanto a isso. Nãose gaba de ter saído do nada, não usa a sua influência para obter o que quer,está muito calmo na vida dele, viúvo, quando a Victoria entra pela vida deleadentro. A Victoria não é uma tontinha nem cai de amores por ele assim, sem mais nem menos. É bonito vê-los serem cativados um pelo outro.
A Victoria é americana, perdeu os pais edescobre que a única família que tem pertence à aristocracia inglesa. Ao pôr ospés em Inglaterra, é imediatamente despejada para um noivado de fachada com oviúvo Marquês de Wakefield.
A fórmula também não é assim tão diferentedas restantes; ele é sombrio, tem humor negro, é estupidamente atraente, toda agente foge a esconder-se quando ele dá ordens, raramente se ri. Ela é um soprode alegria na casa dela, ora infantil, ora uma coisinha sedutora.
Contudo, foi interessante ver um livro quejunta duas pessoas perfeitas uma para a outra, duas pessoas que precisamuma da outra, e uma pesquisa histórica tão bem feita. Ao contrário deoutros livros do género, em que apenas nos damos conta de estarmos no séculoXIX porque ela usa decotes imorais, muitas jóias, frequentam muitos bailes eandam muito a cavalo, este contém toda a espécie de detalhe que enternece quemse interessa por história. Além da comparação entre os hábitos sociais naAmérica e em Inglaterra, na época, ficamos a saber quanto tempo deveria umafilha guardar luto pelos pais, o que era esperado dela, em que pé está amedicina, como se passam os serões, que jogos se jogam, o que se bebe, o quebebem as mulheres, o que preferem os homens? O que fazem os homens ao serão? Oque fazem as mulheres? Como funciona uma casa? Como se enriquece no século XIX?Quanto tempo duram as cartas a circular pelo mundo? Como faziam os navios atravessia do Atlântico? Como vivem os casais na intimidade? O que é aceitávelsocialmente de um marido? O que é imperdoável numa mulher?
Gostei muito do livro. Houvemal-entendidos, como é evidente, mas não por falta de comunicação. Os protagonistasguardam os seus sentimentos por receio, mas depois recusam-se a acreditar que ooutro não os estime. Não são assim tão inseguros ou cegos. Têm dúvidas,sobretudo se estarão à altura do outro, se o merecem, se podem fazê-lo feliz.São muito humanos, divertidos, coesos.
A Victoria é corajosa, honesta. O Jasontem um orgulho do qual ele próprio, por vezes troça. Como quando uma bala quefez ricochete numa árvore o atinge, e ele fica sentado após o embate, chocado,e comenta que não acredita que foi a árvore, e não o seu oponente,a causar-lhe dano.
Foram um casal amoroso, muito bemconstruído. Mesmo os empregados têm personalidades marcantes, dando vontade deler-se também sobre eles, as suas opiniões e mexericos. A autora mostrou muitobem o que era esperado do mordomo, do cocheiro, do lacaio, do bláblá, e doNorthrup, abridor de portas e com orgulho!
Da parte da escritora, lamento que oassunto “Jamie” tenha sido enterrado ao fim do prólogo. Quem ler saberá do quefalo. Acho algo demasiado importante para ficar assim enterrado semrepercussões no futuro de alguém como o Jason. Da parte da editora, lamentoalgumas escolhas de palavreado por parte da tradutora. Enjoei da palavra“delicado/delicada” e “encantador/encantadora”. Gostaria de lhe falar da existênciade outros adjectivos.
Aconselho a todas as leitoras que gostamda Julia Quinn, da Sherry Thomas, da Lisa Kleypas. Foi um livro delicioso emque, mesmo nas partes mais íntimas, manteve uma grande elegância. Falta umbocadinho desse realismo a algumas das outras autoras. Não passem por cima daFísica e da Anatomia só para provar que estes homens são uns garanhões na cama!