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Castelos de Letras

Em torno das minhas leituras!

Castelos de Letras

Em torno das minhas leituras!

Livros portugueses no #EntreEscritores

No Podcast EntreEscritores, revisitei autores que já conhecia e livros que já li. A minha coleção de portugueses tem-se multiplicado perigosamente, a lista de desejos cresceu exponencialmente. Alguns já li, estes abaixo pertencem aos autores com quem falei e pretendo falar, mas também são fruto dessas trocas de ideias com outros autores. Uma desgraça.

A Ilha da Formiga, Gabriela Relvas

Deixem-me voltar ao narrador, na tentativa de não me parecer tão eu e ficar mais à vontade para me falar. Talvez por nada particularmente emocionante acontecer, ela conta que aconteça. Então, à mínima oportunidade, elabora. A Ilha da Formiga estava-lhe atravessada! "Um nome cheio de potencial para ser uma vida inteira!"

Uma vida inteira aconteceu-me enquanto escrevia. Juntei um mais um. A Ilha da Formiga, um nome extraído do café das oito da matina, enquanto comia pão de alfarroba com azeite, que mais sabia a chocolate. Noutros cafés, outras coisas. Aconteceu-me a Helena, com a música espanta-merdas perfeita a provocar-me o ouvido. Invadiram-me Bestas, Dias de Glória e de Desapego. E dias em que o amor foi Amoras. O narrador nem sempre foi preciso. Aconteceu com o tempo. O tempo tolda-nos os pensamentos ao mesmo tempo que nos põe nus.

Naquela manhã, o nome Ilha da Formiga vestiu-me. Pôs-me pronta. Talvez dê nome a isto, pensei. Este estado de isolamento com mil pensamentos trabalhadores cheios de fome de voz. Alguns a fazerem-me cócegas, outros a foderem-me o juízo. É que isto de viver vai-nos às emoções.

 

A Mão que Mata, Lourenço Seruya

Uma casa. Dez pessoas. Alguém não sairá com vida.

Naquela fria manhã de inverno, a família Ávila acordou em sobressalto: na sala de estar, jaz a tia Manuela numa poça de sangue. A vítima não era adorada pelos familiares, mas nenhum tinha motivos para a querer morta, portanto o homicídio só poderá ser resultado de um assalto.

O inspetor Bruno Saraiva da Polícia Judiciária é chamado para investigar o caso e rapidamente conclui que o assassino não só está naquela casa, como é alguém conhecido de todos.

As opiniões dividem-se e a família Ávila não parece muito disposta a colaborar com a polícia, até que é encontrado um segundo cadáver na mansão da Serra de Sintra...

 

A Mulher do Roupão de Seda, João Bernardo Soares

Uma mulher perseguida pelo passado; um velho feito prisioneiro num quarto escuro; um rapaz atormentado por pesadelos que ficou gago quando a avó o levou à bruxa. Um prédio dos subúrbios que vai ser palco de crimes e abrir telejornais.

Bem-vindo ao romance de estreia de um autor que mistura, com perícia, lugares e gerações de um país que ainda vive de extremos. Uma narrativa sobre as crenças dos velhos e a alienação dos jovens, num tempo em que todos procuram um sinal de esperança.

Ágora, Samuel F. Pimenta

Este livro é sobre o trânsito vida/morte/renascimento, da luz/sombras e dos caminhos do meio, é sobre a redenção dos homens após a desolação e destruição que criaram no mundo.

Aquorea, M.G. Ferrey

No dia do funeral do avô, Arabela Rosialt afoga-se e, quando acorda, reencontra-o. A sua vida sofre uma reviravolta avassaladora ao descobrir que está em Aquorea: uma exótica e milenar comunidade que prosperou milhares de metros abaixo do nível do mar.

Kai, um rapaz de inescrutáveis olhos azuis, com um comportamento enlouquecedor, umas vezes frio e sisudo, outras vezes arrebatador, atrai-a e repele-a em simultâneo. Deixando-a louca de raiva... e de desejo.


Apesar das saudades infindáveis da sua família, Ara sente-se irresistivelmente atraída pelas novas amizades, a vida agitada e a existência daquela comunidade excêntrica, mas extremamente calorosa.

Tudo parece perfeito, até que alguns habitantes de Aquorea começam a morrer. Quando ela percebe que, afinal, o seu mergulho não foi coincidência e que dela depende a salvação ou condenação daquele mundo, terá de enfrentar a decisão mais difícil da sua vida.

Colocando as suas diferenças de lado, ambos tentarão perceber quem está por detrás dos assassinatos e daquela misteriosa conspiração.

As Nuvens de Hamburgo, Pedro Cipriano

Marta é uma jovem que consegue ver o passado.

Assim que chega a Hamburgo, como estudante de Erasmus, vê-se transportada para a época Nazi, onde testemunha as brutalidades do Holocausto.

Nas suas viagens, Marta é atraída para um jovem soldado, encontrando-o nos recantos mais sombrios da história da cidade. A frequência dos encontros leva-a a procurar no presente a sua identidade.

O que é que os une? Apercebendo-se que consegue interagir com o passado, Marta procura descobrir qual o propósito deste dom. Mas será ela um mero peão num jogo que não consegue controlar ou será capaz de alterar o passado?

Um romance apaixonante, passado sob o manto da Segunda Guerra Mundial, que não irá deixar ninguém indiferente.

Correia dos Pássaros Presos, Ana Gil Campos

Desde que Cândida deixou de usar redes sociais tem a sensação de ter deixado de pertencer ao mundo, vive nele mas não existe, agora é uma anónima, um vulto que se abandonou a si próprio pela cidade. Retirou-se do mundo virtual para estar mais presente na vida, na dela e na dos outros, mas aconteceu exatamente o contrário. Sente que a puseram de parte, mas foi ela, sem prever, que se colocou assim, ausente, distante, sem existir. O mundo que nos agarra virtualmente a todos é mais vivo, intenso e forte, apoderou-se do primitivo e fez dele seu súbdito, conclui. Talvez este novo mundo seja mais verdadeiro e real do que aquele que lhe antecede. Talvez Cândida queira viver num mundo que já não existe.

Maresia e Fortuna, Andreia Ferreira

O que é o verdadeiro amor?


Para Eduardo, de 17 anos, é a mãe e o irmão mais velho, Simão. Este, porém, tem um segredo que o empurra para a bebida e Eduardo receia que o seu irmão se suicide, tal como o pai de ambos o fizera, dez anos antes.


Júlia acredita que passou ao lado de um grande amor. Em busca da verdade que mudará a sua vida, regressa à vila de Apúlia para reconstruir um passado de que não se consegue recordar.

O caminho desta mulher perturbada está prestes a cruzar-se com o de Eduardo, trazendo à tona segredos, paixões agressivas e remorsos intemporais, com consequências devastadoras sobre a vida da outrora pacata vila piscatória.

Uma alegoria moderna de um clássico, onde os humanos se destroem sem precisarem de intervenção divina.

Nos Mares do Fim do Mundo, Bernardo Santareno*

Na história da literatura portuguesa do século XX, este livro é um objecto estranho e raro, onde a poesia e a realidade dão as mãos num cenário de natureza inóspita que realça o elemento humano.

«Nos Mares do Fim do Mundo foi, em grande parte, escrito a bordo do arrastão "David Melgueiro", na primeira campanha de 1957, a primeira também em que eu servi na frota bacalhoeira portuguesa, como médico. Mas depois desta, tomei parte numa segunda, em 1958, agora a bordo do "Senhora do Mar" e do navio-hospital "Gil Eannes", em que assisti sobretudo aos barcos de pesca à linha: assim pude de facto conhecer, por vezes intimamente, todos os aspectos da vida dos pescadores bacalhoeiros portugueses, em mares da Terra Nova e da Gronelândia, e completar este livro.»


Esgotado há várias décadas, Nos Mares do Fim do Mundo é uma obra única da literatura portuguesa do século XX. Esta edição junta dois textos inéditos encontrados nos blocos de notas em que Bernardo Santareno anotou estas impressões de viagem e várias fotografias também inéditas do autor embarcado que serão incluídas na edição.


«A partida
Enquanto o “David Melgueiro” se afasta, mais e mais de Lisboa,
eu surpreendo-me com as mãos abertas ao vento,
para nele colher um certo olhar negro e patético,
ou um riso estridente e nervoso que queria ser lágrima,
ou aquele dorido inclinar de cabeça silencioso e resignado,
ou aquele beijo enviado por alguém que me pede uma estrela como testemunho da aventura,
ou a serenidade hirta e requintada de quem, enquanto o navio se distancia, se acusa por não sentir nada (nem mágoa, nem saudade) por mim…
Com as minhas longas mãos abertas ao vento…»

O Bairro das Cruzes, Susana Amaro Velho

«Esta não é uma história de amor. Não uma história de amor convencional, por assim dizer. Não tem um casal que se apaixona e tem filhos. Que troca juras de amor até que se unam na sepultura partilhada, com dizeres e fotografias a sépia. Esta não é, de todo, uma história desse tipo de amor, mas realça o elo indelével entre uma criança, a sua origem e os seus laços familiares.»

O Bairro das Cruzes conta a história da Luísa. E da Rosa. Conta a história das cruzes que carregamos desde a infância e que condicionam escolhas futuras. Caminhos que se seguem e outros que se evitam. O Bairro das Cruzes atravessa o tempo. O espaço. Mistura comunistas e PIDE e sobrevive às cheias de Lisboa. Carrega um fardo pesado e agarra à terra quem lá nasceu. Quem de lá quis sair, mas regressou. Porque o sangue pode pesar tanto quanto a pedra. E pode ser mais pesado que uma cruz.

O Cardeal, Nuno Nepomuceno

A pacata cidade de Cambridge estremece, ao ser confrontada com os pormenores monstruosos do crime. Mas tudo piora quando uma criança desaparece a caminho da escola. O menino é encontrado numa mata, nu e estrangulado. Adam Immanuel, um escritor inglês, é visto a fugir do bosque. E todos, exceto uma jornalista e um professor universitário, acreditam que é culpado. 

Simultaneamente, um cardeal chega à Cidade do Vaticano num ambiente de grande polémica. O novo Papa foi assassinado, o mundo prepara-se para mais um conclave e um delator continua a publicar informações comprometedoras sobre a Santa Sé. Todavia, será que o religioso recém-chegado veio para ficar? Porque esconde a associação a um assassino profissional? Será ele capaz de resistir à aproximação de uma bela, mas nada inocente, mulher? 

Após A Morte do Papa, Nuno Nepomuceno regressa finalmente e apresenta-nos O Cardeal. Passado entre Cambridge e a Cidade do Vaticano, inspirado em crimes reais, este thriller envolve-nos numa espiral psicológica perturbadora, que só Nuno sabe criar. Um livro arrebatador e de leitura compulsiva. 

O Pecado de Porto Negro, Norberto Morais

Porto Negro, conhecida entre os marinheiros do mundo como a Cidade do Amor Vadio, é um lugar remoto, plantado no coração dos trópicos, onde, durante o dia, dizem, cheira ao suor da vida dos homens e, à noite, ao perfume das mulheres da vida. Em Porto Negro vive Santiago Cardamomo, um jovem estivador que divide o tempo livre que tem entre os bares do porto e a cama das mulheres que nunca lhe faltam. Em Porto Negro vive Ducélia Trajero, a filha donzela do açougueiro da terra, em quem o pai deposita todas as esperanças e que sonha com Santiago desde o primeiro dia em que o viu. Em Porto Negro vive também Rolindo Face, o mesquinho empregado do açougue, que jurou a si mesmo que a filha do patrão haveria de ser sua, custasse o que custasse. Amor, ódio, ciúme e vingança misturam-se numa trama que percorre mais de meio século e envolve personagens tão diversas quanto uma antiga escrava que aguarda num palacete em ruínas o regresso do seu amo; um foragido da justiça que vive uma relação clandestina para esquecer o passado; e um mulato adamado que trabalha na mais afamada casa de passe do Bairro Negro e que, nas desertas horas da madrugada, se perde pelo porto à procura de afecto. O Pecado de Porto Negro, obra finalista do Prémio LeYa e semifinalista do Prémio Oceanos, é um mosaico de histórias que se vão encadeando para construir um romance sobre o carácter circular do tempo e aquilo que em nós há de mais primitivo, profundo e humano.

 

O Que Dizer das Flores, Maria Isaac

Bem-vindo a Mont-o-Ver!

Português que se ponha a caminho da montanha, no inverno, ou da praia, no verão, é certo passar por esta planície de canaviais; mais certo ainda, nem dar por ela. A velha linha férrea passa-lhe ao lado e os comboios já nem sequer abrandam por aqui. Em tanto espaço igual, esta é paisagem fácil de se perder.

Pois permitam que vos apresente os ilustres da vila.

O padre Elias Froes, o homem santo que tem por hábito gastar tempo a pensar no mundo, raramente em si próprio. Guarda segredos que mais ninguém sabe.
Catalina Barbosa, aventureira e contestatária. Menina bem-comportada apenas aos domingos, quando a avó a amordaça dentro de um vestido bonito para ir à missa.

Rosa Duque, a mulher que, em tempos, teve tudo para ser feliz. Foi vencida por um coração partido e resgatada por uma flor.

Zé Mau, o terror na vida das crianças. Os irmãos Mondego, os vilões nas histórias dos adultos.

Este vilarejo pode até ser pequeno e parado, mas está cheio de gente atrapalhada com muita vida para esconder.

Descubram comigo o que aconteceu, afinal, na noite do grande incêndio de há uma década e quem são os verdadeiros heróis desta nossa história pitoresca, temperada com os habituais mal-entendidos.

 

O Regresso do Desejado - Volumes I, II e III, Ricardo Correia

Corre o ano de 1578.

Portugal treme com a notícia da derrota do exército em Alcácer-Quibir, frente às tropas do sultão marroquino.


O desaparecimento de Dom Sebastião lança a incerteza sobre quem se segue no trono.
Ficção histórica de fácil leitura, dividida em três volumes, do qual este é o primeiro.
Apesar de ficcional, é baseado em factos verídicos, enraizados na nossa cultura, como o é o regresso de Dom Sebastião, o que irá, certamente, captar a curiosidade.

O projeto de Dom Sebastião, de uma União Ibérica sujeita ao domínio de apenas um único rei, está à beira da rotura. Com Felipe de Espanha sedento de vingança e o português Dom João de Bragança a reclamar por mais poder, a guerra civil está iminente.

Conseguirá Dom Sebastião evitar a guerra e reinar sobre toda a península?

A épica conclusão da trilogia O Regresso do Desejado é uma história de amor, guerra, coragem e sacrifício. Tudo em nome da pátria.


Um povo. Um trono. Um rei.

Apesar da derrota em Alcácer-Quibir, D. Sebastião sobrevive e regressa. Humilhado em solo marroquino, o jovem rei decide, então, direcionar a expansão do seu reino para Espanha. Através de acordos e alianças estratégicas, o ambicioso rei português afasta D. Felipe do trono e é coroado monarca do reino ibérico unido na escadaria da catedral de Toledo, dando, assim, sequência ao seu plano de conquista. No entanto, o necessário entendimento do Desejado com os marroquinos abriu uma ferida profunda entre o rei e a igreja, que o quer depor a todo o custo, acusando-o de heresia. Longe de estar acabado, D. Felipe, continua a movimentar-se nas sombras e a exercer a sua influência junto de Roma e do Papa.
Enquanto D. Sebastião prepara o seu casamento, por forma a cimentar o seu poder e influência num reino ibérico único e impor-se numa Europa mergulhada na reforma da igreja, muitos são os obstáculos que vai ter que enfrentar para provar que não alterou os seus princípios.

Origami, Valentina Silva Ferreira

David é professor de Literatura Inglesa e aspirante a escritor. Após a recusa de mais um original, recebe uma proposta: ensinar a língua inglesa à tímida e encantadora Key, japonesa recém-chegada e mestre na arte do origami. Hugh, o apaixonado que sofre sempre por amor, decide conquistar Diva, uma prostituta atrevida e escaldante. Artur não sabe que a filha Christine encanta-se por Sue, uma jovem ousada e sem medo de amar. Paul conhece Liberty, rapariga à frente do seu tempo e dona do seu nariz. Nos intervalos desses encontros, os quatro amigos partilham literatura proibida na cave de uma livraria e os espantos em relação àquelas mulheres que destoam da tradicional Londres. O poder das palavras em folhas dobradas. As palavras como arma de sedução. As frases, as exclamações, os diálogos escondidos em símbolos de pureza. Origami: as minhas palavras na tua arte.

Prisioneira do Tempo, Patrícia Madeira

Um momento de dor extrema conduz Manuela, sem que o compreenda, a uma viagem no tempo. Chega ao Brasil de 1813, um território sob domínio português, onde na sombra cresce a Revolução Pernambucana, o primeiro movimento a ultrapassar a fase conspiratória, um passo inspirador para a independência do Brasil da coroa portuguesa, que anos antes fugira de Lisboa para o Rio de Janeiro.


Enquanto tenta adaptar-se a um mar de adversidades e preconceitos que resultam da diferença entre séculos, o inesperado acontece-lhe… apaixona-se por um militar e acaba rendida às emoções de uma vibrante história de amor. Manuela revive episódios históricos e cruza-se com personagens verídicas. Convive com a realeza e choca-se com o mais hediondo negócio de todos os tempos… a escravatura.


Uma mulher entre dois territórios, uma alma que se procura a ela própria. Pelos olhos desta viajante assistiremos às origens, tão apaixonadas quanto violentas, de uma nação. Tal como uma centelha provoca um incêndio, há um primórdio para toda uma existência. Será possível alterar o passado? Valerá a pena lutar contra o destino ou será o próprio sofrimento o passaporte para o futuro?

Se com Pétalas ou Ossos, João Reis

Um jovem autor português instala-se numa residência para escritores em Seul para escrever o seu próximo romance. Em vez disso, deambula pela cidade com a namorada, possivelmente grávida, e entrega-se a todo o tipo de fait divers mais ou menos absurdos, não obstante a pressão dos editores. Nesta quase variação indolente do escrivão Bartleby, João Reis apresenta-nos uma personagem que parece cair dentro de si numa espiral vertiginosa e quase joyceana, lançando, ao mesmo tempo, um olhar amargo e mordaz sobre os colegas de profissão, os editores e outras figuras do meio editorial português.

Ao deixar-se levar pelo fluxo dos acontecimentos, detendo-se obsessivamente num e noutro pormenor irrelevante, Rodrigo encarna o protótipo do anti-herói desencantado e imperfeito, derrotado à partida pela ficção da vida. Se com Pétalas ou Ossos retoma a ideia iniciada com o seu primeiro livro, A Noiva do Tradutor, levando-a ao paroxismo, para lá do qual a inércia se confunde com a redenção.

Segredo Mortal, Bruno M. Franco

Na véspera de Natal, cheias massivas submergem o centro de Lisboa, causando danos incalculáveis e centenas de mortes. Designada por Desastre de Lisboa, a catástrofe é atribuída ao aquecimento global. Mas terá resultado realmente das alterações climáticas?

Um cenário aterrador é descoberto numa praia. Chamados a intervir, Leonardo Rosa e Marta Mateus, inspetores da Polícia Judiciária, deparam-se com a mais tortuosa perversidade: Um puzzle humano.

Iniciando uma caça ao homem, descobrem o perfil de um assassino, perigoso e inteligente, que desafia as capacidades dos inspetores. Assombrado pelos seus próprios fantasmas, Leonardo Rosa terá de ultrapassar barreiras para conseguir chegar à verdade: A descoberta de um segredo incrível.

Entretanto, um jovem recém-licenciado é acusado de dois crimes que ele jura não ter cometido. Encurralado, decide fugir e provar a sua inocência, mas logo se envolve numa teia de acontecimentos que o leva a uma conclusão terrível: Matar é a única forma de sobreviver.

Em busca de justiça e da verdade, vários acontecimentos sangrentos levam os inspetores e o jovem a embrenharem-se na maior conspiração de todas. Conseguirão sair dela vivos?

 

Vida Censurada, Francisco Ramalheira

Em 1926, a Primeira República é deposta e no seu lugar é implementada a Ditadura Militar, dando assim início ao regime autoritário mais longo da Europa Ocidental, no século XX. Ao mesmo tempo que a República caía, dois meninos de dez anos encontravam-se na Colina Verde para, despreocupadamente, brincarem e partilharem histórias.

Vida Censurada conta a história de vida de dois melhores amigos, João Maia e Toni Ribeiro, ao longo dos quarenta e oito anos de Ditadura em Portugal, acompanhando o seu crescimento, entrada na vida adulta e separação, quando o rumo que dão à sua vida torna impossível a manutenção desta amizade de infância: João procura combater o regime, enquanto Toni ingressa na PVDE.

Esta obra é o recordar de um período que faz parte do lado mais obscuro da nossa História e que nunca, em situação alguma, pode voltar.

Liberdade: sempre!

 

Vida Instagramável, Paula Cordeiro

Cansada de uma vida de viagens e compromissos institucionais, Paula Cordeiro decidiu criar um projecto editorial online, o Urbanista. Fez-se passar por influencer e descobriu os meandros de uma nova profissão que estava a começar. Deslumbrou-se, esqueceu-se do seu objectivo, de descobrir o que é ser influencer, deixando-se levar pela espiral de validação e competição.

Vida Instagramável é um relato, na primeira pessoa, de uma história de mudança de vida, paixões e ambições, mas também um ensaio sobre a cegueira dos likes ou da conquista de seguidores e o impacto que esta luta diária pela atenção do outro pode ter nas nossas vidas.

Dirigido a todos os que acham que está tudo mal nas suas vidas e querem começar de novo, Vida Instagramável prova que, para mudar de vida, temos de começar por mudar a forma como a vivemos, explica como podemos redescobrir aquilo que nos faz felizes e explora os detalhes do Instagram e a forma como transformou as nossas vidas.

 

Voar no Quarto Escuro, Márcia Balsas

Sou eu a minha prisão, agora. Até acordar cercada por grades, algures.» Eduarda apenas sonhara em refazer a sua vida após a morte do marido, que a deixou sozinha no mundo com uma filha adolescente. Não desconfiou que essa nova casa, com um novo companheiro, a conduziria a uma vida de violência, destinada ao esquecimento. Anos de submissão encaminham-na para uma noite de tempestade. Este é o momento em que as paisagens tão dissonantes da vida de seis mulheres se entrelaçam de uma forma inegável, numa demanda pelo significado da vida. Mães, filhas, amigas, amantes, casas devastadas pela dúvida e pela loucura - todas obrigadas a enfrentar o medo de voar no quarto escuro.

*Sugestão de Samuel F. Pimenta