Tendo lido 7 livros até agora, neste ano de 2012, apercebi-me que só sob desafios é que consigo ultrapassar-me.
Por isso, e porque ler me salva da vida quotidiana e me mete a viajar (quase) de graça, este mês comprometo-me a começar/terminar e dar a minha opinião dos seguintes livros:
PEARSE, Lesley - Nunca me esqueças (anda a engonhar há dois meses)
HUNTER, Madeline - Mil noites de paixão (esta senhora começou muito bem, mas agora até me envergonha lê-la, desceu bastante do histórico para o pretextos para sexo, sexo, sexo)
LOUREIRO, Célia C. - Demência (tenho que terminá-lo como leitora, está quase, não haverá se não sinopse deste, são sou a pessoa indicada para fazer-lhe críticas)
BRÖNTE, Emily - O monte dos vendavais
REBELO, Tiago - um qualquer a anunciar (tenho que ler livros portugueses)
LARSSON, Stieg - A rainha no palácio das correntes de ar (último da trilogia, vou devorá-lo certamente)
«- Não te insulto. Estou até a louvar a tua virtude física. Mas, enfim, não me tomes por um imbecil, como é teu costume julgar os homens... É mau menosprezar a força ou a inteligência dos adversários. Eu não sou imbecil. Ouve: quando estavas nos meus braços, eu bem sei que pensavas em Ashley Wilkes (...) Não desconfiaste disto?
Scarlett mostrava claramente no rosto a estupefacção que a tomara.
- É pândego, hem? Até parece uma história de fantasmas. Três pessoas na mesma cama... quando só deviam estar duas. - Sacudiu-a pelos ombros, teve um soluço e sorriu - Ah, sim, ficaste fiel porque Ashley não te quis! Caramba! Eu não iria disputar-lhe o teu corpo (...) Mas o que não lhe quero ceder é o teu coração e o teu espírito pouco escrupuloso. Posso ter todas as mulheres que desejar. Insisto, porém, em guardar a tua alma e o teu coração, coisas que jamais cederei. É como a alma de Ashley, que tu também não conseguiste. Eis a razão por que me causas dó.
- Dó... de mim?
- Sim, porque és uma criança. Uma criança que chora a pedir a Lua. Que faria ela da Lua, se lha dessem? Causa-me pena ver-te deitar a felicidade pela janela fora, só porque pretendes outra coisa... que não te fará feliz. Causa-me pena porque és insensata. Ignoras que não há felicidade fora de dois seres que foram feitos um para o outro. Se eu morresse, se Melanie morresse e ficasses enfim com o teu precioso apaixonado só para ti, julgas que te sentirias feliz com ele? Pois enganas-te! Nunca chegarias a conhecê-lo, não saberias nunca o que ele pensava e não o entenderias como não entendes música, poesia, literatura e tudo o que não tem relação com dólares e cêntimos. Ao passo que nós, esposa do meu coração, podíamos ser perfeitamente felizes se quisesses dar-nos essa oportunidade, porque somos muito semelhantes. Ambos somos uns crápulas, e nada nos detém quando se nos mete alguma coisa na cabeça. Podíamos ter sido felizes, porque te amava e porque te conhecia, Scarlett, como jamais Ashley te conhecerá. E teria o maior desprezo por ti, se conhecesse... Mas não, hás-de passar a vida a suspirar por um homem que não compreendes. E eu, minha jóia, continuarei a consolar-me com meretrizes. E sou capaz de jurar que nos entendemos melhor do que a maioria dos casais.»
Margaret Mitchell, E Tudo o Vento Levou (1936, Pulitzer Prize)
Sinopse: (Pela primeira vez neste blogue, fá-la-ei eu) Scarlett O'Hara tem mau feitio. É ambiciosa, calculista, mesquinha se for preciso. É cínica, egoísta e mimada. Não olha a meios para atingir os seus fins e, o único fim que está fora do seu alcance é o amor de Ashley Wilkes. Ashley é bem o oposto de Scarlett: conservador, moralista, é correcto em todas as suas acções. Acredita na Causa do Sul e vai combater contra o Norte abolicionista. A história é quase toda passada em Atlanta, onde as famílias do Sul se refazem da Guerra de Secessão e dão novos rumos às suas vidas, agora tão desfazadas das que sempre tinham conhecido... E é neste cenário de mudança que Scarlett conhece Rhett, um céptico igualmente egoísta e cínico que também não olha a meios para atingir fins. Rhett Buttler tem uma reputação péssima, está excluído de praticamente todos os círculos da sociedade mas é inteligente, oportunista e vivido. Do modo mais humano, melhor intrincado que alguma vez li ou percepcionei na arte, a relação dos dois desenvolve-se com nuances, altos e baixos, e com a obstinação de Scarlett por Ashley e o orgulho de Rhett a meterem-se constantemente pelo meio.
Opinião: Sem dúvida, o melhor livro que li. Tenho plena consciência de que jamais voltará a ser escrita uma obra como esta. A complexidade, o rigor histórico, a profundidade humana das personagens - com os seus erros, as suas vulnerabilidades, os seus egoísmos expostos a nu, as suas más intenções, os seus medos e pequenas conquistas. Ri, aprendi algumas lições e chorei. Confrontei-me assim com a realidade dos negros do Sul muito ligado a explorações de algodão, pobre em indústria. Fiquei assim a saber que a perspectiva abolicionista não estava assim tão carregada de boas intenções - pelo contrário, precisavam dos negros como aliados contra o Sul. Fiquei assim a conhecer aquela que pode ser descrita como a mulher mais detestável de todos os tempos, esta Scarlett O'Hara de olhos verdes e sorriso insinuante. Fiquei a conhecer uma mulher dócil, dada a perdoar, que no entanto não é tola - Melanie Wilkes. Fiquei a conhecer um homem profundamente apegado às suas raízes e à tradição do estado que muito ama, e que está assim disposto a dar a vida por uma guerra que, no seu íntimo, sabe que vai perder. Fiquei assim a conhecer um homem que me ensinou inúmeras lições sobre a natureza humana - Rhett Buttler, que não dá um chavo por causas perdidas. O país que se afunde: ele não se deixará afundar com ele. Tira o partido que puder das situações. Não tem reputação e sabe que aquele que não a tem é o homem mais livre entre os homens livres. Não deve nada a ninguém. Ninguém espera nada dele.
Livro algum pode ser posto ao lado deste, ligeiramente aproximado a ele que seja, sem ser fortemente ridicularizado. Ficam todos abaixo, em triângulo, e o E Tudo o Vento Levou acima deles. A genialidade óbvia de uma mulher do início do século XX que mal sonhava com a repercurssão épica da sua grandiosa obra... Pena que seja o único. Brilhante, Mrs Mitchell. Adoro o universo que criou.
Sinopse:Numa noite de Janeiro de 1917, cinco soldados condenados à morte em conselho de guerra são lançados, de mãos amarradas atrás das costas, diante das trincheiras inimigas. O mais novo não tem ainda 20 anos e deixa atrás de si uma jovem noiva e um amor interrompido. Chegada a paz, Mathilde quer saber a verdade sobre esta ignomínia e descobrir o que realmente aconteceu àquele a quem continua ligada pelos laços de um longo e trágico noivado. Com mais intensidade do que nunca, Sébastien Japrisot oferece-nos nesta história de paixão e mistério o virtuosismo e a magia da sua escrita. A mulher obstinada e frágil, envolvente e subtil, que aqui se encontra na figura de Mathilde, figurará certamente entre as heroínas mais memoráveis do universo romanesco moderno.
Aquando da sua publicação, "Um Longo Domingo de Noivado" obteve em França o prestigiado Prémio Interallié. O romance foi adaptado ao cinema por Jean-Pierre Jeunet, realizador de "O Fabuloso Destino de Amélie", contando com Audrey Tautou, que protagonizou o mesmo filme, no papel principal.
Opinião: Genial, este Japrisot. Outro autor em que apostei por intuição, ainda antes de ouvir falar do filme, sequer. Que história - que intricado difícil de compreender e mais ainda de criar. Quando comecei a ler o livro, pensei que não ia conseguir passar da primeira meia dúzia de páginas. Ele já tinha introduzido tantas personagens - com nomes e alcunhas e cônjuges - ele já tinha falado de tantos locais diferentes... Até hoje guardo a memória deste livro como do mais difícil que alguma vez li. Não basta o cenário ser a I Guerra Mundial. Sinto-me orgulhosa de ter conseguido vencer os obstáculos lógicos daquelas páginas e de ter chegado ao fim. Precisei de complementar a leitura com 3 ou 4 visualizações do (maravilhoso, fenomenal!) filme do Jean-Pierre Jeunet para compreender a totalidade desta complexidade. Perfeito. Educativo.
Sinopse:Um casamento reúne um grupo de velhos amigos num reencontro que mudará as suas vidas para sempre.
Casamento em Dezembro é o mais comovente e ambicioso romance de Anita Shreve. Uma incursão na motivação e anseios humanos, escrita com a elegância e a perícia que fazem da autora "uma das melhores romancistas do nosso tempo", nas palavras do Boston Herald.
Opinião: É um livro lento, com pouca acção, bastante descritivo. A autora é sempre uma mestra nas descrições das relações humanas, e não estava a dormir quando escreveu este "Casamento em Dezembro". Eu quase adormeci ao longo das páginas, porque me pareceu demasiado nostálgico, pensei que não fosse a lugar algum. E então, de repente, conforme me estendia à beira da piscina num festival de verão com ele aberto, aconteceu: a revelação, o inesperado, a qualidade inegável da autora a evidenciar-se. E não vou revelar o que sucede que me trouxe lágrimas aos olhos num local público, numa situação jamais esperada. Foi a escritora a falar da vida, da ilusão de que o passado está enterrado e que tudo está bem ou vai, simplesmente, acabar bem. É por isso que a adoro e que amei o livro, embora não seja o meu favorito dela.
Sinopse: No dia mais quente do Verão de 1935, Briony Tallis, de 13 anos, vê a irmã Cecilia despir-se e mergulhar na fonte que existe no jardim da sua casa. É também observada por Robbie Turner, um amigo de infância que, à semelhança de Cecilia, voltou há pouco tempo de Cambridge. Depois desse dia, a vida das três personagens terá mudado para sempre. Robbie e Cecilia terão ultrapassado uma fronteira que, à partida, nem sequer imaginavam e tornar-se-ão vítimas da imaginação da irmã mais nova. Briony terá presenciado mistérios e cometido um crime que procurará expiar ao longo de toda a sua vida.
Opinião: Marcadamente poderoso, como se gritasse de um modo subtil e perturbadoramente silencioso. Como que perfeito. O momento em que nos apercebemos de que o final feliz... ainda que conturbado, é... Foi uma epifânia, um momento de clarividência, um encontro com o nosso próprio interior. Recomendo a todos os que tiverem interesse de mergulhar na percepção humana - por vezes errónea, susceptível a males entendidos - e na natureza humana. Egoísta, teimosa, obstinada e, também, profundamente envergonhada e arrependida, profundamente marcada pela culpa. Foi através deste livro que primeiramente reflecti sobre estas duas palavras tão significativas: expiação e arrependimento.
Sinopse: Outubro, 1975. Quando o avião levantou voo deixandopara trás a baía de Luanda, Carlos Jorge tentou a todo o custo controlar aemoção. Em Angola deixava um pedaço de terra e de vida. Acompanhado pela mulhere filhos, partia rumo ao desconhecido. A uma pátria que não era a sua. Joananão ficou indiferente ao drama dos passageiros que sobrelotavam o voo 233. Omais difícil da sua carreira como hospedeira. No meio de tanta tristeza, Joananão conseguia esquecer o olhar firme e decidido de Carlos Jorge. Não percebiaporquê, mas aquele homem perturbava-a profundamente. Despertava-a para a durarealidade da descolonização portuguesa e para um novo sentimento que só viria aser desvendado vinte anos mais tarde. Foram milhares os portugueses que entre1974 e 1975 fizeram a maior ponte área de que há memória em Portugal. EmAngola, a luta pelo poder dos movimentos independentistas espalhou o terror e amorte por um país outrora considerado a jóia do império português. Naquelaespiral de violência, não havia outra solução senão abandonar tudo: emprego,casa, terras, fábricas e amigos de uma vida.
Opinião: Considerei as personagens pobres, o enredo pobre. O tema,contudo, dava a possibilidade de um romance muito mais desenvolvido, muito maisprofundo e pertinente. Especialmente tendo em conta a pesquisa a que se deveter obrigado.
Sinopse:Inês de Toledo, feiticeira efísica da corte de D. João II, estava preparada para morrer na Praça doGiraldo, em Évora. O povo acotovelava-se para assistir ao sacrifício e natribuna apenas falta o bispo. Quando este chega, Inês reconhece nele Miguel deOlivença, o homem que tinha amado toda a vida e que julgava morto nas galés.Por isso, para o poder ver de novo, pede como desejo para só a ele se confessare a ele deixar a sua verdade.
Só ao Bispo me Confesso é um romance históricoenvolvente, mágico e cativante. Com ele conhecemos detalhes sempre esquecidosda nossa história, desde a espionagem e a política de sigilo aos piratas ecorsários, passando pelas ordens religiosas ou pelos sonhos de além-mar,elementos que surgem nas palavras de Inês de Toledo com um realismoenternecedor.
Opinião:O que posso dizer desta obra de Margarida Pedrosa? Comprei-a pela capa, pela seda reluzente do vestido da senhora. E porque sou apaixonada por história, e trata-se de um romance histórico.
Ao lê-lo, confrontei-me com algumas curiosidades interessantes do país - lembro-me de se falar em mezinhas com plantas das colónias e de leprosos e das punições a crimes. Achei interessante o facto de a personagem principal se fingir ocasionalmente de homem. O romance em si não foi propriamente arrebatador... o final prima pela escolha do fado das personagens, mas não pelo modo como foi conseguido.
Em suma, infelizmente, esta obra da Margarida Pedrosa é outro dos motivos pelos quais tenho sempre um pé atrás com a literatura portuguesa. Ela e o José Luís Peixoto conseguiram essa proeza.
Sinopse:Com 23 anos a infanta Catarina de Bragança, filha de D. Luísa de Gusmão e de D. João IV, deixou para trás tudo o que lhe era querido e próximo para navegar rumo a uma vida nova. No coração um misto de tristeza e alegria. Saudade da sua Lisboa, de Vila Viçosa, do cheiro a laranjas, dos seus irmãos que já haviam partido deste mundo e dos que ficavam em Portugal a lutar pelo poder. Mas os seus olhos escuros deixavam perceber o entusiasmo pelo casamento com o homem dos seus sonhos, Charles de Inglaterra, um príncipe encantado que Catarina amava perdidamente ainda antes de conhecê-lo. Por ele sofreu num país do qual desconhecia a língua, os costumes e onde a sua religião era condenada. Assistiu às infidelidades do marido, ao nascimento dos seus filhos bastardos enquanto o seu ventre permanecia liso e seco, incapaz de gerar o tão desejado herdeiro. Catarina não foi capaz de cumprir o único objectivo que como mulher e rainha lhe era exigido. «Se ao menos não o amasse tanto!», pensava nas noites mais longas e tristes... Ao longo destas páginas apaixonamo-nos, sofremos, rimos e choramos.
Opinião: Diálogos afectados, ternura forçada, quase cliché, entre os irmãos Catarina, Pedro e Afonso. Há uma outra irmã também, cujo nome me esqueci entretanto. Aborrecido e pouco profundo, a meu ver. Vale-lhe a pesquisa histórica e o facto de, através dele, não me esquecer jamais da prole dos Bragança aquando da restauração da independência. simultaneamente, prefiro considerar que a rainha Catarina não era dada a achaques nem a demonstrações de força forçadas. Não consigo pôr os pés no Paço Ducal de Vila Viçosa sem me recordar deles, em parte graças às descrições do seu quotiano feitas por esta autora.
Sinopse:Olympia Biddeford é a filhaúnica de um proeminente casal de Boston, uma jovem precoce a quem o pai afastoudas instituições académicas com o objectivo de lhe garantir uma educaçãorefinada e pouco convencional. No Verão de 1899, Olympia tem quinze anos e asua vida está prestes a mudar para sempre. Cheia de ideias e entusiasmada comos primeiros arrebatamentos da maturidade, é admitida no círculo social do pai,que contempla artistas, escritores, advogados e, entre eles, John Haskell, ummédico carismático. Entre ambos nasce uma impensável e arrebatadora paixão. Semter em conta o sentido das conveniências ou da autoprevervação. Olympiamergulha de cabeça numa relação cujos resultados serão catastróficos. John temquarenta anos, é casado e pai de quatro filhos.
Opinião: Recordo-me que o comprei por impulso, porque li a sinopse e me pareceu interessante. Mas tive medo porque o enredo era-me tão estranho, tão condenável à luz da sociedade actual, que receei que a autora não estivesse à altura de o salvar desses julgamentos. No entanto... Um (se não o melhor) dos melhores romances que alguma vez li - no sentido de romance "romântico", com história, credibilidade, riqueza humana, riqueza sentimental, obstáculos pertinentes, aprendizagem mútua. É imprevisível, historicamente fiel, sensível e um daqueles livros que parecem cheirar bem, sabem? Desde o primeiro capítulo, desde as primeiras linhas, quando a Olímpia caminha à beira mar, até ao derradeiro final, impensável até aí... Vão amá-lo se querem explorar a possibilidade real de um amor impossível...
Não sei se estão a ver... é que o John Haskell é um médico de 41 anos com 4 crianças e uma mulher simpática com hálito a hortelã, e a privilegiada Olympia Biddeford está prestes a celebrar o seu 16º aniversário nesse verão de 1899. Quais são as probabilidades de estes dois se apaixonarem? Quais são as probabilidades de ficarem juntos? Só vos anuncio que esta senhora não vai fazer as coisas fáceis... vão andar numa agonia constante ao longo do livro. Não revelo finais, mas arrebata da primeira à última página. Pôs-me a chorar e não foi a única vez que a Mrs. Shreve me pôs a chorar... Um poder desses, na escrita, é notável.
Sinopse:Parvathi é uma sonhadora. Mais do que tudo, deseja amar – e ser amada – sem restrições. Mas o pai tem para ela planos que incluem um casamento arranjado com um desconhecido. Ele é um viúvo rico da Malásia, para onde a jovem será obrigada a partir. Recém-chegada a uma terra desconhecida, vê-se a braços com a fúria do marido. É que o pai de Parvathi enganou-o, enviando-lhe a fotografia de uma rapariga diferente… e mais bonita. Mas, lentamente, marido e mulher chegam a um entendimento. Ela é uma esposa dedicada mas vive um casamento sem paixão. No seu íntimo, continua a sonhar. O mundo à sua volta está em convulsão, e a sua própria vida rapidamente mudará também: o marido morre e a Malásia é invadida pelo Japão. Para salvar a dignidade da enteada, Parvathi aceita entregar-se todas as noites ao general japonês que lhe ocupa a casa. Será desta forma inesperada que conhece pela primeira vez a paixão. Gradualmente, o seu inimigo de morte transforma-se no amante por quem sempre ansiou…
Povoada de mitos e magia, esta exótica saga familiar é um retrato inesquecível da história recente da Malásia e um hino ao poder do amor incondicional.
Opinião:Um retratodelicioso do Ceilão no início do séc. XX, e que beleza de tradições... a cadavez que pego no livro sinto-me invadida pelas fragrâncias do oriente. Édaqueles livros que cria um ambiente acolhedor, colorido, perfumado,misterioso, para o qual queremos voltar a refugiar-nos a cada minutinho livre.Agora que o terminei, lamento o facto de a personagem principal, Parvathi, seruma vitima voluntária. Estava constantemente a ser enganada e traída pelafamília, e aceitava-o com tal condescendência que me senti ofendida com a suapassividade. Não é uma história sobre enfrentar os problemas, mas sobre aceitara inevitabilidade dos obstáculos que temos que enfrentar em cada reencarnação. Como curiosidade, para que o leitor não sedecepcione, adianto já que o livro pouco tem a ver com o amor, e a Parvathipouco talhada é para esses assuntos. O livro é uma explosão de cultura orientale de tradições fasciantes. É por aí que prima.