#59 KEATING, Barbara & Stephanie - Um Fogo Eterno
Sinopse: Hannah, Sarah e Camilla partilharam uma infância mágica e feliz no Quénia. Anos depois, as três jovens mulheres regressam às terras altas da África Oriental e àquele que é agora um país independente. Hannah luta para preservar a sua memória na fazenda Langani, alvo de uma série de ataques violentos que ameaçam a sua segurança e casamento. Sarah está a estudar o comportamento dos elefantes numa zona perigosa devido à acção de caçadores furtivos, refugiando-se no trabalho para superar a morte do seu amor de infância. Camilla, um ícone mundial da moda, abandona a sua carreira em Londres e regressa ao Quénia por amor a um carismático caçador e guia de safáris. Mas um segredo paira sobre elas. Com a ajuda de um ambicioso jornalista indiano, elas vão desvendar a verdade por detrás da morte do noivo de Sarah e dos constantes ataques à fazenda e às suas vidas. As paixões e provações por que passam estas inesquecíveis heroínas, unidas uma vez mais pela amizade e pelo amor ao país das suas infâncias, fazem de Um Fogo Eterno um romance épico e magnífico.
Opinião: Opinião: Conheci a Camilla, aSarah e a Hannah em Irmãs de Sangue,um livro que adquiri em 2010 (se a memória não me falha), porque a sinopsecontinha uma promessa de África e porque era apaixonada por livros grandes.Digo “era” porque o tempo para livros grandes, ultimamente, não tem abundado. Aprova disso é a hora em que escrevo esta crítica – ou, aliás, partilha deopinião. Na altura, deixei o livro a sessenta páginas do fim. Aconteceu algoque me magoou de tal modo que tive de pôr o livro de lado. Não conseguiadigerir a intensidade dos acontecimentos. Neste ano, ou seja, dois anos depois,lancei-me a essas últimas sessenta páginas quando me dei conta de que setratava de uma trilogia. Mesmo sem me recordar dos nomes das personagens àprimeira e de todos os acontecimentos, chorei baba e ranho. Dois anos depois econtactando apenas com sessenta páginas.
Bom, o Um Fogo Eterno arrancou-me o mesmo. Tive de disfarçar as lágrimas.Só agora me dei conta de que chove, porque eu cheguei agora mesmo de Naibori.África está resplandecente mas, infelizmente, quente demais. Confusa demais. Violentademais. A acção tem lugar entre 1966, momento pouco depois do término do volumeI, e 1970. Até, sensivelmente, à página 250 não senti grande entusiasmo pelaobra, fora África, claro. Fora os elefantes, as hienas e os crocodilos. Além domais havia muitas desgraças a suceder desde o primeiro livro e, até aqui,injustificadas. Muita violência gratuita que, a partir da página 300 começa aresolver-se de um modo arrebatador. Lia 100, 160 páginas por dia, tão absortaque estava nesta obra sem igual. Todas as personagens são multifacetadas. AHannah está impossível neste volume, a tentar manter a família à tona enquantoo logde e Langani são constantementeatacados. O Lars é o marido ideal, firme e brusco quando é necessário. ACamilla continua demasiado silenciosa e independente, pouco dada a explicações.A história dela com o Anthony, o guia de safaris, arrasta-se interminavelmenteporque o tipo é um mulherengo de primeira, por muito que a ame. Simultaneamentea relação está bem retratada porque existem, de facto, muitas ligações dessanatureza a suceder na vida real. Quanto à Sarah continua a minha favorita. Noprimeiro volume viveu um grande amor com o Piet, irmão da Sarah e sofreu um choquetremendo e uma perda arrasadora. Neste segundo volume surge outro homeminteligente e determinado. Vamos lá ver o que o jornalista indiano conseguedela… Devo confessar que o Rabindrah é das minhas personagens favoritas.
Lamento a lentidão das últimascem páginas, poderia estar tudo resumido a menos. Houve uma cena marcante naprisão que me pôs a pingar lágrimas. O conflito interior foi tão intenso que eusenti-me lá, a tomar decisões pelas personagens. Em geral o livro está muitobem encaixilhado – pena o ritmo por vezes lento – e as personagens são muitohumanas e volúveis. Aprendem-se boas lições, até porque são todos tão francosque as censuras voam.
Não sei bem o que esperar doterceiro, mas também tinha julgado que tudo se tinha encerrado no primeiro eparece-me que gostei ainda mais deste volume.
Li algures que só aqueles quetêm ligação a África sentem realmente interesse por este livro. Não sei se é domeu avô angolano cor de carvão mas… eu senti o chamamento de África, tão fortee oportuno como sempre.
Classificação: 5*****