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Castelos de Letras

Em torno das minhas leituras!

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#194 JAMES, Eloisa, Tudo Vale No Amor

Sinopse: Ela nunca imaginou que um escândalo podia ser delicioso...
Theodora Saxby é a última mulher que alguém espera que case com o belo James Ryburn, herdeiro do ducado de Ashbrook. Mas depois de uma proposta romântica diante do próprio príncipe, até a prática Theo fica convencida da paixão do seu futuro duque. Ainda assim, os tabloides dão ao casamento apenas seis meses. Theo ter-lhe-ia dado uma vida inteira... até que descobre que James deseja não o seu coração, e certamente não o seu corpo, mas o seu dote.
A sociedade ficou chocada com o casamento, mas está escandalizada com a separação. James vai para o mar, onde se torna um famoso pirata, e Theo transforma a sua propriedade num negócio florescente. Regressado dos mares, com a tatuagem escandalosa de uma papoila debaixo um olho, James enfrenta agora a batalha da sua vida: convencer Theo de que amava o patinho que desabrochou num cisne. Theo irá descobrir rapidamente que para um homem com a alma de um pirata, tudo vale no amor - ou na guerra.

Opinião: Quem o feio ama, bonito lhe parece 

Alturas há em que, debruçada sobre Steinbeck, me pergunto porque vou lendo este género de literatura. E depois há o meu lado romântico, light, que busca mero entretenimento. No fundo, estes romances são quase os enredos da Jane Austen (certo, ela era mestre em retratar a sociedade e em fazer grandes intrigas sociais), mas com um toque... spicy.

Eloisa James tem uma série dedicada aos contos de fadas, e esta será a recriação de "O Patinho Feio". Descobri que, há anos, li Milagre de Amor, e lembro-me de também ter gostado bastante na altura. Agora que penso nesse livro, concluo que a autora tem uma fixação qualquer por seios. Será um homem a escrever sob pseudónimo? É que, há pouco tempo, saiu uma qualquer notícia a dizer que há uma fixação pelos seios das personagens femininas por parte dos escritores nacionais. Achei aquilo uma idiotice. Há fixação de toda a literatura por seios femininos. 

Li-o em poucas horas. De fácil leitura e convincente. Sobretudo porque não há falsos mal-entendidos. Achei os protagonistas honestos e palpáveis. No afecto e na atracção física. Uma verdadeira ode ao dito popular. Causou-me certa melancolia.

James é coagido pelo pai a casar-se com a jovem de quem o pai foi tutor, durante anos. Sucede que sempre a vira como uma irmã, pelo que é imune à fama de feia de que a rapariga é vítima na sociedade inglesa. Theodora é acusada de ser feia como um homem, e, ao longo do livro, são vários os momentos em que é humilhada por causa dessa sua falta de viçosidade. A relação dos dois é de grande companheirismo, daí que ela se sinta tão traída ao descobrir os verdadeiros motivos por detrás da proposta de James. Claro que, com a proximidade e já munido do carinho que sempre nutriu pela sua companheira de brincadeiras, James encontra inúmeros detalhes dignos de admiração em Theo, só não lhe agrada a imposição do pai. Mas o enredo é também sobre a dignidade de Theodora e o seu orgulho ferido, sendo que tudo fará para ser admirada no meio a que pertence, ultrapassando as próprias inseguranças e receios.

Bastante satisfatório, dentro do género. Divertido, com apontamentos históricos interessantes (como os cortes de cabelo à Titus e à Brutus). A autora trabalhou bem na química entre as duas personagens. Porém, houve alguns momentos tolos e algum drama exagerado, e isso rouba o fio à meada. O tempo contrai-se, e os ódios passam rapidamente a paixão, a zanga a perdão e o perdão não tarda em dar azo à capitulação. Tudo demasiado rápido para esta leitora que, com a idade, começou a dar mais valor ao compasso do tempo entre a acção.

Ainda assim, aconselho. Trouxe-me de volta as noites em que lia dois livros de seguida, até de madrugada, enquanto queimava as pestanas na luminosidade do ecrã, fascinada com este mundo de folhos e homens que montam a cavalo e são absurdamente masculinos e inteligentes. Ai, Jesus. Perdoa-me por ser tão básica...

Está em promoção no Pingo Doce (-50% sobre o PVP, salvo erro), embora eu teha lido em e-book, a 01/06/18.

Classificação: 3,5***/**

#45 JAMES, Eloisa - Milagre de Amor


Sinopse: Miss Linnet Berry Thrynne éBela … Naturalmente, está noivade um Monstro. Piers Yelverton, conde de Marchant, vive num castelo noPaís de Gales, onde, corre o boato, o seu mau humor arrasa todas as pessoas comquem se cruza. E também consta que uma lesão deixou o conde imune aos encantosde qualquer mulher. 
Só que Linnet não é qualquermulher. Ela é mais do que simplesmente formosa: o seu espírito e encantoforçaram um príncipe a ajoelhar-se. E calcula que um conde se apaixonaráloucamente por ela… em apenas duas semanas. No entanto, Linnet não temideia do perigo a que o seu coração é exposto por um homem que poderá nuncadevolver-lhe o seu amor. Se ela decidir ser realmente muito perversa … quepreço pagará por domar o coração selvagem desse homem?

Opinião: Dentrodo romance deste género é bastante bom. Sim, especialmente quando comparado como "Força do Desejo" da Jess Michaels e o "LigaçõesProibidas", que de "Histórico" só têm as descrições das camadasde roupa que vão removendo. Ai corpetes e anáguas e blabla.
Pontos positivos - é divertido, tem váriospormenores históricos, têm o Piers inspirado no Dr. House, embora muito maischarmoso, tem alguma audácia quanto ao que a autora causa à Linnet no final dolivro, gostei de ver uma personagem de romance histórico nesses sobressaltos,sim, porque geralmente o maior sobressalto que as senhoras destes livros sofremé 1) serem raptadas, 2) serem picadas por cobras, 3) serem raptadas. Adorei oromance secundário entre os pais do Piers, que se tinham separado e seencontram agora no castelo. Achei também que todas as personagens secundáriasestavam muitíssimo bem criadas, o que tornou o livro mais realista - o mordomo(sou incapaz de escrever tal nome), a tia da Linnet, Zenobia, o pai e a mãe doPiers, a enfermeira Matilda (mencionei que o Piers é médico???), um rapazinhoque é paciente... o primo do Piers, Sébastien, etc...
Pontos negativos - quanto ao"romance" propriamente dito... falhou ali qualquer coisa. Primeiroporque, supostamente, ele é conhecido como "monstro", mas acho que aautora não transpôs para o Piers essa carga sombria associada a um"monstro". Ele tem mau feitio, é irónico e assertivo nos comentáriosque faz, além de ser um génio, mas uma maldadezinha ou outra não lhe teriamfeito mal. Em seguida, ele e a Linnet caem demasiado rápido nas boas graças umdo outro. Isto é; teria sido bonito se ele tivesse resistido um bocadinhomais...
Houve só umpequeno pormenor que me confundiu: no início do livro deu-me a ideia que aLinnet é descrita como sendo loira de olhos azuis. Depois a meio passa a ter ocabelo "loiro-arruivado", depois quando está ao sol o cabelo brilhaem "ruivo-escuro". Ora... que magnífica cabeleireira a que a assistia– ou estaria eu distraída?
Em resumo: gostei bastante, sim. Tireiprazer das piadas e dos diálogos, que foram inteligentes e tinham substância,coisa que hoje em dia tem andado complicado, sobretudo nos diálogos desteslivros que revolvem sempre em torno da "inexperiência" da donzela ena "vida devassa" do galã. Teve momentos realmente ternos e, aocontrário da Phaedra e do Elliot (Lições de Desejo? Já não sei distinguir onome dos livros da Hunter", estes dois foram claramente feitos um para ooutro. Só lamente que não houvesse mais dúvidas, mais reservas, mais hesitação,antes de se tornarem melhores amigos e andarem às cambalhotas. Ele devia tersido mau para ela, devia!!! Porque a essência da Bela e o Monstro é o modo comoo Monstro começa por ser grosseiro - até cruel - para ela, para depoisdeixar-se conquistar pela sua bondade, e ela pela sua redenção.
Classificação: 4****