#301 KEEGAN, Claire, Pequenas Coisas como Estas
Sinopse: FINALISTA BOOKER PRIZE 2022
Vencedor do Prémio Orwell na Categoria de Ficção Política
Estamos em 1985, numa pequena cidade irlandesa. A autora narra-nos a vida de Bill Furlong, um comerciante de carvão e pai de família. Uma manhã, ainda muito cedo, quando vai entregar uma encomenda no convento local, Bill faz uma descoberta que o leva a confrontar-se com o passado e os complicados silêncios de uma povoação controlada pela Igreja.
“Cada palavra é uma palavra certa no local exato. O efeito ressoa e é profundamente comovente.” [Hilary Mantel]
“Um livro belíssimo, que nos faz querer descobrir tudo o que a autora já escreveu.” [Douglas Stuart]
“Uma escritora única na sua geração.” [The Times]
”Um livro incrível.” [Sarah Moss]
“Um livro incrivelmente claro e lúcido.” [Colm Tóibín]
“Uma hipnótica e envolvente novela irlandesa que transcende o país e o seu tempo.” [Lily King]
Opinião: Tenho um carinho especial por livros pequenos com histórias fortes. Este livro acaba de repente, virei a página e tinha terminado. Fez imenso sentido, e não há qualquer necessidade de adiantar mais explicações ao leitor.
Furlong é filho de mãe solteira e cresceu à sombra de uma senhora influente numa pequena povoação de Waterford, na Irlanda católica. Nessa povoação existe um convento que acolhe jovens caídas em circunstâncias misteriosas. São jovens de fora que, na prática, nada têm que ver com a pequena povoação onde se situa a congregação.
Ao longo das suas poucas (mas intensas) páginas, acompanhamos uma espécie de despertar que vai tomando este homem casado e pai de quatro filhas nos dias que antecedem o Natal. Durante quarenta anos, a grande mágoa de Furlong tem sido não saber quem é o seu pai. Agora, diante da possível realidade que se passa para lá dos portões do convento de St. Margaret's, a angústia de Furlong é pensar que a sua mãe poderia ter sido uma daquelas mulheres - e que nenhum dos autoproclamados cristãos da povoação lhe teria estendido a mão. Perante essa reflexão, Furlong deve decidir se as coisas devem permanecer como sempre foram ou se um simples distribuidor de lenha e carvão pode fazer algo de útil por alguém numa disputa contra uma instituição aparentemente invencível.
Um despertar moral de um homem multidimensional descrito por Keegan na paisagem inóspita de uma Irlanda onde sempre houve fricções religiosas, e onde a Igreja Católica teve um efeito tantas vezes mais nefasto do que conciliador.
Leitura rápida mas cheia de significado.
Classificação: 4/5*****