#292 HUNTER, Madeline, Nobre e Poderoso
Sinopse: Suspeito do assassinato do irmão, Lancelot (Lance) Hemingford, duque de Aylesbury, não vê outra solução senão o anonimato. Desgostoso, o jovem troca a vida rebelde de Londres pela quietude do campo. Mas assim que surge uma oportunidade de limpar o seu nome, ele não hesita. A única coisa que tem a fazer é propor casamento à sobrinha de um vizinho… Tarefa fácil e potencialmente interessante, pois Lance não resiste ao desafio de seduzir uma donzela relutante.
Marianne Radley, que depende do tio para sobreviver, vê-se agora encurralada. A jovem não tem outra alternativa que não a de aceitar a mão de Lance. Mas Marianne tem um plano: tenciona descobrir os segredos mais sórdidos do futuro marido e expô-los ao mundo. Este seria, de facto, um plano infalível. Mas para o levar a bom termo, ela terá de ser totalmente imune aos encantos de um duque devasso… e encantador.
Depois de Uma Reputação Perigosa e Alto, Moreno & Provocador, Nobre & Poderoso vem completar a série Os Libertinos, uma trilogia plena de intriga e paixão.
Opinião: Há muitos anos que não lia nada desta autora. Gostei muito de dois dos seus livros, e depois cheguei a odiar vários outros. Desisti. Vendi os livros e, se não fosse o Kobo, nunca mais haveria de lê-la. Só traduzi dois livros na vida, mas começo a ler as traduções à luz daquilo que aprendi com as minhas. Em suma, a tradução está muito má no início, tive de reler algumas frases, houve desacordo de tempos verbais e uma organização frásica que embrulhava um bocado o sentido das palavras. Parece-me que às vezes complica-se para tentar dar um ar mais erudito aos romances históricos, mas neste género só procuramos experiências sem espinhas. Com o evoluir da história, a narrativa tornou-se mais fluida, cheguei a ler frases bem bonitas. Às vezes até franzia o sobrolho e perguntava-me mas isto é Madeline Hunter? Diria que é ela em ótima forma, porque houve algumas observações simples sobre a vida e a natureza, e também momentos de ternura entre as personagens principais, que muitas vezes não têm lugar neste tipo de livro porque o que se procura é sempre conflito e emoções fortes.
Neste livro não há desrespeito, mal-entendidos nem discussões entre as personagens principais. Gostei muito disso, porque odeio enredos assentes em mal-entendidos, em má comunicação e em assunções absurdas. Acho que o amor, para ser credível, tem de envolver respeito, e por isso achei muito bonito o modo como a relação dos dois evolui. É um amor construído - adoro essa abordagem do amor construído, e torço bastante o nariz a amores à primeira vista. Só não adorei um pequeno pormenor do final, em que, por não haver conflito entre as personagens principais, a autora inventa um ali meio à pressa para os precipitar para a conclusão final de que não podem viver um sem o outro.
Enfim, era o que precisava para passar o tempo na cama com o covid e o oxímetro.
Classificação: 4/5****