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Castelos de Letras

Em torno das minhas leituras!

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Em torno das minhas leituras!

#68 TOLKIEN, J. R. R., O Hobbit


Sinopse: Esta é a história da aventura de um Baggins, que deu consigo a fazer e a dizer coisas completamente impensáveis…Bilbo Baggins é um hobbit que desfruta de uma vida confortável e sem qualquer ambição. Ele raramente se aventura em viagens, não indo mais longe do que até à dispensa de sua casa, no Fundo do Saco. Mas este conforto será perturbado por Gandalf, o feiticeiro, e por um grupo de treze anões, que num belo dia chegam para o levar numa viagem «de ida e volta». Eles têm um plano para pilhar o espantoso tesouro de Smaug, o Magnífico, um dragão enorme e extremamente perigoso. Encontros inesperados com elfos, gnomos e aranhas gigantes, um dragão que fala, e ainda a presença involuntária na Batalha dos Cinco Exércitos, são apenas algumas das experiências por que Bilbo passará.

"O Hobbit" é o prelúdio de "O Senhor dos Anéis" e já vendeu milhões de cópias desde a sua publicação, em 1937. É claramente um dos livros mais amados e influentes do século XX.
«Uma obra-prima incomparável.»

The Times



Opinião: Sabendoo que se segue (tendo lido o primeiro volume da Trilogia o Senhor dos Anéis esendo eu e a minha irmãzinha de 6 anos fãs incondicionais dos filmes doJackson), pensei que veria “O Hobbit” em retrospectiva. Isto é, com a percepçãode uma história contada ao calor da lareira sobre tempos passados. Devia teresperado muito mais do Tolkien.
Quando dei por mim, estava mergulhada atéaos ossos nesta aventura. Porque todo o livro é uma aventura; onde um pequenoHobbit descobre uma coragem que desconhecia, Galdalf surje vaidoso eenigmático, e treze anões se debatem entre os perigos do caminho e a fomeconstante que os martiriza. Pude rir-me, mas também se multiplicaram osmomentos de angústia. Um dragão que guarda um tesouro não parece uma premissanova para uma aventura, mas treze anões e um pequeno Hobbit não se afiguraminimigos à altura. Anima-me a pessoa em que me torno através da mestria da penado autor; tudo me parece, por c. 260 páginas, possível. Este mundo que ele nosapresenta parece-me tentador e apaixonante.
A imaginação de Tolkien é deliciosa.Senti-me parte de um conto muito bem contado, distendido e trabalhado aopormenor. Surpreendi-me por não encontrar violências gratuitas (nem uma únicamenção a sangue) nem cabeças a rolar, apesar da evidente crueldade e perversãode algumas das personagens. A isto chamo classe, porque o autor arrepia-nos epõe-nos alerta com o mero cheiro do perigo. A parte em que Gollum e Bilbodebatem as adivinhas gelou-me. Imaginava a vozinha da criatura - myprecioussss - a reproduzir-se na escuridão de uma gruta, ansioso por ferraro dente no Hobbit.
Em certos momentos achei-o e inventivoenquanto, noutras, detentor do sentido quase previsível – um tanto simplista -dos contos, cujo final se adivinha facilmente. Ainda assim é uma construção deexcelência que surpreende em certos momentos. Sobretudo as personagens sãoextremamente bem construídas e multifacetadas, multidimensionais e ricas emgeral. Não é fácil distinguir treze anões pelas suas particularidades, mas oTolkien consegue-o!
Muitas vezes me desencorajaram a ler oautor devido à “exaustão” com que se reproduzem as descrições ao longo da obra.Eu apreciei muitíssimo essas mesmas descrições, que adicionam substância a estemundo saído do seu imaginário, e acrescento que a minha maninha pequena sedeixou igualmente envolver pelos trechos que lhe fui lendo, assustando-se eanimando-se com os sustos e as vitórias das personagens. Não se deixem amedrontarpelos dizeres acerta de obstáculos à leitura destas obras. Mal posso esperarpara ler o II e o III volumes do Senhor dos Anéis.

PS - Adquiri o livro no dia 16 de Dez. a13,56€ no Continente, com 40% de desconto sobre preço de autor. Também o IVolume da Trilogia do Anel estava lá a 12,00€ e qualquer coisa. Vale bem apena!

PS II - Para o custo da edição, tem demasiadas gralhas!

PS III - Pergunto-me como pensam retalhar este livrinho em 3 filmes de 2 horas e meia cada...?
Classificação: 4,5****/*

#67 JAMES, E.L., As Cinquentas Sombras de Grey

Sinopse: As Cinquenta Sombras de Grey é um romance obsessivo, viciante e que fica na nossa memória para sempre. Anastasia Steele é uma estudante de literatura jovem e inexperiente. Christian Grey é o temido e carismático presidente de uma poderosa corporação internacional. O destino levará Anastasia a entrevistá-lo para um jornal universitário. No ambiente sofisticado e luxuoso de um arranha-céus, ela descobre-se estranhamente atraída por aquele homem enigmático, sombrio, cuja beleza corta a respiração. Voltarão a encontrar-se dias mais tarde, por acaso ou talvez não. O implacável homem de negócios revela-se incapaz de resistir ao discreto charme da estudante. Ele quer desesperadamente possuí-la. Mas apenas se ela aceitar os bizarros termos que ele propõe... Anastasia hesita. Todo aquele poder a assusta – os aviões privados, os carros topo de gama, os guarda-costas... Mas teme ainda mais as peculiares inclinações de Grey, as suas exigências, a obsessão pelo controlo… E uma voracidade sexual que parece não conhecer quaisquer limites. Dividida entre os negros segredos que ele esconde e o seu próprio e irreprimível desejo, Anastasia vacila. Estará pronta para ceder? Para entrar finalmente no Quarto Vermelho da Dor?

Opinião: Visto que a minha melhor amiga - que costumam levar o seu tempo a ler um livro - leu este “Cinquenta Sombras” em meia dúzia de dias e o declarou de dificuldade 0, sucumbi à curiosidade. Já suspeitava de que o conteúdo seria uma tristeza pegada e imaginei-me a fazer uma review suculenta a respeito do facto de a senhora ter presenteado o mundo com uma obra medíocre (calma, medíocre significa de qualidade mediana) - miserável - e ter enriquecido desse modo. Porque o sexo vende. Porque o que é fácil é acessível a todos. Porque prometia “sombras”, um homem cativante e, talvez para alguns, porque é um fanfic do Twilight. Graças a isto fiquei mais rica como pessoa; agora sei o que é um fanfic. Mas sou obrigada a pedir que me perdoem por ter tido tão pouca resistência a este best-seller, e até por não ser capaz de destacar todos os momentos dignos de reparo na obra. Estava a fazer-me mal à saúde...


Eu desconfio sempre quando há muito frufru em redor de algo - porque o que é do acesso comum geralmente tem standards muito baixos. Adolescentes excitadas, mulheres casadas que consideraram um escândalo de secretismo e ousadia adquirirem esta obra e lê-la no barco a caminho do trabalho. E ao menos considero que a E.L.James ensinou muita gente a ler - ao menos isso!
Bom, desisti, como não poderia deixar de ser, porque senti que me torturava mentalmente, na página 20. Li conteúdos semelhantes no “I’m In Love With a Pop Star” da Margarida Rebelo Pinto, mas na altura tinha 13 anos e, mesmo a custo, lá acabei o livro. Agora, dez anos depois, sou incapaz de dedicar o meu precioso tempo a coisas que me magoam o intelecto, por muito que prometessem uma review hilariante.
Desfolhando o restante livro, descobri que a deusa interior da senhora dança salsa com passinhos de merengue e, com isto, retorci-me e fechei definitivamente o livro. O senhor é aquilo que os brasileiros chamam um “babaca”. Há muito que sei que o maior poder é o daquele que pode, mas não faz. Uma pessoa que dá ordens atrás de ordens tem graves problemas de autoridade e a sua personalidade berra que, outrora, o pisaram e bem. Não é preciso ser psicóloga para adivinhar isso acerca do Sr. Grey, nem forçar-me a 500 páginas de tortura mental.

Em conversa com a minha amiga descobri algumas coisas preocupantes e ridicularizantes, adversas à verdade ou já do campo da ficção surreal.

A senhora tem um orgasmo na primeira vez? Hum.
A senhora toma uma primeira pílula e remove imediatamente o preservativo das brincadeiras? Não me admira que hajam fatinhos de bebés a dizer “Há nove meses atrás a minha mãe leu o Fifty Shades of Grey”...


Enfim.
Dá que pensar.

Classificação: 1*