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Castelos de Letras

Em torno das minhas leituras!

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#297 HUNTER, Madeline, O Mestre e a Aprendiza

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Sinopse: No momento em que Rhys vê Joan no mercado a vender as suas delicadas peças de cerâmica, sente-se enfeitiçado. Não podia imaginar que, poucos dias depois, viria a salvar a mesma jovem da tortura de um povo impiedoso, disposto a castigá-la por um crime que não cometeu. Com ternura, cuida das feridas do seu corpo e da sua alma, e vontade não lhe falta de fazer muito mais…

Joan não lhe revela que em tempos viveu uma vida mais próspera. Por força das circunstâncias, trabalha agora às ordens de um amo, mas não desistiu de vingar os crimes que arruinaram a sua família. Quando descobre que Rhys se encontrou com o seu empregador e comprou o seu contrato de aprendiza, Joan fica furiosa, mas está decidida a não sucumbir aos encantos do belo homem. O seu corpo, porém, pede o contrário…made conseguirá ela evitar ser subjugada pelo forte desejo que sente?

 

Opinião: Há muitos anos li outros livros que agora sei pertencer a esta série "Medieval" - [book:Casamento de Conveniência|7856911], de que gostei bastante, [book:O Protector (Medieval Series|11195030], [book:Mil Noites de Paixão (Medieval Series|13361134], de que não gostei tanto.

Volvidos tantos anos, volto a apreciar este tipo de enredo por parte da autora. Temos conspirações na corte, golpes de Estado, um ambiente muito bem criado e cheio de pormenores históricos. Li algures que a autora é Professa de História, o que me parece bastante compreensível.

Neste romance, temos outra história madura de duas personagens com substância, cujos objetivos e interesses na vida vão muito além da paixão que se desenvolve ao longo das páginas, mas chegam a ser postos em causa pela mesma. Gosto de personagens com várias camadas, complexas, que não se entregam com facilidade e que vão evoluíndo ao longo da narrativa. Destaco o tom quase poético - e espiritual - que o livro alcança quando a autora descreve a dedicação que os dois protagonistas sentem pela sua arte. Ele esculpe em pedra, ela faz figurinhas de barro / argila. Figuras religiosas às quais imprimem a humanidade possível. É a catarse que essa arte lhes oferece que é comovente e palpável - percebe-se que a autora investiu bastante na construção emocional dos protagonistas.

Joan, a Ceramista, e Rhys, o maçon, são duas personagens com uma solidez histórica muito interessante, e o romance (bem como as partes picantes) está bem desenvolvido. É positivo que se crie uma história de amor ambientada na Idade Medieval sem que a mesma grite <i> machismo</i>. Essa contemporaneidade do romance é um feito, nem sempre bem conseguido noutros volumes, inclusive da mesma autora.

Classificação: 4/5*****