#42 CHRISTIE, Agatha - Um Crime no Expresso do Oriente
Sinopse: Pouco depois das doze batidas da meia-noite, um nevão obrigao Expresso do Oriente a parar. Para aquela época do ano, o luxuoso comboioestava surpreendentemente cheio de passageiros. Só que pela manhã havia, vivo,um passageiro a menos. Um homem de negócios americano jazia no seucompartimento, apunhalado até à morte. Poirot aceita o caso,aparentemente fácil, que acaba por se revelar um dos mais surpreendentes detoda a sua carreira. É que existem pistas (muitas!), existem suspeitos(muitos!), sendo que todos eles estão circunscritos ao universo dos passageirosda carruagem. Para ajudar às investigações, o morto é reconhecido como sendo oautor de um dos crimes mais hediondos do século. Com a tensão a aumentarperigosamente, Poirot acaba por esclarecer o caso…de uma maneira a todos ostítulos surpreendente!
Opinião: Nunca tive especial predilecção porpoliciais/livros de mistério. Gosto de um segredo bem guardado, ou de algo tãocativante quanto os dilemas da Religião, da História e da Ciência, mas não soufã deste género de livros. Conheci o Hercule Poirot, a tão famosa personagem daAgatha Christie, nesta obra de renome internacional, e fiquei… como colocá-lo?Desapontada. Será exagerado dizer que, por muito “brilhante”, e eu diria antes “lógica”,que seja a sua mente… o homem é um cretino arrogante e pomposo? Detestei osmodos altivos dele, a sua astúcia pretensiosa… enfim. Tê-lo-ia perdoado, se aAgatha Christie não fosse, ela própria, tão metódica na construção do livro. Oscapítulos são pequenos e, por este motivo, muito fáceis de ler. Mas senti que aobra estava dissecada. Facilmente teria sido montada aos poucos, o que rouba umpouco da beleza à orquestração… É tudo muito frio e calculado e, se não fosse asolução do mistério ser tão inesperada e tocar-me particularmente, devido a umcaso verídico que se torna o centro do enigma, não teria passado de um 3 muitopouco sólido. Ainda assim, atribuo um 3,5 arredondado para 4, pelo simplesmotivo de que algumas das personagens são amorosas, bem conseguidas, outrasásperas e intrigantes. Curiosamente, é o próprio Poirot que se dilui no enredo,na minha modesta opinião. É ele que fica renegado para segundo plano enquantoabsorvia as histórias das viagens anteriores dos passageiros e ouvia falar daconjuntura mundial nesse início do séc. XX, no modo como as nações se encaravammutuamente, na História recente do nosso Velho Continente a partir de Istambulque, a partir de agora, será recordada como a fronteira entre estes doismundos, estas duas mentalidades.
Fiquei com pouca vontade de voltar a ler AgathaChristie… mas talvez eu tenha pegado pelo caso errado...
Classificação: 3,5***/*