Livros para ler ainda em 2020
Não costumo planear os livros a ler, mesmo porque pego sempre no próximo ao sabor da vontade. No entanto, faço assim uns planos muito por alto. Nos últimos tempos vendi uma série de livros que sei que não voltarei a ler, peguei no dinheiro e poupei. gastei tudo em mais livros.
As minhas últimas aquisições incluem:
- O Amor, Marguerite Duras;
- O Conde de Monte Cristo I e II, Alexandre Dumas;
- No Canto Mais Escuro, Elizabeth Haynes;
- A Pousada da Jamaica, Daphne du Maurier;
- O Leitor, Bernhard Schlink;
- O Doente Inglês, Michael Ondaatje;
- A Casa Quieta, Rodrigo Guedes de Carvalho;
- O Idiota, Fiódor Dostoievski;
- O Amante de Lady Chatterley, D. H. Lawrence;
A estes (creio que estou a esquecer-me de alguns), adquiridos em promoções, saldo do cartão e livrarias em segunda mão, juntam-se os muitos livros que já tinha por ler na estante.
Fica cada vez mais difícil saber o que ler, mas cá vão alguns que gostaria de ler ainda em 2020:
1. Anna Karenina, Lev Tolstoi
Publicado em 1877, com 896 páginas intimidantes nesta edição da Relógio d'Água (podem adquiri-lo com 30% de desconto aqui com o código feiradolivro2020 até 31.07.20). É um livro que me foi oferecido num aniversário há muitos anos, e que julguei, durante muito tempo, que era a história de uma russa casada que tinha um caso, chocando assim a sociedade do séc. XIX. Depois de ler outros romances de Tolstói, entendo que Anna Karenina deve ser isso e muito mais. A minha expetativa é a de ver o autor esmiuçar a hipocrisia da sociedade, enquanto mostra que a natureza humana está quase subjugada às convenções sociais.
2. Guerra e Paz, volumes III e IV, Lev Tolstói
Esta edição em quatro volumes da Editorial Presença tem-me acompanhado desde meados de junho. Tem sido um livro maravilhoso, com inúmeros momentos a registar, cenas icónias e uma exposição única da época de Napoleão, das suas ambições e do modo como nascem os nacionalismos no coração dos povos - neste caso no russo, com todas as suas especificidades.
3. O Delfim, José Cardoso Pires
Sinto que me falta ler muitos dos "essenciais" da literatura lusófona. Gosto de entender as correntes literárias, os autores à luz da sua época. A RTP ajuda com alguns desses títulos, na seu "A RTP Ensina", ou "Grandes Livros". Podem ver a peça sobre a obra prima de José Cardoso Pires aqui. Interessa-me este retrato de uma vila fictícia no fim dos anos 60, altura em que a cultura portuguesa já estava desgastada, sufocada pela censura, pelos ideais salazaristas, pela guerra colonial. Confio que seja um ótimo retrato do nosso país de há apenas 50 anos.
4. No Canto Mais Escuro, Elizabeth Haynes
Outro romance em torno de relações tóxicas, de abuso de poder, a nível físico e psicológico, da parte de um homem para com uma mulher outrora confiante. É um tema atual que, infelizmente, não se esgota. Quantas vezes na literatura me cruzei com este tema da mulher oprimida? Em A Cor Púrpura, em Os Irmãos Karamazóv, em Tudo o que ele sempre quis, em Uma Abelha à Chuva, em Isto Acaba Aqui, em A Vida Secreta das Abelhas, e em tantos outros livros a mulher/a jovem é manipulada, abusada, vergada à vontade de um homem, seja este pai, marido ou namorado. No meu Demência o tema não é muito diferente, e seria de esperar que já me tivesse fartado do tema da violência doméstica, mas nunca. Nunca poderei fartar-me dessa luta. Paguei 7,56€ por ele nas promoções de 60% da Presença. Confio que valerá a pena!
5. Paraíso e Inferno, Jón Kalman Stefánsson
Ando com muita vontade de ler mais autores escandinavos, creio que Knut Hamssun terá criado essa brecha no meu interese. "Paraíso e Inferno" é o primeiro volume de uma trilogia deste autor islandês. Se gostar, adquiro os restantes. É pequeno e parece-me acessível, e tenho esperança que possa apresentar-me a Islândia que, até hoje, ainda só visitei num outro livro - Últimos Ritos, de Hannah Kent.