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Castelos de Letras

Em torno das minhas leituras!

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Em torno das minhas leituras!

#287 CRUZ, Afonso, O Vício dos Livros

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Sinopse: Na biblioteca do faraó Ramsés II estava escrito por cima da porta de entrada: «Casa para terapia da alma». É o mais antigo mote bibliotecário. De facto, os livros completam-nos e oferecem-nos múltiplas vidas. São seres pacientes e generosos. Imóveis nas suas prateleiras, com uma espantosa resignação, podem esperar décadas ou séculos por um leitor.

Somos histórias, e os livros são uma das nossas vozes possíveis (um leitor é, mal abre um livro, um autor: ler é uma maneira de nos escrevermos).

Nesta deliciosa colheita de relatos históricos e curiosidades literárias, de reflexões e memórias pessoais, Afonso Cruz dialoga com várias obras, outros tantos escritores e todos os leitores.

Este é, evidentemente, um livro para quem tem o vício dos livros.

Opinião: Este 3 é, na realidade, um 2,5, arredondado para 3 para a) não dizerem que sou má e b) fazer jus à escrita, que é bastante competente. Mas nunca passa disso: uma tecelagem de assuntos em torno de livros e da leitura, alguns mais interessantes do que outros (gostei da história do prisioneiro leitor), e da associação dos gatos aos leitores e aos escritores. Como li, ainda este ano, Manual de Sobrevivência de Um Escritor ou o Pouco que Sei Sobre Aquilo Que Faço, de que até gostei e que considero superior a este (em termos de associações, de tom, de referências a outros escritores e ao papel dos livros), este livro pareceu-me mais do mesmo. Não me trouxe nada de novo e até me fez torcer o nariz nalgumas partes. Tal como quando se lê que o mundo precisa de pessoas que prefiram cultura a pão (ou uma variante disto), e quando li que um escritor é um ser humano com uma ferida permanentemente aberta, e que isso é também o que define o ser-se humano... ter-se uma ferida aberta? Como assim? O humanos sem dores não são... humanos?

Enfim, eu percebo o esforço para se ser "poético", aliás, muito se fala aqui de poesia e de como é essencial à vida. Fala-se também da diferença, uma vez mais, entre ler qualquer coisa, ler desatento, ou ler "arte", e ler com atenção. Há imensas referências a autores já muito consagrados, como Henry Miller, Kundera, Rilke, e acredito que todos sejam igualmente apaixonados por leitura e escrita, mas continuo à espera que se olhe para isto dos livros de outro modo. Não como um clube de VIPs admirados uns pelos outros, mas com o assombro de quem descobre em cada novo escritor uma nova mente, com novas ideias.

Em suma, o tom delicodoce que vislumbrei ao ler Flores, uma tentativa superficial de enaltecer a arte de escrever e as suas mentes, uma predileção por palavras esquisitas e terminologia inventada que me deixa sempre de pé atrás, uma tentativa gorada desta leitora de encontrar algo de pertinente neste livro sobre livros. Diria que é um livro um tanto "preguiçoso", com muitas citações, do género "mini-tese" acerca de.

No entanto, lê-se muito bem. Há muito tempo que não lia um livro numa tarde!  

#200 QUINN, Julia, A Indomável Miss Bridgerton

Sinopse: Por vezes, o amor surge nos lugares mais inesperados…

Não é o caso, desta vez.

Todos esperam que Billie Bridgerton se case com um dos irmãos Rokesby. As famílias são vizinhas desde sempre, e Edward e Andrew os eternos companheiros de brincadeiras de Billie. Tanto um como o outro dariam um excelente marido. Por vezes, apaixonamo-nos pela pessoa que seria perfeita para nós... Outras vezes, não.

Há apenas um Rokesby que Billie não tolera de forma alguma: George. Pode ser o mais velho, e o herdeiro do título, mas é arrogante e irritante. Ainda por cima, o ódio é mútuo, algo que lhe convém na perfeição. Mas, por vezes, o Destino tem um sentido de humor perverso...

Pois quando Billie e George ficarem a sós… (certamente no mais inusitado dos locais!) e os seus lábios relutantes finalmente se unirem num beijo, os dois poderão vir a descobrir que a pessoa que não suportam pode bem ser aquela sem a qual não conseguem viver. Os fãs dos Bridgerton – para os quais o fim da saga foi o fim do mundo – têm agora uma nova razão para viver. A série Rokesby – que é uma prequela às tão adoradas histórias da família mais extravagante da Regência – não só os traz de volta como conta como tudo começou…

Opinião: O que procuro num livro destes? Amor de tirar o fôlego, talvez. Originalidade. Humor. Riso. Comoção. Achei-o tépido e desinspirado, sem mencionar que se passa no período riquíssimo do pós-Revolução Americana (1779), e que é explorado de um modo bem superficial. A relação de Billie e George é enrolada, terna mas sem percalços. O único veículo incendiário do amor é o ciúme, é isso que apressa tudo. As primeiras 50 páginas são passadas num telhado, na página 200 ainda se fala do telhado. Só diálogo, diálogo, e muito pouca contemplação. Não me disse grande coisa. 

Classificação: 2,5/5*****

#188 ROBERTS, Nora, Caminhos do Amor

Sinopse: Iona Sheehan sempre ansiou por devoção e aceitação dos pais, mas foi só na terra da avó que recebeu os dois: Irlanda, país de florestas exuberantes, lagos deslumbrantes e lendas centenárias, onde o sangue e a magia dos antepassados fluem há gerações. Iona chega à Irlanda apenas com as indicações da avó, uma atitude otimista perante a vida e um talento inato com cavalos. Perto do castelo luxuoso onde está hospedada, encontra os seus primos, Branna e Connor O’Dwyer. E como família é família, eles convidam-na para a sua casa e para as suas vidas. 

Quando Iona arranja emprego nos estábulos locais e conhece o dono, Boyle McGrath, todas as suas fantasias se reúnem num só homem. Será que com ele vai conseguir viver a vida com que sempre sonhou? Infelizmente nada é o que parece. Um mal antigo espalhou-se na sua família e tem de ser combatido. E quando família e amigos lutam entre si, será possível encontrar os caminhos do amor? 

Opinião: A REVIEW CONTÉM ALGUNS SPOILERS 

Li o meu primeiro livro da Nora Roberts em 2011. Comprei-o num quiosque à saída da estação do Cais do Sodré, numa altura em que ia lá todos os dias ver as novidades a preços simpáticos. Herança de Vergonha era o terceiro volume de uma trilogia passada na Irlanda, e comprei-o precisamente porque a Irlanda era o meu sonho de terra-prometida. No ano seguinte, em Novembro, haveria de pisá-la pela primeira vez, e, a cada nova aterragem em Dublin, entendo que este modo de retratar o Éire é muito estereotipado. 

Nora Roberts é norte-americana, de ascendência irlandesa, e isso fica muito evidente nos enredos que ela revisita a cada novo livro: o sangue irlandês está muito diluído em Coca-cola. Gostei dessa trilogia da Herança, que explorava o reencontro de três irmãs, sendo Maggie a irascível, Shannon a sonhadora e Brianna a tímida que cozinhava para todos. Depois embrenhei-me noutra trilogia; a das flores (dália isto, rosa aquilo, lírio acolá), e entendi que a fórmula era a mesma. Na realidade, a N.R. pega num número limitado de ingredientes, sacode bem e volta a deitar as cartas. Este livro não é exceção, e recordou-me porque é que deixei de gastar dinheiro e tempo com os seus livros. Sem falar no quão aborrecido e repetitivo o livro se torna. Aí a partir da página 250 fui lendo apenas para chegar ao fim, porque o livro é leve sem doer, mas as páginas sucedem-se sem emoção. Talvez com alguma expectativa do final, também um tanto gorada pela superficialidade do confronto final.

Esta trilogia explora três casais, que ficam muito claros à partida: Iona e Boyle, Meara e Connor, Branna e Finn. O pano de fundo é uma feiticeiro feroz que os persegue através dos séculos, porque, por algum motivo que N.R. não se dá ao trabalho de explicar, tomou-os de ponta. Três deles são descendentes da Bruxa das Trevas (soa a conto para crianças), e têm-se debatido, de geração em geração, para aniquilar Cabhan. 
Problemas evidentes: não há uma contextualização. Há uma bruxa, há um feiticeiro que a deseja e a amaldiçoa, há a passagem do testemunho às gerações vindouras, mas não se entende de onde nasceu esta inimizade, porque é que os O’Dwyer possuem esse dom e outros não. Porque é que o vilão apenas protagoniza uma ameaça contra os “nossos heróis”, e não contra toda a comunidade? Enfim, parece-me infantil e atabalhoado, e não chego a sentir medo genuíno ao ler (como sinto do Voldemort ou de Mordor), nem o arrepiar da descoberta de um mundo mágico, que era o que me mantinha pregada a cada página do Harry Potter. Mesmo as cenas de acção parecem muito cinematografadas. Não vejo aqui nenhuma originalidade, apenas um reciclar de ideias gerais que, quiçá, já povoem outros livros seus, mas decerto já povoam o imaginário de quem vive, nesta era, o revivalismo do fantástico e da feitiçaria na literatura.

Mas eu não comprei este livro por causa da bruxa, comprei-o por causa do cenário irlandês e pela promessa de romance light e, neste campo, encontro os mesmos homens sedentos de música, de porrada e de álcool de todos os livros da Nora. 

Encontro as mesmas mulheres de barriga no fogão, a preparar petiscos que toda a família admira, porque mais ninguém sabe cozinhar à sua altura. E encontro os mesmos homens ditos rudes, que depois acendem velas quando fazem amor, lhes oferecem flores (mais ou menos voluntariamente), e lhes abrem a porta do carro. São retratos muito superficiais de histórias perfeitas, com o final feliz a cumprir-se sem excepção. Neste livro houve até o absurdo de um conflito forçado, o típico truque de se ouvir algo a meio, que não se entende mas do qual se tira conclusões precipitadas, e a separação que se segue. 

Enfim, foi uma leitura leve que não aqueceu nem arrefeceu. A Iona e o Boyle hão-de esfumar-se da minha cabeça em pouco tempo. Fiquei, contudo, cheia de curiosidade de ler o livro da Meara e da Branna. Em parte porque sou um bocado masoquista, em parte porque estas personagens foram tão meh que as outras têm (não têm?) de ser melhores.
Vamos lá prosseguir para mais duas desilusões só porque, por esta altura, já não consigo evitar o acidente de comboio.

Classificação: 2,5/5*****

#186 MCNAUGHT, Judith, Whitney, Meu Amor

Sinopse: Whitney Stone é uma jovem de personalidade forte. Algo que o pai, um homem frio e calculista, não tolera. Decidido a acabar de uma vez por todas com a paixão que a filha nutre pelo vizinho Paul, envia-a para Paris. Sob os cuidados e carinho dos tios, a trapalhona e reguila Whitney transforma-se numa mulher lindíssima. A sua sensualidade e carisma conquistam a sociedade parisiense e captam a atenção do poderoso Duque de Claymore. Mas o coração de Whitney há muito que está tomado por Paul. Essa é, pelo menos, a convicção da jovem. Até ao dia em que dá por si a sentir-se tentada pelo duque - uma atração que a delicia e perturba, pois é a primeira vez que percebe que o seu coração tem uma vontade muito própria. Já o duque não tem qualquer dúvida. Ele deseja Whitney. E planeia tê-la, não obstante o crescente número de obstáculos, que incluem o "pormenor" de ela estar apaixonada por outro homem, a apreensão da tia e os planos do pai ganancioso, que, para se salvar da ruína, faz um acordo secreto. A moeda de troca? A sua filha…

Opinião: Este livro mexeu comigo. Não me surpreendi ao descobrir que não me lembrava de uma linha do livro a cada página que ia lendo (e são muitas). Mas iniciei a leitura sabendo que o lera uma vez, teria uns 17 ou 18 anos, em Inglês ou em PT-BR, e que tinha AMADO o livro. Foi a porta aberta para que começasse a ler estes romances cor-de-rosa de época, dos quais devo salientar que as minhas escritoras favoritas continuam a ser, sem sombra de dúvida dentro do género, a Sherry Thomas e a Julia Quinn. 

Desta vez, simplesmente, abominei cada página. Será embirrância? Será que perdi a inocência e a ingenuidade que me permitiram viver o livro quando era mais jovem? Estou mais inclinada para pensar que cresci e que a minha percepção de amor se alterou. O que encontrei nestas 630 páginas é uma versão travestida do que, para mim, é o amor.

O romance é o primeiro da Judith McNaught, como a própria salientou na nota final, e estimulou-a a iniciar a sua prolífera carreira na escrita. Ganhou prémios (não me dei ao trabalho de investigar quais), e com certeza deve ter gerado uma mina de dinheiro, porque tantos do mesmo género lhe sucederam (dela e de outras autoras)...
Escrito em 1978, apenas publicado em 1985, tornou-se um best-seller instantâneo, e até entendo porquê: é um Fifty Shades of Grey versão século XIX em rendas e folhos. Talvez, neste ponto, me deva perguntar o que atrai tanto as mulheres em livros onde a personagem masculina é doentiamente possessiva e ciumenta? Deixaremos a reflexão para daqui a pouco. 

Resumo simples do livro (sem *muitos* spoilers): 
Nas primeiras 300 páginas do livro, o duque conhece a jovem mais linda, maravilhosa, sensual, inocente, esbelta, alta, voluptuosa, espirituosa e inteligente da festa, com o nome mais estranho de sempre. A jovem põem-no a rir e insulta o seu título, duvidando que seja de facto um duque. Isso acende qualquer coisa nele, e decide ir para casa e passar um cheque ao pai dela para a "comprar". A partir daí, toma a sensata decisão de tentar que se conheçam melhor antes que ela saiba que estão noivos. Se o livro terminasse na página 300, depois desses passeios a cavalo, dessas risadas juntos, talvez tivesse merecido pelo menos quatro estrelas. Ainda assim, a impetuosidade "especial" que a autora tentou imprimir à personagem feminina principal é exasperante, mas a racionalidade do duque equilibrava as coisas, funcionava como o juízo do leitor e as coisas harmonizavam-se. Mas o problema é que o livro continuou e, a partir do momento em que Whitney descobre o acordo entre o duque e o seu pai, o livro torna-se aquilo que gosto de apelidar de uma "fantochada" onde imperam os mal-entendidos. Ora eu valorizo uma boa comunicação acima de tudo, e nem por sombras algo do género poderia suceder na minha vida. Por isso, começo logo por considerar as personagens principais muito inaptas para um relacionamento sério, e a coisa descamba para mim.

Preparem-se, porque abaixo vou embirrar com tudo, mas mesmo com tudo.

Vamos por pontos:
1) A personagem principal feminina;
2) A personagem principal masculina;
3) O vocabulário/a tradução;
4) A bajulação às duas personagens principais por parte de todas as outras;
5) O rumo dos acontecimentos a partir da página 300;
6) Mal-entendidos;
7) Conteúdo histórico;
8) O comprimento do livro.

Whitney Stone é uma beldade inglesa destrambelhada. Não me ocorre outra palavra, a escritora queria que assim fosse. E aqui iniciamos o ponto 1). «Whitney», não consigo imaginar este nome no século XIX excepto, talvez, num armazém de madeiras de Nova Iorque, tipo "Whitney&Cº". Um pouco como Jennifer Merrick do outro livro da série Um Reino de Sonho, são nomes que dificilmente existiam na época. Esta insistência em escolher um nome que distinga a personagem das restantes, não a torna especial. Torna-a irreal, e isso, somado ao traço tresloucada, que é comum a ambas, torna-as bonecos animados, mas muito bonitos, a fazer piruetas e macacadas de página para página. Depois a autora cobre-as do elogio "espirituosas", ou "corajosas", ou "orgulhosas", ou "teimosas", como se fossem sinónimo de firmeza de carácter. 


As coisas que estas personagens vão fazendo são irrealistas e impensáveis na época e, ainda que alguém pensasse assim tão "fora da caixa", a reacção da sociedade nunca seria tão complacente só porque possuem uma beleza etérea e são maravilhosas e encantadoras até à exaustão, como a narrativa não se cansa de repetir. Falta realismo, uma grande dose de realismo em coisas simples quando a construção das personagens principais.

Por falar em personagens principais, chegamos ao ponto 2). Os duques, condes, viscondes, marqueses, etc., por quem estas mulheres se apaixonam, são sempre o homem mais alto do baile, com os ombros mais largos, uma riqueza obscena e uma inteligência que arruma para o lado a de todos os outros. A sociedade inglesa do século XIX seria assim tão desprovida de pessoas sensatas? É por isso que gosto do gago da Julia Quinn, ou do seu visconde falido. Neste livro, a loucura da personagem masculina vai além de todos os outros. Primeiro é obcecado pela mocinha principal, sem que jamais se entenda o porquê (além de lhe admirar, até ao enjoo, a beleza etérea, dos maravilhosos olhos verdes, das esbeltas curvas, dos fartos seios, do lustroso cabelo castanho-avermelhado, da altivez e do queixo erguido em desafio), depois vai por caminhos tortuosos para chegar ao que quer. Se bem que meter-se por caminhos tortuosos é algo típico de todas as personagens deste livro. Se alguém quer algo, nunca diz "Serves-me um pouco de chá?"; é mais provável que finja a própria morte para que alguém lhe traga uma chávena. Depois o seu passado nunca foi bem explicado. Isto é, tudo leva a crer que tenha tido um passado tranquilo e um lar pleno de amor e protecção, além do evidente conforto financeiro. Mas, ainda assim, é inseguro e desconfiado, traços que a autora nunca se dá ao trabalho de explicar do ponto de vista psicológico. Sofreu algum abuso? Foi abandonado? Foi roubado? O pai fugiu de casa? Que raio se passa com a criatura para assumir que é vítima de conspirações a todo o instante?


Em português, todas as festas, jóias, mansões, sorrisos, etc., eram exageradamente descritos. O ponto 3) ia-me pondo louca. Não se escreve "Moveu as pernas", mas sempre "Moveu as longas/esbeltas/suaves pernas". Nunca há um "Passou um casaco nos ombros", mas sempre "ombros largos", "maravilhosos/esplêndidos olhos verdes", "intrigantes olhos cinzentos", "longos dedos", "ancas estreitas", "seios sumptuosos", "esplêndida refeição", "sorriso encantador", etc. Já não podia com tanta adjectivação, senti-me prestes a gritar perante a repetição da cor do cabelo/olhos dela, dos musculosos ombros/pernas/peito dele, etc. Que frete!

Tudo isto explica porque o ponto 4) também surge: toda a gente se pela de medo pelo duque e se verga de admiração pela duquesa. O duque é magnânimo, autoritário, arrogante, rico, inteligente, escandalosamente atraente e jovem, e ela é também jovem, inocente, pueril, divertida, espirituosa, inteligente (fala grego, italiano, alemão, inglês e francês, e com apenas 20 anos!), e são ambos excelentes cavaleiros. Como são abençoados, e toda a gente o relembra a cada duas páginas!, por entre pedidos de casamento e suspiros de admiração.


Já ia mais ou menos chateada com tanto surrealismo cómico que, quando chega o momento da revelação da identidade do vizinho, Mr. Westland (ponto 2), tudo descamba. A personagem feminina, tão cheia de fibra, começa a emburrecer gravemente. Ele perde a razão e torna-se um bruto (ponto 2). Descobrimos que estes dois seres tão inteligentes e iluminados não conseguem ter uma conversa sem tirarem N conclusões diferentes, que depois os levam a agir da maneira mais absurda imaginável. Os conflitos são-nos atirados para o colo um atrás do outro. Perdoam-se, fazem as pazes, para depois desconfiarem de novo e estarem outras tantas páginas a carpir-se enquanto os outros os lembram que são maravilhosos e encantadores e lhes garantem que o outro os ama.


Já disse que os mal-entendidos (ponto 6) me tiram do sério? Uma boa comunicação não será o que distingue duas pessoas feitas uma para a outra de dois tolos iletrados na arte de socializar?

Em termos de enquadramento histórico, só sabemos que é Inglaterra porque a autora o menciona, o ponto 7) é em tudo deficitário para uma amante dos factos como eu. Não digo que não houvesse nenhuma pesquisa, mas acho que foi mais ao nível dos cordões entrelaçados no cabelo que a duquesa usava. Além de que, a dada altura, se fala de "retratos", mais para o final do livro. Se estivesse no pós-guerra napoleónica e antes da Guerra da Crimeia, dificilmente haveria fotografia, e certamente não das gerações anteriores. Tudo se resume a carruagens, títulos e bailes. Não se fala de nada de específico, até a igreja onde se dá o tão esperado casamento é apenas "a igreja". É vago e o romance sofre com isso - para além de agonizar com todo o resto!

Por fim, o livro nunca mais acabava (ponto 8). Um horror. Quando pensávamos que tudo tinha terminado, recomeça de novo. O ciclo torna-se de tal modo insuportável que, à luz da sabedoria dos meus quase vinte e oito anos, estou certa de ter tirado o perfil psicológico destes dois. Ele vai sempre agredi-la, e ela está confortável na posição de vítima carpideira. Seria assim a vida toda.


Classificação: 2,5**/***

#182 MCNAUGHT, Judith, Um Reino de Sonho

Opinião: "Porque será que, quando te rendes, me sinto sempre como se fosse eu que tivesse sido conquistado?"


Foi a segunda vez que li este livro, mas não sabia quando o comprei que já o tinha tido nas mãos.
Jennifer é noviça numa abadia na Escócia, e portanto católica, membro de um clã e inimiga declarada dos ingleses. Royce é o braço direito do rei Henrique nos seus avanços bélicos contra a Escócia, difere em princípios, religião e patriotismo. Neste ponto dou valor à escritora por toda a pesquisa que evidentemente levou a cabo, e por todos os detalhes que nos fornece. Nada a dizer também a nível de contexto histórico (estamos em 1499), e dos contrastes entre a Escócia e a Inglaterra, uma sustentada por clãs temerários e orgulhosos, outra sustida pela ganância de nobres que enriquecem pilhando a outra e aumentando os domínios da sua coroa. É época de torneios, de agitação política, de catolicismo fervoroso enquanto Henrique ameaça virar as costas a Roma e fundar a sua própria religião, de fortificações, cercos, violações e pilhagens.
A minha embirrância começa logo com o nome da personagem principal: Jennifer. Uma rápida incursão na wikipédia diz que é a adaptação de Guinevere, adaptada na língua inglesa durante o sec. XX. História também é um bocadinho de intuição, e não consigo imaginar um diálogo entre a princesa Cátia e a duquesa, a senhora Soraia, enquanto as assiste a boa aia Jéssica, um doce de moça.
Só neste instante fui ver a origem do nome, mas faz-me espécie que não se tenha consultado uma lista de nomes tradicionais escoceses da época, de modo a chamar-lhe Heather, Fiona ou Arabella. Irrita-me que algumas pessoas fiquem agora com a impressão de que alguém se chamava Jennifer no sec. XV.
Depois, o livro começou mais ou menos bem, mas cedo se revelaram as intenções da autora: despejar todo e qualquer conflito possível para o meio do enredo. Então ele é raptos, ele é fugas, ele é conspirações, ele é traições, ele é drama, ele é mal-entendidos, ele é tudo. Se terminasse na página 300, com tudo um pouco melhor gerido, teria sido menos exasperante. Sobre cada duas páginas de felicidade amorosa, abatiam-se cinquenta de uma nova quezília. E, pior, aquela personagem feminina é de bradar aos céus. A autora não me convenceu de modo algum. A pessoa pode cortar com as convenções da sua época, mas só até certo ponto.
Não me importo quando os livros têm obstáculos, quando os problemas se sucedem, mas ao menos o coração das personagens principais tem de ser leal, tem de ser constante. Aqui dei por mim, muito cedo, a perguntar-me o que é que o famoso Lobo Negro via nesta Jenny: eram os seios, os maravilhosos olhos azuis, o ultrasuave cabelo ruivo, o sorriso e os dentes brancos, e a coragem. Sempre a coragem e o desafio, louvados ao ponto do rolar a vista. E o retrato incongruente da noviça de dezassete anos virgem e pouco vivida, enclausurada, que brincava com os rapazes e não teme o guerreiro inglês que todos temem.E Royce? Royce tudo faz por ela, em tudo a poupa, sorri muito de repente e tem atitudes românticas. Tudo engole, o que, para mim, é difícil de entender e desmancha a consistência da personagem.
Não me conseguiram vender este livro. Ele é um mártir às mãos da criança mimada e bipolar que McNaught aqui descreve. O perfil da jovem ingénua mas fogosa, corajosa mas insegura, determinada mas submissa, orgulhosa e que humilha, a de coração bondoso que perdoa todas as provações a que a sujeitam, não funciona para mim. Salva-se a tia Elinor e o gigante Arik; emparelhados puseram-me a rir.
Lembrou-me os livros da Sveva Casatti Modignani, que devorei com os meus 14 aninhos, e que cedo abandonei porque me apercebi de que havia um padrão nas personagens femininas: eram lindas, maravilhosas, ricas mas vindas de famílias operárias, toda a gente lhes admirava a fibra, a garra, o ardor com que se batiam pelo que queriam. Todos as admiravam e lhes teciam os maiores elogios. E elas ali... sem tomarem uma decisão, sem fazerem nada que não deslumbrarem um industrial da moda milanês. Era muita conversa para pouca acção. As atitudes das suas Giulias nunca estavam à altura da admiração que lhes projectava e fartei-me.

Uma nota para a tradução portuguesa, que só melhora depois da página 200. Ler "positivamente carregado de galhos", ou "terna ingénua", "doce coração", "esbelto pescoço", etc., foi embaraçoso. Também achei que a culpa é em parte do manuscrito original, porque enjoei o número de vezes em que a escritora repetiu, não fôssemos nós esquecer, que o homem era enorme e tinha ombros muito largos, e que era bronzeado e tinha dentes muito brancos e olhos cinzentos. E ela? Os olhos dela lembram veludo molhado (não importa a cor, desde que molhado), ou safiras líquidas (?), e também tem os dentes muito brancos, a pele leitosa, os seios e os lábios generosos, a cintura muito fina, os cabelos acobreados.Foi tudo repetido ao ponto do enjoo. Mas ai, como era fácil amar no séc. XV!

Sinopse: Chamam-lhe o Lobo Negro. Nunca perde uma batalha. Temido por todos, Royce Westmoreland, duque de Claymore, é um guerreiro inglês intrépido. Tão intrépido que comete a loucura de manter sequestrada a filha do seu maior rival, o chefe do poderoso clã escocês Merrick.

Jenny Merrick pode ter sido raptada do colégio de freiras que frequentava, mas não vai ficar de braços cruzados. A bela e fogosa jovem tenciona lutar com unhas e dentes e destruir este inglês grosseiro que se julga dono de tudo - e o facto é que consegue enfurecê-lo melhor do que ninguém.
Quando, por decreto real, são obrigados a casar, espera-se o pior. A feroz batalha de vontades, porém, não tarda a dar lugar a uma paixão escaldante, mas muito breve… Agora, após uma devastadora traição e uma série de mal-entendidos, Jenny vai ter de decidir a quem deve a sua lealdade…
Um clássico romântico. Uma das obras mais aclamadas da bestseller Judith McNaught.

Classificação: 2,7***/**

#140 PEIXOTO, José Luís, Em Teu Ventre


Sinopse: «Mãe, atravessas a vida e a morte como a verdadeatravessa o tempo, como os nomes atravessam aquilo que nomeiam.» Numaperspetiva inteiramente nova, Em Teu Ventre apresenta o retrato de um dosepisódios mais marcantes do século XX português: as aparições de Nossa Senhoraa três crianças, entre maio e outubro de 1917. Através de uma narrativa quecruza a rigorosa dimensão histórica com a riqueza de personagenssurpreendentes, esta é também uma reflexão acerca de Portugal e de alguns dosseus traços mais subtis e profundos. A partir das mães presentes nestahistória, a questão da maternidade é apresentada em múltiplas dimensões,nomeadamente na constatação da importância única que estas ocupam na vida dosfilhos. O sereno prodígio destas páginas, atravessado por inúmeros instantes deassombro e de milagre, confere a Em Teu Ventre um lugar que permanecerá namemória dos leitores por muito tempo. 

Opinião: Na realidade 2,5. Estoupor dentro do assunto "Fátima", que leva anualmente 6 milhões deturistas à cidadezinha homónima. O autor foi muito <i>lowprofile</i>, acho evidente que se afastou de uma tomada de posição. Deixaa porta aberta para que quem acredita considere que é tudo verdade, e para quequem apenas considere tudo um negócio fique com a sua ideia. O que, na minhaopinião, dá algum interesse ao livro é o retrato do Portugal rural (a imagemdos piolhos a serem catados e da extrema pobreza em que se vivia). Também oassunto "maternidade" tem laivos de beleza nesta obra, a mãe que amamas precisa de punir,  mãe que condena mas que ainda assim protege a cria.De resto há inúmeras coisas por mencionar - onde está o aviso, de Maio de 1916,do suposto Anjo de Portugal? Onde está o Anjo a ensiná-los a rezar? E a Virgema falar dos Mistérios? A Virgem a exigir (e não a "concordar") aconstrução de uma capela em sua honra? Onde estão os media que fotografaram as70 mil pessoas que ali se reuniram a 13 de Outubro de 1917? O aviso de que, embreve, Jacinta e Francisco se reuniriam com a Nossa Senhora no Céu? A teoria deque apenas um dos dois irmãos viu a Virgem, enquanto outro apenas a ouviu,sendo que Lúcia viu e ouviu a Virgem? Na minha óptica, o livro apenas vemaprofundar o mistério, porque as fontes são tantas, e tão díspares... Falta quese escreva ainda um grande livro sobre o assunto.

Classificação:2,5**/***

#65 CAMPIÃO, Jorge & CALDEIRA, Elisabete - Sob o Céu de Paris

Sinopse: Raquel é uma mulher que nunca tomou o destino da sua vida nas próprias mãos, e tem consciência disso. Carlos é um pintor cujo reconhecimento artístico poderia ser maior se alguma vez tivesse sido metódico, mas não o sabe. Raquel vai organizar a exposição de pintura de Carlos em Paris, no Centro George Pompidou. Mas não vai apenas ordenar a exposição de Carlos, vai estruturar a sua obra, o seu talento, ao mesmo tempo que terá de recompor a sua própria vida pessoal. Pelos cafés, restaurantes e ruas de Paris por onde passam, Raquel ressuscitará um Picasso - cuja crueldade corporiza bem os seus medos - e uma Dora Maar - a talentosa, enigmática e inspiradora do genial artista -, que lhe serve de alter-ego, mas cujo destino não quer imitar.

Opinião: Quem já visitou Paris sabe que “cidade do amor” não é um exagero. Nem uma hora depois de ter aterrado em Paris já tinha visto uma moldura enternecedora de dois namorados a beijar-se com a Torre Eiffel como fundo iluminado, bem como dois amantes a sair de um hotel e a entrar cada um no seu carro. Gostando muito do Jorge Campião - com quem compartilho o gosto pelo Julio Cortázar - e da Elizabete, muito simpática e acessível, esperei que o livro que lançaram com tanta paixão se debruçasse sobre o amor da Torre Eiffel e não sobre o amor do Hotel. Infelizmente (para o meu gosto pessoal), foi ao contrário. As personagens são amantes na cidade mais bonita e romântica do mundo, e mergulham longamente na exploração corporal uma da outra. O facto de trairem outras pessoas não é o que me impediu de apaixonar pela obra... Ontem mesmo vi um documentário sobre o E Tudo o Vento Levou onde se confessou que ninguém dava nada pelo filme, visto ser protagonizado por uma “bitch” e um “bastard”, quem se importaria com esse género de pessoas? Mas a verdade é que toda a gente se identifica com eles, mas não me identifiquei nem com a Raquel nem com o Carlos. Não entendi porque se amam, se se amam. O Picasso e a Dora Maar, que poderiam resgatar o livro do mergulho na intimidade do quarto de hotel dos outros dois personagens, foram meia dúzia de pitadas diluídas no romance. Tive pena porque sei que houve muita pesquisa e muito cuidado envolvido na criação da obra e lamentei a importância atribuída a esses momentos. Pareceu-me que o interesse mútuo das personagens existia apenas a nível carnal e a ida a Paris é um mero pretexto para se envolverem.

A escrita, contudo, é irrepreensível. Apenas achei que exageraram um pouco no uso do ponto de exclamação, mas de resto superam perfeitamente um Tiago Rebelo, uma Margarida Rebelo Pinto, uma Margarida Pedrosa, uma Alexandra Vidal, etc. Sem dúvida são muito mais talentosos no uso da palavra e não tenho dúvidas de que vai agradar muito aos românticos. Infelizmente li-o, a partir da página 100, na diagonal. Não vi muitos vestígios do cubista e da Dora Maar por onde sobrevoeei e não me agradou a conclusão final do livro...

Lamento não ter conseguido apaixonar-me pelas personagens nem pelo enredo. É um livro de qualidade inegável que, simplesmente, não me falou.

Classificação: 2**/*

#53 SPARKS, Nicholas - Uma Escolha Por Amor

É para aí o décimo livro queleio de Nicholas Sparks depois de uma pausa de alguns anos… o último que tinhalido foi o Juntos ao Luar. Resumindo: continua o mesmo. Se querem conhecer oestilo recorrente de NS somem estes ingredientes:
- Muitos diálogos a propósitode nada com piadas aleatórias.
- Chavalinho porreiro comcovinhas na cara que bebe cerveja
- Chavalinha com mau feitioque bebe Light Coke
- Encontros comuns – jantares,barbecues – combinados e sem nada de espontâneo, onde eles discutem aespontaneidade e decidem que vão dar um mergulho, aprender a andar de mota,algo do género.
- Beijos conservadores nofinal desse primeiro encontro
- Um viúvo
- Alguém estéril
- Um acidente
- Uma doença
- Um cão (ou mais)
- Refeições (com respectiva descrição dos pitéus)
- Alpendres
- Barquinhos (o senhor costuma adorar velejar)
- Uma ligação inexplicável comum animal que não lembra a ninguém – como o Noah da Alquimia do Amor com ocisne, ou agora o Travis com um pombo.
- Um dilema moral complicado,do género: a) ela está a morrer, vale a pena ficar com ela? b) ela diz que paraficar com ela tenho que deixar de mandar garrafas com mensagens à minha mulherque morreu c) ela não pode ter filhos, fico com ela? d) o irmão dela é queatropelou e matou a minha mulher, fico com ela? e) ela pediu que, caso ficasseem coma, etc., eu devia desligar as máquinas ao final de doze semanas. Desligo?
Este dilema e) teria dado umlivro excelente. A sério. Gabo-lhe o ter pensado nessa questão, embora não sejatotalmente nova, e teria sofrido e vivido realmente este tema. Tudo porque,saberei lá eu explicar, fiz o mesmo pedido a uma pessoa próxima. Se por algummotivo ficar em estado vegetativo, ajudem-me a morrer, já que cá não se podeescolher esse desligar das máquinas, segundo sei. A pessoa disse que não ofaria. Não o faria porque gosta de mim. Bom eu devo ter uma ideia muitodistorcida do amor, detestei. Não, detestei não chega, DETESTEI, em caps, amensagem que o Sparks passa neste livro. Fiquei indignada com a pequenhez desteamor que ele descreve e que vende, e que muitas mulheres/homens, se é que olêem, compram como o ideal. O único, o genuíno. E a dignidade humana? A mulherteria de ficar meses – anos…! – à espera de acordar numa cama, quem sabe seaprisionada no próprio corpo mas consciente, a ansiar por ser libertada? Por podermorrer? Para lhe removerem os tubos que lhe sustêm a vida? Com o corpo a atrofiar-se?O rabo a ser limpo por terceiros? Amor, para mim, tem de ser mais. Mais do que ele gostar delae não imaginar a vida sem ela. Se aama respeita-a. Se a respeita cumpre o que ela lhe pediu, em desespero. Masnão, mais vale arriscar, queimar os papéis legais onde ela estipula esse pedidoe fazer figas para que ainda esteja vivo um dia, se ela acordar. E depois, comoé Nicholas Sparks *spoiler* a senhora claro que acorda. E nem se zanga! É escusadodizer que, se fosse eu, embora agradecesse a oportunidade para ter regressado,me separasse quase certamente de um homem em que não podia confiar. É isso oamor, não? Pedir a alguém que nos dê voz quando ela nos falta, e esperar querepita as nossas palavras sem egoísmos. E ele foi egoísta, tão egoísta…!      Não concebo amores assim.

Passada a fase da indignaçãoacrescento que isto representa a segunda parte do livro. A primeira deve-se aomodo como estes dois vizinhos se conhecem e a sinopse só se debruça sobre ela.Ora a senhora tem namorado – quase noivo – e, ao final de três dias, já andaenrolada com o vizinho. True love, says NicholasSparks. Devo mencionar que, dias depois quando um colega de trabalho dela tentabeijá-la o dito vizinho o esmurra e a aconselha a abrir um processo contra elede agressão física? Fuck logic. Aondeestá a explicação dela ao namorado quando o larga? O livro sofre um pulo. Oraestão a passear de mota e conhecem-se há três dias, ora já ela está em coma eele a ama perdidamente, anos depois, casados e com filhos. O senhor escreveu olivro nos joelhos. A Presença, mesmo na 8ª edição, tem o livro cheio degralhas. Não admira que seja dos dele de que menos se fala…

Enfim, se eu entrar em coma,se eu tiver um AVC e não puder falar, se eu partir o pescoço e implorar aalguém que me ajude a ter paz, façam-no! Como dizia Ramón Sampedro (MarAdentro), Aquele que me ama é aquele queme ajudará a morrer.

PS - O nome do livro devia ser "Uma Escolha por Egoísmo Que Acaba Bem Porque, Afinal, é Nicholas Sparks"
Classificação: 2**/*