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Castelos de Letras

Em torno das minhas leituras!

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#284 NEPOMUCENO, Nuno, A Última Ceia

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Sinopse: Uma nota enigmática é encontrada junto à moldura vazia de um quadro famoso. O ladrão deixou um recado. Promete repetir a façanha um ano depois.

De visita à igreja de Santa Maria delle Grazie em Milão, uma jovem mulher apaixona-se por um carismático milionário. Mas, quando alguns meses depois, é abordada por um antigo professor, Sofia é colocada inesperadamente perante um dilema. Deverá denunciar o homem com quem vai casar-se, ou permitir tornar-se cúmplice deste ladrão de arte irresistível?

Enquanto a intimidade entre o casal aumenta, um jogo de morte, do gato e do rato, começa. E aquilo que ao início aparentava ser um conto de fadas, transforma-se rapidamente num pesadelo, ao mesmo tempo que um plano ousado e meticuloso é urdido para roubar a obra-prima de Leonardo da Vinci.

Requintado, intimista, inspirado em acontecimentos verídicos, A Última Ceia transporta-nos até ao enigmático mundo da arte. Passado entre Londres e Milão, habitado por uma coleção extraordinária de personagens, para as quais a ambição e fama se sobrepõem a qualquer outro valor, este é um thriller sofisticado de leitura compulsiva.
 

Opinião: Esta foi a minha estreia com a obra do Nuno Nepomuceno. Optei por este A Última Ceia apesar de o autor me ter garantido que não há uma sequência obrigatória para compreender a sua obra. Escolhi a obra que envolvia Itália e arte, que são dois temas que casam muito bem e que me fascinam.
Até cerca de 2/3 do livro, e apesar de me interessar o assunto dos quadros roubados e de curiosidades em geral sobre a obra que empresta o título ao livro (por exemplo, que o saleiro na mesa dos Apóstolos representa a traição), avancei devagar. Esperava uma obra ao estilo de Dan Brown, isto é: especial enfoque na ação, e menos detalhe nas personagens. Fiquei assim introduzida ao Nuno, que coloca ênfase no retrato psicológico das suas personagens. O autor manteve a coesão nas ações e mentalidade das suas personagens e, ainda assim, conseguiu surpreender. O último terço do livro foi imparável. Dá-se um twist que me fez admirar instantaneamente a mente por detrás da história e, apesar de não ser um livro de emoções fortes, é um livro tecido com cuidado e minúcia, e as pistas estão lá, na subtileza das entrelinhas.
O próximo a ler do autor será, possivelmente, o Pecados Santos.