Anjo de Cristal...
*contém spoilers*
Lendo o Anjode Cristal da Beatriz Lima (14 anos à época da sua publicação e mais jovemainda quando o escreveu), descobri que o meu palpite acertou em certos pontos eestiraçou-se no chão noutros. Ora bem… vejamos:
Para quem não sabe a Beatriz é jovem (nasceuem 1997!) e publicou este romance pela Alphabetum edições em 2012. Acedendo ao website da editora descobri inúmeros links onde podemos acompanhar o percursoda Beatriz desde a publicação do livro, bem como a reacção da imprensa. Houve,inclusive, um convite de Moçambique para uma iniciativa cultural. Após assistirtambém a uma entrevista num programa com o José Figueira e outro com aConceição Lino, considerei que tanto alarido deveria ter algum fundamento deverdade e abri o livro, lendo as primeiras cinquenta páginas em meia hora (esem pular linhas!).
Até à página cinquenta já foi uma história deamor, uma história de amizade, uma história de guerra, uma história decaridade, uma história de violência doméstica e uma história de acção, tudoseparadamente e com a mesma intensidade a cada instante.
- O livro evidencia um défice que qualquer amante de História considerará grave no que diz respeito ao contexto político-histórico-temporal. Poderia ser passado noutro qualquer país e noutra qualquer época;
- Concordo que é difícil, sobretudo quando se é tão jovem, fazer-se uma boa pesquisa e background num romance mas, sem querer ser má - e talvez já o sendo - mas há que ser exigentes connosco próprios e, sobretudo, não tentarmos ir além dos nossos recursos. Um ponto onde teria sido fácil a autora pelo menos aproximar-nos um bocadinho de França teria sido adoptando nomes franceses. O que não é o caso.
- Todo o livro evidencia aquilo que eu própria sentia aos doze, treze anos, quando escrevia. Uma certa leveza de espírito, um certo sentido de que há coisas a fazer em que ninguém repara, a ânsia por liberdade, até o sentido maternal, o amor romântico, me parecem familiares. A autora é uma sonhadora, consigo dizê-lo e acho bonito e puro que assim seja. O livro transpira essa mesma ingenuidade e é por isso que se fala em príncipes, fadas, estrelas cadentes e as pessoas se chamam Lua, Sky ou Lírio.
- A acção precipita-se, tudo acontece em cinco minutos e com a maior naturalidade e, mais, assegura-se genuíno. Amores, ódios, crimes.
- Ora o narrador surge como presente, ora parece mero espectador no modo como refere as outras personagens;
- A Anne Marie é uma “mártir” com quem seriafácil simpatizar – a deixar uma criança de c. seis anos (segundo dá a entender)com um arranhão na perna dormir na sua casa duas horas depois de a conhecer,sem sequer lhe indagar o que seja a respeito dos seus pais;
- O livro evidencia um défice que qualquer amante de História considerará grave no que diz respeito ao contexto político-histórico-temporal. Poderia ser passado noutro qualquer país e noutra qualquer época;
- Concordo que é difícil, sobretudo quando se é tão jovem, fazer-se uma boa pesquisa e background num romance mas, sem querer ser má - e talvez já o sendo - mas há que ser exigentes connosco próprios e, sobretudo, não tentarmos ir além dos nossos recursos. Um ponto onde teria sido fácil a autora pelo menos aproximar-nos um bocadinho de França teria sido adoptando nomes franceses. O que não é o caso.
- Todo o livro evidencia aquilo que eu própria sentia aos doze, treze anos, quando escrevia. Uma certa leveza de espírito, um certo sentido de que há coisas a fazer em que ninguém repara, a ânsia por liberdade, até o sentido maternal, o amor romântico, me parecem familiares. A autora é uma sonhadora, consigo dizê-lo e acho bonito e puro que assim seja. O livro transpira essa mesma ingenuidade e é por isso que se fala em príncipes, fadas, estrelas cadentes e as pessoas se chamam Lua, Sky ou Lírio.
- A acção precipita-se, tudo acontece em cinco minutos e com a maior naturalidade e, mais, assegura-se genuíno. Amores, ódios, crimes.
- Ora o narrador surge como presente, ora parece mero espectador no modo como refere as outras personagens;
- A Anne Marie é uma “mártir” com quem seriafácil simpatizar – a deixar uma criança de c. seis anos (segundo dá a entender)com um arranhão na perna dormir na sua casa duas horas depois de a conhecer,sem sequer lhe indagar o que seja a respeito dos seus pais;
- Considero as personagensestereotipadas, desadequadas do seu tempo, espaço e pressuposta cultura, comreacções exageradas e deslocadas, rotinas fúteis e eventos precipitados, pouco ponderados;
- Vírgulas separam o sujeito do verbo;
- Enredo irrealista e a puxar ao dramático sem que os acontecimentos isso justifiquem;
Review final por surgir.
Alterei a review porque o objectivo não era ferir as susceptibilidades de ninguém, nem ser "uma cabra". No entanto não posso deixar de partilhar a minha opinião.
Alterei a review porque o objectivo não era ferir as susceptibilidades de ninguém, nem ser "uma cabra". No entanto não posso deixar de partilhar a minha opinião.