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Castelos de Letras

Em torno das minhas leituras!

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Em torno das minhas leituras!

#176 HUNTER, Madeline, O Protector

Sinopse: Numa terra sem lei, devastada pela guerra e pelas pragas, Morvan Fitzwaryn, um cavaleiro errante, faz jus à sua honra e protege os mais fracos. 

Habituado a ser o melhor, o mais forte, o mais temido, não esperava vir a conhecer um guerreiro cujas qualidades de combate rivalizassem com as suas. Quando se encontram pela primeira vez, é Morvan quem precisa desesperadamente de ajuda. De espada na mão e porte altivo, o guerreiro a quem ficará a dever a vida é, surpresa das surpresas, uma mulher! 
Em pouco tempo, a imbatível Anna de Leon torna-se no único prémio digno de ser conquistado... e o único que Morvan não consegue arrebatar.


Opinião: Neste livro temos duaspersonagens de carácter marcado: Morvan e Anna de Léon. São ambos fortes eindependentes, e quando a peste negra ameaça tomá-los durante a guerra, os doisficam ligados por uma situação de quase morte. O que não gostei no livro foi ofacto de o Morvan procurar constantemente cingir a liberdade da Anna, “para suaprotecção”. Esse argumento enfurece qualquer mulher com cérebro. E, tantas vezes,ela acaba por ceder!
Talvez me esteja a focardemasiado no século XXI, mas se as personagens fossem tão mente-aberta quanto aautora nos tenta fazer crer, sobre tantos outros assuntos, porque não podiamcomportar-se como duas pessoas apaixonadas, e não um “homem” e uma “mulher”,logo um homem que deve proteger a mulher e uma mulher que deve submeter-se aohomem? Entendo que estejamos a falar de um enredo medieval, mas não mo vendasob o rótulo de “grande amor”. Considero uma leitura fraca, e apenas o elementohistórico o salva de uma nota pior.

Classificação: 3***/**

LIDO (APROX.): 2011

#175 HUNTER, Madeline, Lições de Desejo

Sinopse: Se Phaedra Blair não possuísse tanta beleza e estilo, a alta sociedade achá-la-ia apenas estranha. Mas como a Mãe Natureza a dotou de ambas as coisas, consideram-na interessante e excêntrica. Ela é uma mulher à frente do seu tempo. Deseja liberdade e persegue um sonho. Apaixonar-se não está nos seus planos imediatos. Aliás, o seu primeiro encontro com Lorde Elliot não é auspicioso. Injustamente presa, será graças ao poder e charme do jovem que consegue escapar. Mas Phaedra depressa descobre que o preço da sua "liberdade" é ficar virtualmente ligada ao seu "herói". Pois Elliot Rothman não agiu apenas numa missão de boa vontade. O seu objectivo é garantir que Phaedra não publicará um manuscrito que ameaça destruir o bom nome da sua família, e para tal, ele está disposto a tudo. Não contava, porém, encontrar uma adversária à sua altura. Os dois jovens vão debater-se com as convenções de uma sociedade rígida e, acima de tudo, com sentimentos tão intensos quanto contraditórios.

Opinião: É de mim ou é da Madeline Hunter? É mais provável que seja dela. Já li uma série de livros escritos por ela e nem todos são bons. “Casamento de Conveniência”, por exemplo… fez-me estremcer às vezes. “Os Pecados de Lorde Easterbrook?” Fez-me bocejar o tempo todo. E quanto a este “Lições de Desejo?” Portanto, já conhecemos a Phaedra Blair dos livros anteriores em torno da família Rothwell. A Phaedra é uma feminista que acredita no amor livre – o que significa que não quer ligar-se e abomina o casamento. O Elliot não é bem um libertino – ao menos isso, os livros dela não são só sobre desavergonhados que precisam de se redimir. Ele é um homem adequado, bem-parecido e charmoso. Mas então, desde o início… Ele está muito mais interessado nela do que ela nele. O que acho é que o que a Madeline escreveu nestas 300 páginas teria sido facilmente comprimido em 100. As personagens são apresentadas e o enredo nunca sai do mesmo. Poucas surpresas, pouca emoção. Uns quantos clichés atirados para o final. Espero que o próximo romance saia melhor, ou vou considerar que ela despejou todo o talento que tinha em “As Regras da Sedução” e “Casamento de Conveniência” que são, de longe, bem melhores.

Classificação: 2**/*****

LIDO (APROX.): 2008

#174 HUNTER, Madeline, Os Pecados de Lorde Easterbrook

Sinopse: Christian é excêntrico, enigmático, o mais famoso recluso da aristocracia inglesa. Vive isolado, não tem amigos e o seu coração nunca foi tomado por ninguém... com excepção de Leona, uma mulher determinada, exótica, belíssima. Mas isso aconteceu em Macau, naquela que parece ter sido uma outra vida. As notícias da chegada de Leona a Londres deixam-no aturdido. Christian decide então que nada o impedirá de finalmente a possuir. Não podia saber que entre as famílias de ambos pulsam segredos impossíveis de ignorar... e que o grande amor da sua vida acalenta um mortal desejo de vingança! Uma viagem no tempo até uma era marcada por escândalos, intriga e desejos secretos, no novo e sensual romance de Madeline Hunter: a história de um homem capaz de arriscar tudo pela mulher que ama... até a revelação do seu mais secreto pecado.


Opinião: Detestei este livro... Depois de tantas expectativas, de tanto dar a entender que o Christian era tão misterioso... ficou muito aquém dos irmãos Hayden e Elliot. O Hayden será sempre o meu favorito - e o Elliot e a Phaedra andei a enrolar até mais não. Agora este Christian e a Leona? Não me senti nada apegada à história, a Madeline não conseguiu cumprir aquilo para o que se propôs com todas as expectativas que nos passou através dos volumes anteriores...

Classificação: 2**/*****
LIDO (APROX.): 2010

#173 HUNTER, Madeline, Casamento de Conveniência


Sinopse: Lady Christiana Fitzwaryn está apaixonada. Infelizmente, o seu futuro marido não é o homem dos seus sonhos mas sim um perfeito desconhecido, com quem o próprio rei Eduardo negociou o enlace. Sobre este homem, Christiana apenas sabe tratar-se de um mero mercador plebeu. Não estava, pois, preparada para o primeiro encontro: David de Abyndon revela ter um carisma extraordinário e nutre uma indiferença desconcertante em relação ao estatuto social dela. Para sua grande surpresa, é a aristocrata quem se sente perturbada na presença daquele homem de enigmáticos olhos azuis.

Opinião: A história da Christiana e do David de Abyndon é das minhas favoritas da Madeline. Tudo porque a personagem principal se julga loucamente apaixonada por outro homem que não o seu futuro marido e David, apesar de cumprir uma ordem do rei ao desposá-la, não tem tempo a perder com as parvoíces dos habituais galãs, que resistem e resistem ao casamento e ao amor e a todo o resto. Neste livro conta muito o sistema hierárquico da época, sendo que a Christiana ofende o David várias vezes por ele ser um mero (mas muito rico) mercador. Gostei da intriga relacionada com as constantes guerras e espiações Inglaterra/França.

Classificação: 4,5****/*

LIDO (APROX.): 2010

#172 HUNTER, Madeline, As Regras da Sedução


Sinopse: Hayden chega sem aviso e sem ser convidado - um estranho com motivações secretas e um forte carisma. Em poucas horas, Alexia Welbourne vê a sua vida mudar irremediavelmente. A relação entre ambos é tensa, agitada e incómoda. Para Alexia, Hayden é o culpado da sua desventura: sem dote, ela perdeu qualquer esperança de algum dia se casar. Mas tudo muda quando Hayden lhe rouba a inocência num acto impulsivo de paixão. As regras da sociedade obrigam-na a casar com o homem que arruinou a sua família. O que ela desconhece é que o seu autoritário e sensual marido é movido por uma intenção oculta e carrega consigo uma pesada dívida de honra. Para a poder pagar, ele arriscará tudo... excepto a mulher, que começa a jogar segundo as suas próprias regras…

Opinião: O rigor histórico é óptimo, os cenários encantadores; a escritora é muito boa*. A Alexia e o Hayden são deliciosos! Ele é um nobre honrado, tal como o seu irmão mais velho, o Marquês de Easterbrook. A Alexia recebia o apoio dos familiares após ter sido destituída de tudo o que tinha. Hayden, que descobre a fraude levada a cabo pelo primo da Alexia, decide tomar medidas, que incluem confiscar-lhe todos os bens. Enquanto a família dela é obrigada a deixar Londres, ele oferece-lhe uma posição de acompanhante da sua tia e prima. Claro que há um desejo imperioso entre ambos, mas bem explorado no modo como ela luta entre a virtude e a capitulação. A história por detrás do noivado da Alexia com um falecido companheiro do Hayden, na marinha, também está bem desenvolvida. Recomendo a quem aprecia um bom enredo, personagens marcantes e romance.


Classificação: 4,5****/*

*Pouco depois, apercebi-me de que não há muita reinvenção, a autora limita-se a reescrever o mesmo enredo, pelo que desisti da senhora Hunter.

LIDO (APROX.): 2008

#21 The Shining

Título oficial: The Shining @ 1980
Realizador: Stanley Kubrick
Actores principais: Jack Nicholson, Shelley Duvall
Classificação IMDb: 8,4
 Minha classificação: 4

Baseado no livrode Stephen King, “The Shining”, ou “O Iluminado”, em português, prometia ser umfilme de terror de arrepiar os cabelos. Prometia ser um dos melhores filmes detodos os tempos, dentro do seu género e para além dele. Eu tenho medo de filmesde terror, não assisti a muitos por esse motivo. Mas acho que não devo deixarque os meus gostos ou limitações influenciem, a cem por centro, a minha culturageral. Então achei que estava na hora de superar o desafio de ver este filme.
Porém, quando aeste, senti sobretudo embaraço. Ao longo das duas horas e vinte minutos em queo filme roda, procurei constantemente um sentido para o enredo, um escalar parao prometido clímax, um fio condutor que me permitisse extrair alguma lógica atudo isto. Nunca encontrei nada por onde pegar. A actuação da Shelley Duvall constrangiu-me. Não vale a penacontra-argumentar-se que o problema está no facto de o filme ter sido rodado hátrinta e seis anos: o problema é ela ser má actriz. A Vivien Leigh, em 1939,era muito melhor. A Bette Davis, em 1942, era muito melhor. Portanto, é tão máactriz que o filme se estraga logo aos primeiros minutos, quando ela está a rire a debitar frases como se as estivesse realmente a ler, a partir do guião. Opróprio guião é mau – alguém deve ter recebido muito para o adaptar do livro,mas esqueceu-se de criar a ponte “literatura-cinema”, pelo que as falas galgamesse espaço e vêm estatelar-se no chão. Sobretudo as da Wendy (Duvall), esobretudo no início, depois acabam por entrar no campo do “normal” para a épocae para o género. Houve um momento em que entendi que tinha de parar de culpar aactriz pela disfuncionalidade do seu papel. O que lhe foi pedido também é parvopor si só. Não entendo como não venceu na categoria de Pior Actriz dos Razzies, para a qual foinomeada.  
Ultrapassandoesse problema, penso que a criança, Danny (Danny Loyd) teve uma óptimaprestação no filme, contribuiu para nos puxar par ao ambiente lúgrube do Overlook Hotel - e na minha óptica o hotel é ovilão, e o ambiente do hotel é o elemento mórbido que acaba por ser oprotagonista do filme -,ver aquele cenário pelos olhos dele é intimidante. E o Jack Nicholson, claro, pareceter sido feito para representar este papel. O rosto dele mexe mais com oespectador do que o chorrillho de disparates das falas. "Assinei umcontrato" - *eye roll*, scary.
Se calhar oproblema é que, tendo o filme nascido de um livro, procurei nervuras queexplicassem o que sucede. Por muito que não haja explicação para tudo, e nomundo do horror e do sobrenatural menos ainda. Se me focasse apenas na bandasonora, nos pormenores que nos desconcertam e inquietam (como a cena em que acriança galga tapetes/soalho em sequência com o triciclo, e o ruído mexe comtodos os nervos do nosso corpo), ficaria híper impressionada. 

De facto há umaadmirável visão, inquietante, por detrás de todo o projecto. Alguém que soubecaptar os ângulos, plantar receios, criar ansiedade. Porém sinto que faltaalma, um mal identificado, um mal localizado, um mal com cabeça tronco emembros. O hotel, por si só, é arrepiante. Mas fora isso… como se explica tantacoisa? Gosto de respostas. Inquietarsó porque sim acaba por cair no esquecimento, para mim. Creio que este filme,assinado por um realizador menos mediático, estaria na lista dos maioresdisparates de sempre. Fico feliz de ter visto o filme, mas não entrei para oseu clube de fãs nem creio que volte a vê-lo um dia.

Classificação: 4/10