#159 CHASE, Loretta, Sedução de Seda
Sinopse: O apelo do vestido perfeito consiste em duaspartes: as senhoras devem desejar vesti-lo, e os senhores devem desejardespi-lo
A ambiciosa e talentosa modista Marcelline Noirot éuma estrela em ascensão na chique cidade de Londres. E quem melhor beneficiariado seu talento, se não a dama mais mal vestida de Londres, a noiva do duque deClevedon? Conseguir o mecenato da futura duquesa significaria mais prestígio efortuna para Marcelline e para a sua família. Para chegar até ela precisaria,contudo, de atrair as atenções do duque, um cavalheiro cujos padrões deestética são elevados, mas os padrões morais... já não.
Parece valer a pena. No entanto, quando Marcelline seencontra com ele, Clevedon projeta uma sedução tão irresistível como osvestidos que ela costura e cria, e o que começa por ser apenas uma faísca dedesejo, depressa se torna num delicioso inferno... e um ardente escândalo. Serásuficiente os seus destinos estarem apenas suspensos por um fio de seda?
Opinião: Comprei este livro em Setembro do ano passado. Foi ummês em que trabalhei 30 dias, todos os dias, e não só 8 horas por dia. Fui guiae agente de viagens, fiz transfers às três e às cinco da manhã para o aeroportoe deitei-me às tantas para dar o jantar aos meninos e conviver com eles. Semfalar que desci as escadas do Bom Jesus e, perto disso, as tremuras nas pernasdepois da descida do castelo de Beja não foram nada. Isto para dizer que nãotinha tempo, nem interesse em lê-lo. Ainda bem... Vim pegar-lhe numa fase emque não me apetecia ler nada, em que os livros "bons" são demasiadodifíceis para o meu estado de espírito, e os livros de chacha (romancescor-de-rosa) já me parecem todos iguais.
Estelivro surpreendeu-me. Faz parte de uma série de quatro livros em que aspersonagens principais são três irmãs costureiras. Aqui começa a desconstruçãodos romances do género. Marcelline não é nobre, não é desfavorecida, não é virgem.Gervase Clevedon nunca é mencionado como sendo "libertino".Finalmente! A história é diferente, tem humor, e as personagens estão muito bemconstruídas...
Marcellineé determinada, competente, trabalhadora árdua, ambiciosa e engenhosa. Não temoscomo não torcer para que os seus esforços dêem frutos. Não há aquela históriado mal entendido que depois se resolve. Cada personagem é adulta e tem os seusdilemas.
Clevedoné cativante, protector, teimoso e tão determinado quanto Marcelline, maspareceu-me a personagem mais fraca. Enquanto ela tinha garra e paixão, ele vê-aa todas as horas e parece incapaz de existir para além disso. Mas o amor étantas vezes assim... A pessoa deixa de ver o que a rodeia e o que lhe estádebaixo do nariz...
Nãogostei de algumas (muitas) repetições - fizeram-me a papinha toda, não deramespaço a deduções. Não gostei de tantas menções ao diabo e a Belzebu e aodemónio e etc. É básico e old fashioned associar pessoas que jogam ou que têm vidas de moralduvidosa a coisas demoníacas, no sentido expressivo. "Eram aparentadas como diabo, de tão traiçoeiras" - algo do género. São forças de expressão,mas houve ocasiões muito rebuscadas. Não sei se o mal é da tradução ou dooriginal.
Nogeral diverti-me, sempre soube onde isto ia, e adorei ler os detalhes todos daépoca com que a autora enriqueceu o livro. Localizações, a sociedade inglesa ea parisiense, os hábitos, os trajes, os jogos hierárquicos. Houve momentos degrande articulação. Adorei, mas penso que não vou ler o seguinte. Não li boas críticas a seu respeito.
Classificação: 3,5***/**
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