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Castelos de Letras

Em torno das minhas leituras!

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#63 SIGURDARDÓTTIR, Yrsa, Lembro-me de ti

Sinopse: Três jovens propõem-se recuperar uma velha casa de uma aldeia abandonada, algures nos Fiordes Ocidentais islandeses. Mas não imaginam o cataclismo que este inofensivo trabalho vai desencadear. Na outra margem do fiorde, um psiquiatra investiga o suicídio misterioso de uma mulher mais velha que poderá estar ligado ao desaparecimento do seu próprio filho. Estas duas intrigas vão convergir para uma história de um enorme suspense que os críticos têm considerado tratar-se da melhor que até agora saiu da pena de Yrsa Sigurdardóttir.
"Lembro-me de Ti" foi galardoado com o Prémio de ficção Policial Nórdica de 2011, e os direitos de adaptação ao cinema comprados pelo produtor islandês radicado em Hollywood Sigurjón Sighvatsson ("Wild at Heart" e "The Killer Elite", entre dezenas de outros). Um thriller policial arrebatador, uma leitura saborosamente arrepiante.

Opinião: «A resposta islandesa ao Stieg Larsson» é um pouco enganosapara quem procura policiais. Não que essa componente não exista, mas o livroresolve-se sobretudo a partir do sobrenatural. Para quem gosta de livros quedeixam os pelinhos arrepiados, este é ideal. Ontem julguei que toda a casafazia ruídos ameaçadores enquanto lia as últimas páginas. Confesso que puleialgumas porque achei demasiado descritivo e exaustivo. Também porque meperturbou bastante, logo deste o início. O frio, o branco, os fiordes a desfazerem-sesob as botas de neve, a ameaça do gelo, crianças desaparecidas, estranhascruzes gravadas nas costas de mortos e um fantasma (criança) ameaçador que sevale do uivo vento para lançar avisos tormentosos. A meio do livro estavafrenética para terminá-lo, não andava tão rápido quanto eu desejava, cadacapítulo terminando numa revelação/aproximação do medo e deixando-me emalvoroço. Queria muito saber o que aconteceu com aquelas duas criançasdesaparecidas...
No final tudo se conjugou: a má natureza humana, a crueldadeinfantil, a dor, a perda, o desconcerto, o absurdo das situações evitáveis queterminam em desgraças, os motivos por detrás de tanta maldade e sordidez. Tudofaz, afinal, sentido.

Uma boa leitura - sem dúvida perturbadora - que aconselho atodos os que gostem de mistérios, policiais e sobrenatural. Se tiveroportunidade voltarei a ler esta autora, que trouxe a Islândia para a luz.

Classificação: 4****