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Castelos de Letras

Em torno das minhas leituras!

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#66 GREEN, John - A Culpa é das Estrelas


Sinopse: Apesar do milagre da medicina que fez diminuir o tumor que a atacara háalguns anos, Hazel nunca tinha conhecido outra situação que não a de doenteterminal, sendo o capítulo final da sua vida parte integrante do seudiagnóstico. Mas com a chegada repentina ao Grupo de Apoio dos Miúdos comCancro de uma atraente reviravolta de seu nome Augustus Waters, a história deHazel vê-se agora prestes a ser completamente rescrita.
PERSPICAZ,ARROJADO, IRREVERENTE E CRU, A Culpa é das Estrelas é a obra mais ambiciosa ecomovente que o premiado autor John Green nos apresentou até hoje, explorandode maneira brilhante a aventura divertida, empolgante e trágica que é estar-sevivo e apaixonado.

Opinião: A minha opinião éambígua em relação a este livro. Não consegui entender se havia um público aquem era dirigido e se, havendo, eu me enquadrava nele. Contudo suspeito deque, se tivesse cinco aninhos a menos, o livro me teria marcado muito mais. Para quem não sabe, esta obra deficção envolve a criação de um medicamento que, na realidade não existe, paraprolongar a vida de uma adolescente cujo cancro é incurável. A sua vida é ummero adiamento de uma morte mais eminente do que a de qualquer mortal. Tem poucaqualidade de vida mas tem um espírito são, motivado, arguto.
Se é uma obra perspicaz? É,bastante, é verdade. Arrojada? Pareceu que estava a ler as minhas deixasinconvenientes nas falas das personagens, chocada com a ousadia do que é dito ea necessidade que havia de dizê-lo. Cru também. Não posso negar-lhe um 4 pela reflexão que proporciona. Mexe com vida e morte,prioridades, mesquinhices, receios, indignidades. Mas também senti muito apresença da idade do escritor no livro. Achei que havia demasiado cuidado com oque as personagens vestiam e o romance, na minha opinião, foi inevitável entredois jovens. Eu não gosto de romances inevitáveis, gosto de romances improváveis. Ainda assim, tem rasgos defilosofia, acrescenta algo ao leitor, ensina, educa, obriga a pensar. De factoa segunda parte do livro é a melhor. Estive constantemente à espera que mearrancassem lágrimas e, quando vieram, nem sequer compreendi muito bem como.Houve ali uma reviravolta no livro que me pôs a chorar baba e ranho… lá ia eu,estrada afora, de livro numa mão, lencinho na outra, a ler sobre perda e sobreconsolar alguém que perde alguém. Aprecio bastante o facto de o livro ser pequenoe, ainda assim, demorei alguns dias a lê-lo porque a primeira parte arrastou-sesem grande interesse. É Amsterdão que me arrepiou, bem como a revelação que sesegue e, sobretudo, um momento que leva à minha citação favorita. Aconselho aquem queira reflectir na vida.

Elegia: «Não sou matemática, mas uma coisa eu sei: Entre 0 e 1existem números infinitos. Existe o 0,1 e o 0,12 e o 1,112 e uma série infinitade outros. Claro está que existe um maior conjunto infinito de números entre 0e 2, ou entre 0 e um milhão. Algumas infinidades são maiores do que outras(...) Quero mais números do que é provável que tenha, e, oh Deus, quero maisnúmeros para o Augustus Waters do que os que ele tem. Mas Gus, meu amor, não teconsigo dizer como estou grata pela nossa pequena infinidade.» 
Classificação: 3***