Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Castelos de Letras

Em torno das minhas leituras!

Castelos de Letras

Em torno das minhas leituras!

»Bons e Maus Livros

Há bons livros e maus livros? Isto é, claro que há livros bons e livros maus, mas um livro é arte - e a arte é subjectiva, e um livro é também um pedacinho de alma, por isso é natural que fale mais a uns leitores do que a outros. Mas haverá uma mão infalível por detrás de todos os bons livros? De todos os bons clássicos consagrados com os musts da literatura internacional?
Ultimamente dediquei-me a colmatar as minhas falhas literárias no que diz respeito aos ditos "clássicos". Com isto ando a somar autores de renome como Emily Brontë, Alexandre Dumas, Mary Shelley e, recentemente, Agatha Christie. Também dediquei algumas horas à audição do Ana Karenina do Tolstoi, e a qualidade é inegável...

Como costumo andar de cabeça cheia, geralmente um romancezinho light caía sempre bem. Agora os romances desse tipo estão empilhados na minha mesa de cabeceira e os clássicos vagueiam no centro do meu entusiasmo. Ando a tentar ler um romance leve, mas fui obrigada a pô-lo de lado. Pensei que andava sem paciência para a leitura, mas eis que leio três linhas do Frankenstein e só paro no final...

Hoje voltei a tentar ler um romance desses levezinhos, fechei-o de imediato. Parece que o estômago se me dá voltas... e então peguei na Agatha Christie e pensei: se não tens forças para um cor-de-rosa, muito menos terás para um que requer que se puxe pela cabeça...

E quem diria? As palavras voam, o enredo desliza, a acção desenrola-se com naturalidade e prende o olhar e a atenção.

Daí que me pergunte... terei estragado (condicionado) toda a minha compreensão futura da literatura ao ter-me apaixonado por obras de qualidade reconhecida numa idade tão jovem? Todo o resto me parecerá, daqui por diante, sempre pior?

Bom não pode ser sempre assim... mas o que é que me aconteceu, em tempos amante do Nicholas Sparks, que agora prefiro Agatha Christie a um romance com arte, intriga de casal e sexo passado em Paris?

Haverá de facto algo intrínseco, abstracto e não palpável - mas facilmente perceptível, uma espécie de um gancho canalizador de interesse - nas grandes obras?