A quarta conversa no podcast EntreEscritores foi para o ar no dia 21 de abril e teve como convidada a escritora e ativista literária Helena Magalhães.
A autora desenvolve atividades em várias frentes. É criadora e único rosto por detrás do BookGang, um clube do livro que proporciona uma experiência de leitura diferenciada. Todos os meses é lançada uma box com livros seleccionados pela autora e alguma margem para opcionais, enviada com mimos especiais e ofertas do mês para os subscritores. Possui uma livraria online onde comercializa os livros com o selo "BookGang", e comercializa book journals, planners, agendas, postais, cool wearing. Os book journals, por exemplo, são confeccionados pela própria, à mão, para o seu projeto de journaling Magapaper. A oferta da semana para um ouvinte do podcast foi um book journal personalizado e à escolha do vencedor. A vencedora foi Sónia Carvalho.
Quanto à conversa, disponibilizada em parte I e parte II, permitiu discutir a situação alarmante das quebras em vendas de livros em Portugal, também a ausência de hábitos de leitura que colocam Portugal na cauda da Europa quanto à média de livros adquiridos por ano per capita. A autora mencionou estatísticas, no âmbito de uma formação que tem vindo a realizar, que sustentam estas preocupações. A luta da Helena Magalhães prende-se com limpar o pó à elite literária no país, aproximar os livros dos leitores e garantir assim o futuro dos livros e de quem os lê.
Podem ouvir os episódios em Google podcast, Spotify ou Apple podcasts, e também no site do podcast.
Sinopse: Isabel não tinha medo dos mortos. Gostava de passear por entre as campas do cemitério, a recuperar as histórias da morte daquelas pessoas. Quando a falta de alguma informação lhe acicatava a curiosidade, perguntava à mãe... Quando esta se recusa a dar-lhe uma resposta sobre uma mulher chamada Eulália, Isabel inicia uma busca por esclarecimentos. Só que ninguém quer falar sobre o assunto e, inesperadamente, Isabel vê-se confrontada com uma teia de mentiras, maldade, enganos e crimes que a levam a compreender o passado misterioso da mãe e a forma quase anestesiada da sua existência. Um romance de estreia profundamente sagaz e envolvente que faz um retrato do interior português preso na tradição religiosa da década de 1970.
Opinião:
"Porque nas aldeias tudo se sabe, mesmo aquilo que ninguém diz."
No calor do momento, tenho a elogiar muito a escrita desta autora em plena estreia. A escrita é muito equilibrada e, melhor, é aplicada na medida certa: sem ser superficial nem desnecessariamente floreada. O embalo da escrita é algo que deixa claro que estamos perante uma nova voz na literatura nacional, outro caso de uma estreia bem-sucedida.
Gosto muito da premissa do livro, da relação mãe e filhos, do mundo rural, das hierarquias que ainda hoje em dia imperam nesses lugarejos do interior. Gosto de como a Lénia põe o dedo na ferida e expõe os podres da autoridade nesses recantos de impunidade.
Por outro lado, houve algumas coisas que deveriam ter sido claras, mas que não consegui compreender (quiçá, por culpa minha): - Descobrindo-se a possível verdade sobre a morte da D. Eulália, mistério que move a personagem principal, não percebi o porquê do silêncio. - Estando a Isabel diante do diário da mãe, como pode ter conhecimento de coisas que tiveram lugar fora da vista e do conhecimento da mãe?
"Não se escolhe a hora a que se morre, a não ser que alguém a escolha por nós"
Por último, senti que algumas partes do livro me foram um pouco repetitivas: há uma sequência em que três personagens têm o mesmo tipo de abordagem para com o vilão, e os diálogos entregam as mesmas acusações. Por outro lado, grande parte da história é vista à lente de 1972, o que relega a nossa personagem principal para uma espécie de introdução e epílogo da história, não chegando realmente a dar-se a conhecer ao leitor.
Termino renovando a minha fé em como a Lénia regressará com outros livros e que, a julgar por este, o seu percurso será muito promisssor!
Custa-me bastante ler em português do Brasil, mas esta saga de ler um primeiro livro na íntegra no e-reader levou-me a esta edição da Arqueiro, da Julia Quinn. Confesso que até foi uma leitura bastante agradável. Comecei a lê-lo com algum cansaço por volta das 2h da manhã e por volta das 4h30 pousei-o, terminado. Ah, como me ri!
Opinião: Ontem apeteceu-me ler algo ao estilo Bridgerton, e e-reader para que te quero! Às quatro da manhã tinha terminado a leitura.
Julia Quinn domina, além dos ingredientes base para este tipo de história, o humor. É o humor que me mantém pregada às páginas, e que me faz acreditar na química entre as personagens. E que química!
Sebastian Grey regressou da Guerra Peninsular com alguns traumas, nomeadamente insónias. Sem outra perspetiva de futuro que não herdar o condado de um tio asqueroso, acaba por expiar os seus fantasmas e conseguir os seus rendimentos da escrita.
Numa noite, sentado num cobertor no bosque, uma jovem muito desgostosa com o seu casamento arranjado tropeça no sonhador Grey, e puff há borboletas e foguetes.
É aqui que a autora espalha magia como ninguém... já li tantos livros do género, mas ainda assim consegue introduzir novos ingredientes, emprestar espontaneidade às personagens e pôr-me a rir e a torcer pelo casalinho principal quase do princípio ao fim.
Apaixonei-me pelo Mr. Grey, pelo seu jeito teatral e cavalheiresco, mas também pelo modo como a autora permitiu que vissemos os sentimentos a nascer nele. Annabel Winslow também é uma boa personagem, mas acaba por não ser tão rica quanto o Mr. Grey. (A autora faz questão que nos apaixonemos pelos seus heróis).
Para terminar, gostei muito de uma coisa: por uma vez, o estatuto social não importou. Quer dizer, importou, mas para toda a gente menos para o casal principal. Por uma vez, saímos da aristocracia e entramos nos burgueses, que eram obrigados a ter ideias para se sustentar.
Belo! Divertido! Impulsivo!... ...Não posso fazer isto todas as noites.
Sinopse: Annabel Winslow está em uma grande enrascada. Ela acabou de chegar a Londres para participar de sua primeira temporada e já chamou a atenção do conde de Newbury, que está atrás de uma mulher que lhe garanta um herdeiro. Com seus quadris largos, Annabel parece especialmente fértil, o que faz dela a candidata ideal. O problema é que o conde tem no mínimo 75 anos e ainda por cima é um grosseirão inveterado. Certamente ela não tem nenhuma vontade de se casar com ele, mas sente que não tem escolha. Seu pai morreu há pouco tempo e deixou a família inteira, incluindo os sete irmãos e a mãe de Annabel, praticamente na miséria. Então, durante uma festa, ela conhece Sebastian Grey, o charmoso sobrinho do conde. E de repente se vê cortejada não apenas pelo velho assanhado, mas também pelo irresistível e misterioso jovem.
Agora ela precisa decidir entre se casar com um homem que acha repugnante, e com isso garantir o futuro de sua família, e seguir o próprio coração, dando a si mesma a chance de um final feliz.