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Castelos de Letras

Em torno das minhas leituras!

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#2 Django Libertado


Título oficial: Django Unchained @ 2012
Realizador: Quentin Tarantino
Banda sonora: Ennio Morricone
Actores principais: Jamie Foxx, ChristophWaltz, Leonardo DiCaprio, Kerry Washington
Classificação IMDb: 8,6
Minha classificação: 9,5


*O melhor filme que vi nos últimos tempos*

Nunca fui grande fã de Tarantino... isto é,nunca senti apelo algum aos filmes dele. Resumia-os a isto: sangue, violênciagratuita, bad guys looking cool. O primeiro filme dele que vi foi o InglouriousBasterds, e o segundo é agora o Django. Gostei do Inglourious Basterds e pu-lona linha do Snatch - Porcos e Diamantes (@2000 Guy Ritchie), onde é tudomaluco, tudo aos tiros, mas com humor e alguma mestria.
Não fiquei com grande vontade de voltar aver o Inglourious Basterds, mas fiquei com vontade de voltar a ver o trabalhodo Tarantino. Assim sendo sentei-me no cinema nesta quarta-feira passada comexpectativas elevadas quanto ao filme. Já esperava o sangue e algum humor e,ainda assim, excedeu todas as minhas expectativas. A direcção - planos, cortes,ângulos, abordagens - é perfeita. A ironia é perfeita. Ri-me várias vezes, tiveo coração nas mãos outras tantas.
A história é original e interessante,abordando a escravatura sem apelar a lágrimas humanitárias, mas recordando-nosda sua selvageria. Pretos a discriminarem pretos, pretos a mandarem “discretamente”nos seus amos brancos, pretos a matarem brancos e a receber por isso. Tarantinofoi audaz, poderia ter causado uma onda de controvérsias - e o filme écontroverso. Mas considerei-o sublime.
A banda sonora dirigida por Ennio Morricone(Cinema Paraíso, A Missão) e com participações de Rick Ross de Anthony Hamiltone Elayna Boynton dirige as emoções e ajuda a descodificar os momentos em tela. Algumascitações são inesquecívels:
“Gentleman, you had my curiosity but nowyou have my attention!” Ficará para a posterioridade.
Ri-me, chorei, caiu-me o queixo, estremeci,tive o coração nas mãos e exultei com a "awesomeness” do filme. Com odevido sobreaviso quanto à violência e aos momentos em que o Tarantino deixa oespectador frustrado e desconcertado, aconselho todos a verem esta películaque, no fim, se revela bastante gratificante.
Deixo-vos com esta magnífica “Freedom”, quepersonifica tão bem toda a acção e a essência do filme.

Curiosidade: O Leonardo DiCaprio cortourealmente a mão numa das cenas, continuando a representar sem exigir um cortena cena. O sangue foi-lhe escorrendo pela mão e criou um efeito perturbador quecai maravilhosamente à personagem. A dado momento esfrega a mão na cara deKerry Washington, espalhando o sangue no seu rosto para dar ênfase às suasameaças. Pareceu-me um momento de excelência na representação, em que ambosderam o melhor de si de improviso e conquistaram mais uns pontinhos para aobra-prima que é o filme.