Sem tempo para ler... treta
De vez em quando acontece-me andar a engonhar a ler um livro e, rapidamente, me convenço do seguinte:
- ando cansada
- sem tempo
- será que comecei a perder a "pujança" na leitura?
- andarei a precisar de uma pausa nestas andanças?
E com engonhar significa que estou a gostar muito do livro do Ferreira de Castro - A Selva - mas ando a lê-lo há 20 dias. Vinte. Tratando-se de um livro de 230 e tal páginas, algo está errado. Não tenho tido tempo, ando cansada...
O que é certo é que há dois dias peguei no Peaches for Monsieur le Curé (O Aroma das Especiarias) da Joanne Harris e cheguei hoje à pág. 247. É um livro grande que pensei que me viria empatar as leituras, mas é um daqueles. Daqueles que trazem aromas, paladares, água na boca, curiosidade, vontade de regressar constantemente às suas páginas... Sabem como é, certamente. Não significa que o Ferreira de Castro não seja um talento nato - porque o é, pude comprovar - mas neste momento não consigo absorvê-lo a um ritmo mais rápido.
Por isso, daqui por diante, tenho de recordar-me de que a minha absoluta necessidade de leitura não morre assim. O problema nunca será meu, mas do livro. Quem quer ler realmente arranja sempre tempo, faz como eu: lia nas aulas de código, leio nas reuniões de pais, leio na rua, nos transportes, durante o almoço, enquanto o jogo carrega, enquanto as unhas secam, enquanto espero a um balcão pela bica matinal.
Ouvi uma vez alguém dizer que quem gosta mesmo de ler não tem tempo, arranja tempo.